Sérgio Moro, um juiz de piso pequeno e pouco afeito a contestações, por Eugênio Aragão
Disse o Sérgio Moro de sempre, diante de um comentário do ex-presidente Lula sobre os desmandos da justiça, que não debateria “publicamente com pessoas condenadas por crimes”.
É a cara dele. Acha-se no direito de tecer comentários sobre tudo e sobre todos, projetando-se indevidamente numa arena que não pode ser sua como magistrado, a política. Mas, quando é confrontado politicamente, coloca o rabo entre as pernas e se escuda brandindo uma autoridade de que carece, pois argumentos não tem. Só sabe repetir sua insossa ladainha moralista de “combate à corrupção”. Gosta de falar sem ser contrariado, de preferência de seu pódio majestático de juiz de província na sala de audiências. Lá ele corta a palavra, censura, ameaça e admoesta.
Quem está na chuva é para se molhar, Seu Moro! Quer vir para o debate político, enfrente os políticos debatendo! A covardia autoritária aqui não tem vez, pois, na democracia (se é que você é os seus ainda a respeitam) o discurso é horizontal, sem pódios majestáticos.
O ex-presidente Lula, que tem muita lição moral a lhe dar, foi condenado por Moro num processo sem provas, previamente anunciado, após ser-lhe restringido publicamente o direito à auto-defesa no interrogatório. Só não o vê o presidente do TRF, que, sem lê-la, disse que a sentença contra Lula é perfeita, e o desembargador-relator da apelação, para quem Moro parece ser Deus na terra.
“Não debato com pessoas condenadas por crime” é prova do desrespeito desse juiz de província para com o princípio da presunção de inocência. Mas não tem problema. Quem diz que o magistradinho de piso é digno de debater com Lula? Terá que comer ainda muita sopa!
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