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Porque os Beatles são os Beatles

Vamos organizar as ideias.
Boyhood: da infância à juventude é um filme do diretor Richard Linklater — de Escola do Rock e da trilogia Antes do Amanhecer/Antes do pôr-dos-solAntes da meia-noite — que levou 12 anos para ser feito. A história acompanha a vida de um garoto, dos seis aos dezoito anos e foi filmado ano a ano para pegar o crescimento do mesmo ator/protagonista e do envelhecimento dos mesmos atores que o acompanham.
O que vem adiante é um trecho de uma carta que aparece no filme. Claro que o recorte mínimo não estraga em absoluto o enredo, mas é sempre bom avisar que se trata, sem, de um spoiler.
Dito isso, vamos ao que interessa.
The Beatles, já com o Ringo Starr. Liverpool, 1961 (clique para ver a imagem maior)
The Beatles, já com o Ringo Starr. Liverpool, 1961 (clique para ver a imagem maior)
Aos 15 anos, o garoto ganha um disco do pai. É uma coletânea que seu velho fez dos Beatles, intitulado Black Álbum.
Fiquei sabendo dessa história via BuzzFeed, que publicou a carta produzida pelo ator para sua filha e adaptada para o personagem principal do filme, Mason. Na cena que o presente é mencionado, parte dessa explicação é citada pelo pai do garoto.
Disso, o Matias, que faz o Trabalho Sujo na mesma casa, pegou parte da tradução que resume bem o porque os Beatles foram os Beatles:
* * *
“Li uma história sobre a morte da mãe do John:
Ele era um adolescente revoltado – com um canivete no bolso, cigarro nos lábios e sexo na cabeça. No funeral da mãe desequilibrada e recém-falecida (que ele havia acabado de ficar mais próximo), ele – bêbado e puto – socou um membro da banda e deu o fora. Alguns anos mais novo, o Paul – um moleque que ainda não ligava muito pra garotas, ainda UNCOOL e presente na banda graças às suas habilidades com a guitarra apesar de ser meio infantil – correu atrás do John na rua dizendo: “John, por quê você está sendo tão babaca?”.
O John respondeu, “Minha mãe acabou de morrer, porra!”
E o Paul disse, “Você nunca perguntou sobre a minha mãe.”
“O que tem ela?”
“Ela também está morta.”
Eles se abraçaram no meio da rua. Aparentemente o John disse, “Podemos por favor começar uma porra de banda de rock’n'roll?”.
Essa história respondeu a dúvida presente no meu cérebro ao longo de todo minha vida como ouvinte de música: Se os Beatles estiveram juntos ao longo de apenas 10 anos e os membros da banda eram tão novos ao longo desse período, como eles conseguiram escrever “Help!”, “The Fool on the Hill”, “Eleanor Rigby”, “Yesterday” e “A Day in the Life?” Eles eram apenas caras de 25 anos cercados por garotas em frente aos seus hotéis e com direito ao tanto de champagne que um moleque consegue beber. Como eles conseguiram desenvolver suas mentes para feitos artísticos tão grandiosos?
Eles conseguiram pois estavam sofrendo. Eles sabiam que o amor não dura pra sempre. Eles descobriram isso ainda muito novos.”
* * *
Abaixo, a playlist da coletânea do “Black Álbum“:

Disco 1:

1. Paul McCartney & Wings, “Band on the Run”
2. George Harrison, “My Sweet Lord”
3. John Lennon feat. The Flux Fiddlers & the Plastic Ono Band, “Jealous Guy”
4. Ringo Starr, “Photograph”
5. John Lennon, “How?”
6. Paul McCartney, “Every Night”
7. George Harrison, “Blow Away”
8. Paul McCartney, “Maybe I’m Amazed”
9. John Lennon, “Woman”
10.Paul McCartney & Wings, “Jet”
11. John Lennon, “Stand by Me”
12. Ringo Starr, “No No Song”
13. Paul McCartney, “Junk”
14. John Lennon, “Love”
15. Paul McCartney & Linda McCartney, “The Back Seat of My Car”
16. John Lennon, “Watching the Wheels”
17. John Lennon, “Mind Games”
18. Paul McCartney & Wings, “Bluebird”
19. John Lennon, “Beautiful Boy (Darling Boy)” 20. George Harrison, “What Is Life”

Disco 2:

1. John Lennon, “God”
2. Wings, “Listen to What the Man Said”
3. John Lennon, “Crippled Inside”
4. Ringo Starr, “You’re Sixteen You’re Beautiful (And You’re Mine)”
5. Paul McCartney & Wings, “Let Me Roll It”
6. John Lennon & The Plastic Ono Band, “Power to the People”
7. Paul McCartney, “Another Day”
8. George Harrison, “If Not For You (2001 Digital Remaster)”
9. John Lennon, “(Just Like) Starting Over”
10. Wings, “Let ‘Em In”
11. John Lennon, “Mother”
12. Paul McCartney & Wings, “Helen Wheels”
13. John Lennon, “I Found Out”
14. Paul McCartney & Linda McCartney, “Uncle Albert / Admiral Halsey”
15. John Lennon, Yoko Ono & The Plastic Ono Band, “Instant Karma! (We All Shine On)”
15. George Harrison, “Not Guilty (2004 Digital Remaster)”
16. Paul McCartney & Linda McCartney, “Heart of the Country”
17. John Lennon, “Oh Yoko!”
18. Wings, “Mull of Kintyre”
19. Ringo Starr, “It Don’t Come Easy”

Disco 3:

1. John Lennon, “Grow Old With Me (2010 Remaster)”
2. Wings, “Silly Love Songs”
3. The Beatles, “Real Love”
4. Paul McCartney & Wings, “My Love”
5. John Lennon, “Oh My Love”
6. George Harrison, “Give Me Love (Give Me Peace on Earth)”
7. Paul McCartney, “Pipes of Peace”
8. John Lennon, “Imagine”
9. Paul McCartney, “Here Today”
10. George Harrison, “All Things Must Pass”
11. Paul McCartney, “And I Love Her (Live on MTV Unplugged)”

Agradecimentos infinitos ao Ramon Vitral, que traduziu a fala toda e criou as três playlists que você está escutando.
Vai. Agradece ao Ramon Vitral também.
Jader Pires

É escritor e editor do Papo de Homem. Lançou, nesse ano, seu primeiro livro de contos, o Ela Prefere as Uvas Verdes e outras histórias de perdas e encontros.

Sympathy for the Devil

Fez o que parece o rock não faz mais: deixou os pais de cabelo em pé
O mundo mudou em 1968. Nesse ano foi concentrada toda a força do caldeirão cultural que vinha sendo experimentado desde o começo dos anos 60, época em que a alegria exacerbada dos anos dourados — a década de 50 nos Estados Unidos recém vitoriosos da Segunda Guerra e podres de ricos com o que ganharam com a batalha mundial ocorrida na Europa — começava a se transformar em um tédio sem fim.

Uma década de experimentos e rupturas. Provavelmente o embate entre gerações nunca foi tão forte quanto naquele momento no mundo todo. Quanto mais forte fosse o choque dos mais velhos, mais gostoso era para os mais jovens.

E a canção “Sympathy for the Devil” caiu como uma luva para a molecada.

Em junho daquele ano, os Rolling Stones lançavam o álbum Beggars Banquet, com uma capa que mostrava desordem, desobediência, falta de higiene ou apego a tradicões. É uma privada de banheiro de inferninho, com a parede toda escrita por pessoas que qualquer um, naquela época, imaginaria como escória, pervertidas e desnaturadas.




A canção que abre o disco começa com atabaques africanos e um grito. Na voz, um homem se dizendo rico e de bom gosto, e que está há tempos zanzando pelo mundo. Inspirado pelo romance soviético O Mestre e a Margarida, da década de 20, mas traduzido para o inglês pela primeira vez em 1967, Mick Jagger escreveu a letra como se fosse o diabo conversando com o ouvinte, contando de sua vida e esperando ansiosamente que você adivinhasse quem ele era.

Era para ser uma canção folk completamente inspirada em Bob Dylan, com aquele violão e a voz rasgada. Mas Keith Richards pensou que seria muito mais interessante de o som viesse travestido de samba, como se fosse um ritual afro ou do candomblé. Daí veio a percussão repetida, catártica, hipnotizante, que não sobe e não desce, mas que permanece quente o tempo todo, deixando o couro comer, as pernas baterem umas nas outras.

Completando, um piano faz as vezes de música gospel.

O pacote completo de contravenção. Imagine só você, um pai americano ou inglês, que viu seu país vencendo o nazismo e construindo um mundo asséptico, vendo seu filho chegar com toda a empolgação em casa, com um bolachão debaixo do braço e, em seu quarto, pulando feito enfeitiçado de algum vodu ao som de batidas de macumba misturadas com o “som de deus”, enquanto o diabo lhe explica que estava perto de Jesus quando este teve dúvidas e dor. E que essa canção saiu, quase que literalmente, de dentro de um vaso sanitário?

Os pais se enfureciam. A molecada delirava de alegria.

Dava para chacoalhar o corpo todo, aquele “u-hu… u-hu” repetindo de fundo, os braços moles, os olhos fechados, os pés batendo, girando, os olhos virando, a guitarra aguda que até ardia tentava expulsar os “caretas”. Devia ter sido um belo momento para se viver.

A combinação era por demais bombástica para os pais não se abalarem.

Corta para 2014.

O rock não assusta mais os pais. A esmagadora maioria deles ouviam rock n’ roll. Grande parte dos avós de hoje viraram os olhinhos escutando “Sympathy for the Devil”. Mas eles não contavam com o Funk.

A liberdade sexual (hoje, falar de diabo não assusta mais, mas falar de peito e bunda, sim) levada a enésima potência, um som repetitivo e penetrante (sem o trocadilho), o corpo que se move como quem pede por putaria a noite toda. Bem-vindo ao rock do novo milênio.

Questões artísticas e criativas de lado. Antes, o rock é que era a música pobre, de gente sem talento e estudo.

Mas, tanto lá quanto cá, o diabo faz seu belo trabalho.




“Muito prazer. Espero que você saiba o meu nome”.

JADER PIRES
É escritor e editor do Papo de Homem. Lançou, nesse ano, seu primeiro livro de contos, o Ela Prefere as Uvas Verdes e outras histórias de perdas e encontros.

A briga entre a Legião Urbana e o filho de Renato Russo é tempo perdido

Formação original

Dizer que a Legião Urbana foi uma das maiores bandas do Brasil é tão obvio que parece blablabla. O que a banda foi, e é até hoje, é quase uma seita.
Liderada por Renato Russo, poeta delicado e intérprete fabuloso, tem até hoje a terceira maior média de vendas da gravadora EMI no mundo inteiro.
Renato morreu em 1996, vítima de AIDS, e deixou para seu único filho todos os seus direitos, inclusive sobre a marca Legião Urbana.
Giuliano Manfredini e os outros dois membros mais importantes da Legião Urbana, Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, viveram em paz por algum tempo. Mas não muito. Em 2010, houve uma briga quando Giuliano passou a redirecionar a página da Legião Urbana para o site de seu pai.
Recentemente, Giuliano anunciou para o Correio Braziliense que iria colocar no ar um novo site oficial da Legião Urbana.
Giuliano, filho de Renato Russo
Giuliano, filho de Renato Russo
Dado não gostou e escreveu há alguns dias o seguinte na sua página de Facebook:
“Através da imprensa – e com muita indignação – tomamos conhecimento que no próximo dia 4 de junho será lançada uma nova versão do site “oficial” da banda Legião Urbana, desta vez desenvolvido unilateralmente pelo herdeiro de Renato Manfredini Jr, Giuliano, sócio majoritário da empresa Legião Urbana Produções Artísticas.

Achamos por bem esclarecer que essa nova versão do site não conta com a participação, apoio ou qualquer tipo de consentimento e/ou autorização da nossa parte.
Informamos que não temos conhecimento algum sobre o conteúdo ou o que esse novo site pretende apresentar, e que também não nos foram solicitadas as eventuais autorizações para o uso da nossa imagem ou das nossas gravações originais.
Como é de conhecimento público, em março deste ano foi lançado – também por parte do herdeiro e da empresa Legião Urbana Produções Artísticas – o site oficial renatorusso.com.br. Até aí, tudo bem; não fosse o fato do site original da banda Legião Urbana (esse sim, site colaborativo desenvolvido conjuntamente pelas três partes da Legião Urbana e pelos fãs da banda, em 2010), ter sido por eles apagado e redirecionado para o site particular de Renato Russo quando digitado legiaourbana.com.br.

Levando em consideração tudo isso, aproveitamos para confirmar que:

1) Nem o herdeiro de Renato Manfredini Jr. nem a empresa Legião Urbana Produções Artísticas nos representa e tampouco representa idealística e/ou artisticamente a banda Legião Urbana.
2) A empresa Legião Urbana Produções Artísticas detém perante o INPI o registro da marca comercial LEGIÃO URBANA, porém, existe um Processo Judicial com o objetivo de que sejam reconhecidos os nossos direitos sobre o nome da banda que formamos juntamente com Renato Russo e que hoje é conhecida e reconhecida tanto no Brasil quanto no exterior. Quem quiser entender mais sobre esta disputa, pode ler a verdade dos fatos em http://entendaocasolegiao.blogspot.com.br/
3) Não será autorizado por nossa parte o lançamento de qualquer produto da banda Legião Urbana (seja esse site, CD’s, DVD’s, etc.) enquanto o processo que hoje está no âmbito da Justiça não seja resolvido e os nossos direitos sejam reconhecidos.
4) Não existe – nem nunca existiu – nenhum tipo de envolvimento ou participação da nossa parte em projetos ou tributos realizados pelo herdeiro ou pela empresa Legião Urbana Produções Artísticas desde o falecimento do Renato.
5) Em momento algum pensamos em nos aproveitar da triste situação de Renato Rocha para tentar ganhar a simpatia dos fãs. Reconhecemos e valorizamos sua participação nos primeiros 3 dos 8 discos de estúdio da Legião, mas a sua saída da banda aconteceu – contratualmente – no começo de 1989. Tanto ele quanto os verdadeiros fãs sabem que tentamos ajudá-lo quando foi necessário, inclusive convidando-o para tocar no ultimo CD de estúdio, chamado Uma Outra Estação.
6) Como publicado num comunicado assinado pela própria família Manfredini e por nós no dia 5 de setembro de 2009: “não existe Legião Urbana sem Renato, Dado e Bonfá”.
RENATO RUSSO = RENATO RUSSO
LEGIÃO URBANA = DADO VILLA-LOBOS + RENATO RUSSO + MARCELO BONFÁ”

Giuliano pode ser dono da marca Legião Urbana, mas não é dono da história da banda. Também não é dono dos direitos sobre a execução, a composição e até mesmo a imagem de tudo que Dado, Bonfá e mesmo Renato Rocha, que participou da banda por menos tempo, fizeram juntos.
Ao mesmo tempo, é filho de Renato, dono de tudo que o cantor deixou e deveria participar das questões.
Essa divisão é ruim para todos, especialmente para os fãs da banda. E o pior: talvez seja tarde de mais para reparar o problema.

Emir Ruivo é músico e produtor formado em Projeto Para Indústria Fonográfica na Point Blank London. Produziu algumas dezenas de álbuns e algumas centenas de singles. Com sua banda, Aurélios, possui dois álbuns lançados pela gravadora Atração. Seu último trabalho pode ser visto no seguinte endereço: http://www.youtube.com/watch?v=dFjmeJKiaWQ

O rock não morreu

[...] só mudou de lugar
Lá nas gringas, houve um período no qual o rock perdeu a ingenuidade. Os palcos foram ficando maiores, as drogas mais pesadas, as mortes dos artistas se tornando frequentes. Houveram retornos, tentativas de retomada da velha pureza. Veio o punk e derivados, com sua veia ainda mais transgressora. Mas mesmo ele foi incorporado.
As pessoas e os artistas começaram a notar que ir até os extremos tem um preço e tudo pode ser empacotado e vendido. Entre altos e baixos, o rock tomou as atuais proporções e ocupou os comerciais de quaisquer empresas que queiram ser um pouco mais descoladinhas. Os alarmes foram acionados nos corações das pessoas e parece que todo mundo está notando que tem algo errado.
O rock realmente parece um pouco mais morto.
Porém, talvez isso não seja tão verdade assim. É provável que, pelo contrário, o rock (aliás, não só ele) está, mais do que nunca, na linha de frente, na vanguarda de si próprio, nos lugares onde a vanguarda é feita: os pequenos bares, guetos e periferias.
Como Martin Scorsese diz em sua carta à sua filha, estamos em um dos melhores períodos da história para a criatividade e a arte. Temos equipamento acessível, podemos gravar material de qualidade dentro de casa, temos video-tutoriais por todo lado na internet.
Não faltam recursos, não falta o conhecimento. Porém, mais do que nunca, o fator humano conta. Os fatores limitantes não são mais tão logísticos.
O rock n’ roll sempre deu voz aos excluídos. Não que eles fizesse m rock, mas sempre falavam pra eles ou com eles. Jovens, trabalhadores, mulheres, indígenas mexicanos. A facilidade em tocar e absorver melodia e mensagem, a catarse de se cantar junto, de se movimentar, de inspirar e cuspir frustração e hormônio sempre foi o catalizador do rock.
Hoje, o rap, o hip-hop, o funk tomaram essas qualidades de assalto. Não confunda “não entendi” com “não gostei”. Se você não gosta desses novos estilos, é porque eles não são para você. Liberdade da sexualidade, o desabafo da violência na cidade, música “fácil” feita deles para eles.
O rock já foi assim um dia.
Hoje, o rock

Pou pori Bob Marley

Não viva para que a sua presença seja notada,
mas para que a sua falta seja sentida...
Há pessoas que amam o poder, e outras que tem o poder de amar.
Unidos venceremos! Divididos cairemos!

Vocês riem de mim por eu ser diferente,
eu choro por vocês serem todos iguais.
Sou louco porque vivo em um mundo que não merece minha lucidez...
Não sou nenhum anjo; sou filho da vida!
Para que levar a vida tão a sério,
se a vida é uma alucinante aventura
da qual jamais sairemos vivos?
Se Deus criou as pessoas para amar, e as coisas para usar.
porque amamos as coisas e usamos as pessoas?
Bob Marley

Corpo de Dominguinhos é levado de Paulista para Garanhuns


Os restos mortais do cantor, músico e compositor Dominguinhos, foram removidos na manhã de hoje quinta-feira (26) do Cemitério Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, e serão levados para sua cidade natal,Garanhuns, no Agreste do Estado, onde haverá novo sepultamento. O trajeto foi escoltado por batedores da Polícia Rodoviária Federal e seguido em comboio por parentes e amigos do músico.

Notas musicais: meia dúzia de versos inéditos de Djavan


  1. Terçã sabor de febriansã pêra uva ou maçã
  2. Canil cor de anil céu de barril azogue funilã
  3. Multa sem razão girafa de paixão e lá vai o avião
  4. Festa de São João fanta com limão vou soltar rojão
  5. Idade do mel sabor caracéu me vê um chop e dois pastel


Edsonaran

Canções: as excluídas

por Luis Fernando Veríssimo
O “Estado de S. Paulo” publicou uma lista de canções brasileiras pré-selecionadas pela Rádio Eldorado para seus ouvintes escolherem a melhor de todos os tempos, numa enquete cujo resultado final irá ao ar no próximo dia 7 de setembro. Não há muito o que discutir sobre as canções incluídas na lista pré-selecionada — mas sobre as excluídas há.

Compreende-se que na lista não haja mais músicas do Tom Jobim e do Chico Buarque. Afinal, seria difícil fazer uma relação das melhores canções brasileiras das últimas décadas que não fosse dominada pelo Tom e pelo Chico, o que só aumentaria o número das omitidas.
Mas por que nada do Lupicínio? Por que não mais Noel Rosa, como “Feitiço da Vila” e aquele samba que começa: “Não te vejo nem te escuto/o meu samba está de luto/eu peço o silêncio de um minuto”? Por que, além de “Primavera”, não entrou a tão ou mais bonita “Minha namorada”, do Carlos Lira? E, além de “Ronda”, “Volta por cima”, do Paulo Vanzolini?
Como os impressionistas barrados do Salão de Arte de Paris, que fizeram o seu próprio Salão dos Rejeitados, com mais sucesso do que o Salão oficial, faço, aqui, a minha lista de rejeitados,

Eu te desejo

Eu te desejo
Não parar tão cedo
Pois toda idade tem
Prazer e medo...

E com os que erram
Feio e bastante
Que você consiga
Ser tolerante...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar

Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um
Você possa confiar
E que tenha até
Inimigos
Prá você não deixar
De duvidar...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Eu desejo!
Que você ganhe dinheiro
Pois é preciso
Viver também
E que você diga a ele
Pelo menos uma vez
Quem é mesmo
O dono de quem...
Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar...
Eu desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar

Versos destemidos


Scott Walker lançou, no mês passado, o disco "Bish Bosch", terceiro de uma série que define sua fase mais madura: arranjos sombrios e vocal de ópera
Em sua carreira solo, trabalho do músico assume postura mais densa: vanguarda disfarçada de pop music

Basta um giro pela trajetória de Scott Walker para compreender a reverência que sua música inspira em jovens compositores. Em quase meio século de carreira, o cantor estadunidense foi de ídolo teen a trovador autoral. 

Seus hits com os Walker Brothers, mais conhecidamente "The Sun Ain´t Gonna Shine Anymore" (originalmente gravada por Frankie Valli e que ganhou versões por Cher e Keane), e seus primeiros trabalhos solos são marcos do pop dos anos 60 relembrados até hoje em estações de rádio saudosistas; os discos vanguardistas de sua fase madura vão do grotesco ao agonizante, trilhando uma tênue linha de poesia explorada em letras e arranjos viscerais que ecoam o lirismo das óperas de Alban Berg. 

É como se desde o fim dos Walker Brothers, em 1978, o barítono de Scott se transformasse em um quase tenor, rompendo a estratosfera pop, e indo parar em um mundo sideral no qual a física de hits não se aplica, mas as raízes de seu canto permanecem intactas. Escutá-lo flutuar por esse infinito de matéria negra é apreciar um raro artista popular que não perdeu uma fagulha sequer de sua chama criativa ao longo dos anos.

30 curiosidades sobre "Billie Jean"

1. A música foi mixada 91 vezes pelo produtor Bruce Swedien
2. Walter Yetnikoff, presidente da gravadora de Michael Jackson, ameaçou acusar a MTV americana de racismo quando a emissora mostrou resistência em divulgar o clipe de "Billie Jean", por ser estrelada por um artista negro.
3. Michael Jackson compôs "Billie Jean" enquanto dirigia seu Rolls-Royce. Ele ficou tão absorto na composição, que não notou que seu carro estava pegando fogo. Um motociclista o avisou do perigo.
4. Quincy Jones não queria que "Billie Jean" aparecesse no álbum "Thriller"
5. Jones odiava o baixo da canção
6. Ele também odiava a introdução da música
7. "Mas esse é o tempero. É isso que me faz querer dançar", respondeu Michael Jackson às críticas do músico.
8. Michael Jackson e Quincy Jones discordaram sobre o título da canção. Preocupado com a possibilidade de as pessoas confundirem o personagem da música com a tenista Billie Jean King, Jones queria que o single se chamasse "Not My Lover", mas Jackson ganhou a discussão.
9. No entanto, Michael não conseguiu os créditos de coprodutor da faixa, muito menos os royalties.
10. Michael Jackson cantou os vocais de "Billie Jean" em um tubo de papelão de seis metros de comprimento.
11. O primeiro "moonwalk" de Michael Jackson foi executado quando ele cantou "Billie Jean" no programa "Motown 25: Yesterday, Today, Forever".
12. Michael Jackson confessou a Daryl Hall que se inspirou na música "I Can't Go for That (No Can Do) da banda Hall & Oates para compor Billie Jean.
13. Nas gravações, Michael acertou os vocais em apenas uma tomada.
14. Os cabelos de Michael pegaram fogo durante as gravações de um comercial para a Pepsi, que tinha "Billie Jean" como trilha sonora.
15. "Billie Jean" foi a faixa que impulsionou o disco "Thriller", o álbum mais vendido de todos os tempos.
16. Michael Jackson explicou que "Billie Jean" é uma música sobre groupies. Ele escreveu a canção baseado na sua experiência com as fãs do "Jackson 5". "Naquela época, toda garota alegou que tinha um filho dos meus irmãos", disse Jackson.
17. Outra teoria para a música é que Billie Jean é uma pessoa real.
18. O biógrafo J. Randy Taraborrelli diz que Billie Jean é uma mulher que escreveu uma carta para Michael Jackson dizendo que ele era pai de um de seus gêmeos.
19. Depois de uma série de cartas, a mulher teria enviado um pacote que continha uma arma para Michael Jackson, dando instruções para que ele cometesse suicídio em determinada data, depois que ela e o bebê também estaria mortos.
20. Michael Jackson chegou a traçar um retrato falado da perseguidora que enviou o pacote para sua casa.
21. Um cover de "Billie Jean" foi gravado por Ian Borwn
22. O filhote de tigre que aparece no final do vídeo pertencia a Michael Jackson e se chamava Thriller
23. Michael Jackson não dança até metade do vídeo. Ele só começa as coreografias a partir de 2:31 do clipe.
24. A canção está na chave de F#menor
25. O código de barras  na capa do álbum continha sete dígitos e circularam boatos de que seria o número do telefone de Michael Jackson.
26. Chris Cornell também fez um cover, razoável, de "Billie Jean".
27. A música foi remixada por Kanye West
28. O manuscrito da letra de "Billie Jean" foi vendido por £24.984 em um leilão em 2012.
29. Um sample de "Billie Jean" foi usado na canção "Bright Lights at the Bigger City", do cantor Cee-Lo Green. Há vários mashups das duas músicas no Youtube.
30. Madonna cantou um trecho de "Billie Jean" no meio de "Like a Virgin" em sua primeira turnê

Sons do Rio chega a Iguatu

O Sons do Rio, projeto que buscou a divulgação e circulação da música cearense por cidades banhadas pelo Rio Jaguaribe, chega à sua última apresentação neste domingo, dia 16 de dezembro, na Praça da Matriz de Iguatu. 

A programação noturna começa às 19 hs, com o Concerto de Natal.

A festa [oficial] do fim do mundo

A Festa (Oficial) do Fim do Mundo

Tudo vai acabar em festa
A banda ½ Dúzia de 3 ou 4 quer lançar o seu 2º álbum, “O Fim está Próspero”, em uma baita festa e pra isso convidaram o André Abujamra pra dirigir o show de lançamento. Ele sugeriu transformar o espetáculo em uma grande e derradeira celebração: "Já que o mundo vai acabar, bora acabar em barranco!".

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Que falta Tim Maia faz...

Ele foi muitos em um só: um fanático por soul, funk — do verdadeiro funk, é sempre bom lembrar! — e rock que mudou completamente a cara da música brasileira em geral; um trapaceiro que não pensava duas vezes na hora de se dar bem em cima das pessoas que o rodeavam; um sujeito dotado de uma inteligência acima da média para certas coisas e de uma burrice atroz para outras; um verdadeiro "sacerdote do politicamente incorreto" quando o termo sequer existia; engraçadíssimo e furioso em momentos certos e errados; um malandro típico dos subúrbios cariocas; um cara repleto de vícios e manias; um gigante de corpo com a alma carente de uma criança abandonada; uma voz reconhecida até mesmo nos mais longínquos confins da galáxia. Tudo isto foi Tim Maia. Isto e muito mais... Continua>>>

Música independente brasileira

A nova música brasileira tá cheia de caras novas, tá cheia de música boa. Em um universo atual onde a arte independente pode aflorar cada vez mais, cheia de mecanismos e oportunidades, mais bons trabalhos tem surgido. 

Uma pequena grande parte dela quer se juntar ao grupo de músicos e bandas tupiniquins como A Banda Mais Bonita da Cidade, Banda Gentileza, Mão de Oito, Mila Ribeiro, Copacabana Club, Gisele De Santi, Ana Gilli, Antonio Loureiro, Trupe Chá de Boldo, Single Parents, que já financiaram seus cds, clipes e shows, coletivamente



Não Deixe o Apanhador Só
Depois de ter lançado seu 1º cd em 2010, ser indicado como reveleção no VMB 2011 e ser uma das bandas gaúchas com maior destaque no cenário de música independente brazuca, essa galera quer lançar seu 2º álbum no começo de 2013. O som é genial. As letras, profundas. E você pode até colaborar e ganhar um show acústico-sucateiro na sua casa.
Apanhador Só - Segundo Álbum
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