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Papa Francisco: fofo e paciente

por Zuenir Ventura
O Papa Francisco, que por um engano de trajeto acabou nos braços do povo, vai encontrar um país onde há descrença na política e uma igreja às voltas com um preocupante declínio. Segundo pesquisa do Datafolha, os católicos ainda são maioria, mas já foram bem mais do que os 57% registrados agora. Em 2007, eram 64%, e há 20 anos, 75%, enquanto cresce o número dos evangélicos, uma concorrência difícil de enfrentar, já que eles praticam uma religião-espetáculo mais midiática, que oferece a preços variados recompensas imediatas aqui na Terra, não só no céu.
Em relação aos políticos, o seu choque cultural vai ocorrer quanto aos costumes. Habituado à simplicidade e à moderação, o Jorge Bergoglio, que como cardeal andava de ônibus, e o Francisco, que, como Pontífice, trocou os trajes alegóricos pela batina branca, o sapato vermelho pelo preto, a pompa pelo despojamento, vão estranhar que no Brasil parlamentares e governantes prefiram a mordomia de pegar carona em avião e helicóptero oficiais.

A propósito, dificilmente um político brasileiro passaria pelo teste de popularidade a que foi submetido o Papa logo depois de chegar. Aconteceu quando o carro que o conduzia tomou uma pista errada no Centro da cidade e acabou preso no trânsito, ficando imobilizado por alguns minutos. Imediatamente cercado por uma multidão comovida e excitada, tentando tocá-lo de qualquer maneira, a cena deixou os seguranças tensos com o que poderia acontecer.

Assistiu-se, então, a um impressionante e inesperado espetáculo, nunca visto nas ruas do Rio. Sereno e sorridente, sem levantar o vidro que manteve o tempo todo aberto, Francisco parecia achar tudo natural, até mesmo quando, além de mãos e braços, enfiaram pela janela um bebê para que ele beijasse e benzesse.

A tolerância do Papa seria mais uma vez posta à prova no Palácio Guanabara, quando resistiu sem cochilar ao interminável discurso da presidente Dilma, que, em vez de dar rápidas boas-vindas a um viajante exausto, fez um relatório do tipo “olha, Santidade, como estamos trabalhando”.

A fala do nosso visitante foi mais curta e mais interessante, com tiradas dignas do grande comunicador que é. Foi muito aplaudido quando disse: “A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo.” “Cristo bota fé nos jovens.” Por tudo isso, acho que a melhor definição dele foi dada por uma dessas garotas peregrinas que enfeitaram a cidade nestes dias: “O Papa é muito fofo.” E paciente.

Pela disposição à solidariedade e o gosto pela vida, a francesa Claude Amaral Peixoto foi uma das mais autênticas cariocas que conheci. O Rio do encontro e da celebração vai sentir muito a sua falta.

Papa Francisco é um Pastor Feliciano com mais poder

Os evangélicos estão sendo injustiçados. O tsunami de críticas que atingiu Marco Feliciano, Silas Malafaia e demais líderes evangélicos fundamentalistas se aplica ao papa Francisco e à Igreja Católica. Explico: as mesmas bandeiras conservadoras levantadas pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos do Congresso estão no centro da atuação da igreja católica há séculos. E o argentino Mario Bergoglio, agora chamado de Francisco, comunga destes ideais e não se mostra disposto a alterá-los. Pelo contrário.
Vamos por partes:
Primeiro, a homofobia
Muito se reclamou da atuação de Feliciano contra os direitos fundamentais dos homossexuais. A coleção de frases e a atuação do pastor não deixam dúvidas quanto à sua posição. Como é sabido, a igreja católica igualmente condena a homossexualidade, e considera pecado o amor da população LGBT.
O próprio Francisco, pessoalmente, demonstra preocupação com o que chama de “lobby gay” no Vaticano. Conforme revelou o site católico Reflexión y Liberación, o pontífice afirmou o seguinte em uma audiência recente com a diretoria da Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos: “Na Cúria há gente santa de verdade. Mas também há uma corrente de corrupção, é verdade. Fala-se de lobby gay, e é verdade, ele está aí... temos que ver o que podemos fazer”.
Em entrevista para o livro “Religiões e política”, o deputado do PSC-SP afirmou o seguinte: “Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo; [assim] você destrói a família, cria-se uma sociedade só com homossexuais, e essa sociedade tende a desaparecer, porque ela não gera filhos”.

Papa Francisco: dirigentes devem servir aos pobres

Na véspera da chegada ao Brasil, o papa Francisco deu ontem o tom de sua mensagem ao País ao dizer que, para que sejam bons cristãos, dirigentes, cidadãos e mesmo religiosos têm a obrigação de se aproximar e “servir aos pobres” tanto na oração como em ações concretas. Falando a milhares de pessoas sob o sol do meio-dia em Roma, durante o Ângelus, Francisco ainda pediu aos fiéis na Praça São Pedro que “orem” por ele, informa o enviado especial Jamil Chade. 

“Peço que me acompanhem espiritualmente com a oração em minha primeira viagem apostólica que começa amanhã”, disse, arrancando aplausos dos brasileiros. 

Francisco deixou Roma às 8h35 de hoje e desembarca às 16 horas no Galeão, no Rio.

Jacob Barata será sócio do Papa Francisco

NÁPOLI - O consórcio que administra o Rio de Janeiro anunciou que Jacob Barata terá 51% dos direitos de exploração do Papamóvel enquanto o veículo circular pela cidade. "Implementaremos um taxímetro turbinado pela cooperativa do Santos Dumont, que calculará a tarifa", assegurou o secretário de transportes Julio Lopes Barata Odebrecht Batista.

Para tanto, será construído um Barata Rapid Transit, BRT, de forma que o Papamóvel possa transitar sem os incômdos das manifestações. "Caso os vândalos insistam em depredar a reputação da honrada família Barata, o BOPE está autorizado a usar spray de Baygon", explicou o secretário.

O consórcio também aprovou uma lei estadual que confere a Jacob Barata o direito de ser o fornecedor exclusivo de bicicletas, skates, patins, patinetes e tênis para jogging na cidade. "Os passeios pela orla precisavam de um Choque de Ordem há muito tempo. Estava tudo uma bagunça, cada um levando seu veículo de casa", esclareceu Eduardo Paes.

No final do dia, ficou acertado que Barata terá o direito de explorar as passeatas pela Rio Branco. Marcelo Freixo foi visto caminhando pelo Copacabana Palace com um chinelo na mão.

Católicos exigem redução do dízimo em 20 centavos

Papa Francisco aprovou uma PEC para alterar a Bíblia 
LIMBO - Milhares de católicos partiram em romaria para a cidade de Aparecida com o intuito de pedir melhorias nos serviços celestiais. "Oramos e pagamos nosso dízimo e ainda temos que passar pelo Purgatório? Queremos passe livre para o Paraíso", disse um coroinha. Ao seu lado, um político erguia um cartaz: "Pelo fim do Inferno". "Da Copa, da Copa eu abro mão, eu quero é ir pro céu sem pedir nenhum perdão", cantava.

Indignado, um grupo de católicos da USP tentou ampliar o debate: "Não é só pelos 20 centavos. É pelo direito de usar camisinha, casar com pessoas do mesmo sexo e fumar a erva que eu quiser", reivindicavam.

No final da manifestação, uma pequena minoria de radicais da Opus Dei atirou hóstias em policiais, borrifou sprays de água benta em filisteus e lançou salmos na direção de ateus desprevenidos.

A Igreja e o pecado da usura

O papa Francisco participou, dia 10, da primeira reunião do comitê que investiga negócios obscuros do Instituto para as Obras da Religião (IOR), o Banco do Vaticano. Os problemas multiplicaram-se desde que o papa criou o comitê, em 26 de junho último.



No dia 28, um clérigo ligado à instituição foi preso por ajudar a contrabandear para a Itália 20 milhões de euros (26 milhões de dólares) vindos da Suíça. Alguns dias depois, dois dos principais gerentes do banco renunciaram em meio a uma investigação de lavagem de dinheiro.

A entidade é conhecida por negócios escusos há décadas, o mais notório ocorrido há 31 anos, quando esteve envolvido na falência do Banco Ambrosiano, então o maior banco privado da Itália. Roberto Calvi, presidente do Ambrosiano, foi enforcado na ponte Blackfriars (freis negros) de Londres em junho de 1982. Ninguém foi condenado pelo crime, que inspirou uma das passagens do filme O Poderoso Chefão III, de Francis Ford Coppola (1990). Há insinuações de que o breve papado de João Paulo I (morto apenas 33 dias após assumir o cargo) e a eleição de seu sucessor, Karol Wojtyla – que está para ser nomeado santo pelo papa Francisco –, foram consequência da disputa pelo controle do banco. 

O IOR dispõe de 5 bilhões de euros divididos em 34 mil contas de cerca de 25 mil entidades diferentes. Cerca de 77% de seus clientes estão na Europa e 7% no Vaticano. Tem somente 112 empregados, todos católicos praticantes confessos, embora o cardeal brasileiro Odilo Pedro Scherer diga que "anjos nem sempre trabalham nessas instituições. A tentação às vezes os leva a cometer delitos". Bem, se até Deus caiu em tentação e supliciou o fiel Jó (veja o Livro de Jó, no Antigo Testamento), o que não dizer de bancários católicos praticantes confessos...

Segundo arqueólogos, foram os fenícios os primeiros a realizar operações bancárias. O nome banco foi adotado pelos romanos: a palavra significava a mesa em que as moedas eram trocadas (câmbio) e os cambistas aceitavam depósitos e faziam empréstimos. Quando o empreendimento não prosperava, a mesa era quebrada, de onde a expressão "bancarrota".
A relação das várias crenças com o dinheiro é contraditória. Em passado distante, na Babilônia, o dinheiro tinha certo caráter sagrado e era confiado aos sacerdotes nos templos. Naqueles entonces já existiam pessoas que emprestavam, tomavam emprestado e guardavam dinheiro de outros.

Jacques Attali, em Os Judeus, o Mundo e o Dinheiro, escreve que para os judeus, é desejável ser rico, a riqueza é um meio para melhor servir Deus. Qualquer pessoa pode gozar do dinheiro bem ganho. Morrer rico é uma bênção, desde que o dinheiro tenha sido adquirido moralmente e que se tenha cumprido com todos os deveres para com os pobres da comunidade – note-se que esta argumentação é de certa maneira adotada pela chamada “teologia da prosperidade” dos cristãos evangélicos. 

Já a Igreja Católica, na Idade Média, quando era dominante na Europa, condenava o empréstimo de dinheiro a juros como pecado. Isso fez com que os judeus, na Idade das Trevas, fossem os únicos a, abertamente, emprestar o dinheiro, assunto tratado por Shakespeare no Mercador de Veneza (nesta cidade surgiu o primeiro banco de depósitos, na Itália, no século XII).

Os cristãos medievais se baseavam em algumas passagens do Novo Testamento. Em Mateus 19,22-24, Jesus diz a um jovem rico: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!” Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens. Jesus disse então aos seus discípulos: “Em verdade vos declaro: é difícil para um rico entrar no Reino dos céus! Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”.

Em Lucas 16, 13, Jesus diz “Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.

Mas o tempo passa, o tempo voa e, durante a II Guerra Mundial, em 1942, o papa Pio XII fundou o Banco do Vaticano, e o resultado tem sido essa sucessão de escândalos, alguns dos quais despontam agora. Como escreveu Bertolt Brecht na ópera dos três vinténs:

“O que é roubar um banco comparado com fundá-lo?” 
Carlos Pompe

Hipocrisia pura

A imagem abaixo desnuda todos os discursos hipócritas do Papa Francisco

  • "evitem a lógica do poder humano"
  • "o perigo de pensar de uma forma mundana"
  • "uma Igreja pobre para pobres"
Alguém pensa que esses dourados da foto é tinta, folheados a ouro?...
Alguém pensa que o cordão, os anéis e pulseiras que o Papa usa são bijuterias?...

São não meus amigos. É tudo ouro puro, maciço.
Diamantes, pérolas e todo tipo de joias que você possa imaginar, no Vaticano tem.

Portanto, quer sustentar o luxo da Igreja? Sustente. Mas, que não venha tentar me convencer a pagar dízimo em nome dos pobres.

Quando eu tiver de fazer caridade, faço diretamente. Sem intermediários.

Passar bem. 

Esta postagem dedico a um arrecadador de fundos para obras de caridade que tentou conseguir algum trocado meu.


Sobre o novo Papa


Apesar de não ser um especialista no mundo católico, arrisquei essas mal-traçadas sobre o novo papa, sua trajetória e o papel que está chamado a cumprir. Meu ponto de vista é simples: tal como ocorreu em 1978, com a entronização de Karol Wojtyla, novamente o conservadorismo católico tem que se reinventar para sustar a sangria de sua influência nos assuntos mundanos e da fé. 

Para quem quiser ler e compartilhar, abaixo segue o link: