Paulo Coelho: o momento da aurora

Durante o Fórum Econômico de Davos, o prêmio Nobel da Paz Shimon Peres contou a seguinte história:

Um rabino reuniu seus alunos, e perguntou:

- Como é que sabemos o exato momento em que a noite acaba e o dia começa?

- Quando, à distância, somos capazes de distinguir uma ovelha de um cachorro - disse um menino.

O rabino não ficou contente com a resposta.

- Na verdade - disse outro aluno - sabemos que já é dia quando podemos distinguir, à distância, uma oliveira de uma figueira.

- Não é uma boa definição.

- Qual a resposta, então? - perguntaram os garotos.

E o rabino disse:

- Quando um estrangeiro se aproxima, e nós o confundimos com o nosso irmão, este é o momento em que a noite acabou e o dia começa.

Vôo do Beija Flor


Elisa Cristal

Os Trolls

Definição

Um Troll, na gíria da internet, designa uma pessoa cujo comportamento tende sistematicamente a desestabilizar uma discussão, provocar e enfurecer as pessoas envolvidas nelas. O termo surgiu na Usenet, derivado da expressão trolling for suckers (lançando a isca para os trouxas), identificado e atribuído ao(s) causador(es) das sistemáticas flamewars. O comportamento do troll pode ser encarado como um teste de ruptura da etiqueta, uma mais-valia das sociedades civilizadas. Perante as provocações insistentes, as vítimas podem (ou não) perder a conduta civilizada e envolver-se em agressões pessoais.

Formas de agir

Há trolls de todo tipo, desde o mais ignorante e rude que xinga e provoca floods, até o mais apto intelectualmente que discursa com o objetivo de desestabilizar o interlocutor e levá-lo a fúria para depois desqualificá-lo, matando seu argumento e abalando sua reputação num forum. Para o troll, a reação a um comentário polêmico é considerada uma diversão, uma forma de extrair prazer na indignação das pessoas e observar seu desequilíbrio emocional e mental.

Há várias sistemáticas desenvolvidas por trolls para atuar num fórum de Internet, entre elas: 

  • Jogar a isca e sair correndo: consiste em postar uma mensagem de polêmica muito grande já esperando uma grande reação de cadeia e flame war. Porém o troll não se envolve mais na discussão ele some após a mensagem post original e se diverte com a repercussão. Uma forma mais branda é postar noticias polêmicas só para observar a reação da comunidade.
  • Induzir a baixar o nível: alguns trolls testam a paciência dos interlocutores, induzem e persuadem a pessoa a perder o bom senso na discussão e apelar para baixaria e xingamentos. Com isso, o troll "queima o filme", consegue que a pessoa se auto-difame na comunidade por ter descido a um nível tão baixo.
  • Repetência de falácias: outro método usado que induz ao cansaço, aqui o troll repete seu conjunto de falácias até que leve seu interlocutor à exaustão, vencendo a discussão por abandono do oponente.
  • Desfile intelectual: um troll pode ter bom nível intelectual, vocabulário sofisticado diante dos outros discursantes, desfilar referências e contradizer os argumentos dos rivais por conhecimento e pesquisa, muitas vezes os expondo ao ridículo e questionando sua formação educacional.
  • Transpor autoria: é muito comum também um troll acusar sua vítima de ser um troll para tirar de sí a identificação como tal, abrindo caminho para alternativas anteriores. Continua>>>

Clipping

Crônica semanal de Luis Fernando Veríssimo

Ninguém é mais direitista do que um ex-esquerdista. Talvez porque a desilusão com as promessas nunca realizadas da esquerda se misture com a necessidade do novo direitista de exorcizar seu passado, de se auto punir pela sua ingenuidade.
Para repudiar o que era, o ex-esquerdista precisa arrasar o que era. Como está também arrasando o seu passado, a sua juventude e o tempo que perdeu acreditando em coisas como igualdade, solidariedade e a redenção da humanidade, não admira que sua crítica à esquerda seja tão ácida. Está lamentando a si mesmo, o que só aumenta sua raiva.
O adágio, tão repetido, segundo o qual quem não é de esquerda até uma certa idade não tem coração e quem não é de direita depois não tem cérebro, equipara a migração da esquerda para a direita como uma conquista da sabedoria.
Idealismo, crença em justiça social etc. seriam coisas que iríamos largando pelo caminho rumo à maturidade, junto com outras baboseiras juvenis. Não se tem notícia de uma migração ao contrário, de direitistas que voltam a ser esquerdistas, até como uma forma de recuperar a juventude.
E esquerdistas que continuam esquerdistas apesar de já terem idade para se darem conta do engano são alvos prioritários do escárnio dos convertidos. Ainda têm coração, os inocentes.
Os neoconservadores que levaram a política externa americana a sucessivos desastres nos últimos anos têm este nome porque muitos deles foram trotskistas na juventude. Abandonaram o internacionalismo trotskista e inauguraram o ultranacionalismo do “século americano”, e continuam influentes, mesmo sob o governo do Obama.
Os ex-trotskistas odeiam o que foram um dia, e seu conservadorismo ativo é uma forma de expiação. Caso notório de conversão foi a do escritor John dos Passos, ex-comunista e autor de alguns livros memoráveis de crítica social, que acabou seus dias quase como uma caricatura de direitista americano, com bandeira na frente da casa e tudo.
Para quem ainda se considera de esquerda, apesar das desilusões e de um coração combalido, o rancor dos convertidos tem seu lado positivo. Mostra que a esquerda ainda existe, logo chateia. Ou chateia, logo existe.

Quem são estes " Jornalistas"

JORNALISTAS QUE TRABALHAM PARA EMPRESAS OU POLÍTICOS SÃO ASSESSORES DE COMUNICAÇÃO, DEVERIAM TER POR OBRIGAÇÃO POR O NOME DE QUEM REPRESENTAM. POIS JÁ QUE SUA MATÉRIA NÃO É DE SERVIÇO PÚBLICO , NEM INVESTIGATIVO E SIM DIVULGAÇÃO . NÃO SE PODE CONFIAR EM UM PROFISSIONAL QUE DIVULGA UMA INFORMAÇÃO E RECEBE EXCLUSIVAMENTE PARA ISTO , OU SEJA SUA MATÉRIA É PARA RECURSOS PRÓPRIOS.

O QUE FAZ O JORNALISTA?


O papel social do jornalista é transmitir a verdade, a partir da apuração dos fatos e do acompanhamento de assuntos de interesse público, utilizando os diversos meios de comunicação, para fazer chegar à sociedade a notícia, com credibilidade, agilidade, visão crítica e consciência da realidade em que vivemos.

Clara Gentil

IstoÉ a Onestidade tucana

Em meio ao quase total silêncio do resto da grande imprensa sobre a denúncia de cartel no Metrô de São Paulo, sob gestão do PSDB, a revista IstoÉ desta semana traz reportagem de capa para o assunto: “O propinoduto do tucanato paulista”.

“Um propinoduto criado para desviar milhões das obras do Metrô e dos trens metropolitanos foi montado durante os governos do PSDB em São Paulo. Lobistas e autoridades ligadas aos tucanos operavam por meio de empresas de fachada”, diz a revista.

A reportagem traz detalhes que até agora eram desconhecidos e mostram que o escândalo é ainda mais grave do que se conhecia. A Siemens denunciou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) um esquema de propina, do qual fazia parte, para desviar verba das obras do Metrô e da CPTM, diz a IstoÉ.

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“Em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos, a empresa revelou como ela e outras companhias se articularam na formação de cartéis para avançar sobre licitações públicas na área de transporte sobre trilhos.”
Segundo a revista, os empresários admitiram ter manipulado licitações e corromperam políticos e autoridades ligadas ao PSDB e servidores públicos de alto escalão.


“O problema é que a prática criminosa, que trafegou sem restrições pelas administrações de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, já era alvo de investigações, no Brasil e no Exterior, desde 2008 e nenhuma providência foi tomada por nenhum governo tucano para que ela parasse. Pelo contrário. Desde que foram feitas as primeiras investigações, tanto na Europa quanto no Brasil, as empresas envolvidas continuaram a vencer licitações e a assinar contratos com o governo do PSDB em São Paulo.”

Conexões em paraísos fiscais

A IstoÉ conta que o Ministério Público da Suíça identificou pagamentos a personagens relacionados ao PSDB realizados pela francesa Alstom – que compete com a Siemens na área de maquinários de transporte e energia – em contrapartida a contratos obtidos. Somente o MP de São Paulo abriu 15 inquéritos sobre o tema.

“Agora, diante deste novo fato, é possível detalhar como age esta rede criminosa com conexões em paraísos fiscais e que teria drenado, pelo menos, US$ 50 milhões do erário paulista para abastecer o propinoduto tucano, segundo as investigações concluídas na Europa.”

A reportagem mostra que as provas oferecidas pela Siemens e por seus executivos ao Cade são contundentes. Entre elas, consta um depoimento bombástico prestado no Brasil em junho de 2008 por um funcionário da Siemens da Alemanha.

A IstoÉ teve acesso às sete páginas da denúncia. “Nelas, o ex-funcionário, que prestou depoimento voluntário ao Ministério Público, revela como funciona o esquema de desvio de dinheiro dos cofres públicos e fornece os nomes de autoridades e empresários que participavam da tramoia. Segundo o ex-funcionário cujo nome é mantido em sigilo, após ganhar uma licitação, a Siemens subcontratava uma empresa para simular os serviços e, por meio dela, realizar o pagamento de propina”.