O depois da "crise"

A crise que levou à demissão do Ministro Antonio Palocci foi, sem dúvida, a primeira crise que o governo Dilma teve de enfrentar.

E não é de todo mau que tenha acontecido, porque é das crises que retiramos boa parte do nosso aprendizado e, com isso, nos fortalecemos.

Afinal, não foi da crise de 2005, que vitimou personagens importantes e próximos de Lula – o próprio Palocci e José Dirceu – que o seu Governo cresceu e ganhou identidade política, tanto que o conduziu à reeleição e revelou ali a sua sucessora, a própria Dilma Rousseff?

Agora, como antes, a crise é feita mais de versões do que de fatos. Aliás, esta não tem fato algum.

Os fatos, já escrevi antes, tem uma importância relativa na política.

Eu sugiro aos meus amigos comentaristas do blog que tenham grande cabeça fria, neste momento.

Em política existem duas posições, que dependem – mas também independem – do formal.

Claro que o ministro Palocci foi derrubado pela mídia.

Como, é claro, a candidatura Dilma também o teria sido, ou alguém o duvida?

A crise de Lula talvez possa demonstrar a Dilma que existe uma palavra chave que nos permite enfrentá-la.

Identidade.

Identidade nada tem a ver com uma forma radical de agir, e eu apanho muito aqui por não assumir essa forma.

Tem a ver com colocarmos em primeiro lugar, em nossos atos – e também na maneira de expo-los, os nossos compromissos.

Quais são eles?

O primeiro, que é a essência, a elevação dos padrões de dignidade e realização do povo brasileiro.

Só um energúmeno e um insensível não sabe o que é ter a possibilidade de dar o “dicumé” a seus filhos, não poder lhes dar escolas, não poder lhes dar futuro, uma profissão, um emprego, um futuro.

Esta é nossa grande guerra e quem por ela perecer, nem que seja nos embates políticos, tem um estandarte a conduzir.

O segundo, que é a forma de alcançar o primeiro, é o nosso crescimento econômico, é nossa afirmação como país que, um dos raros no mundo, tem riqueza humana e natural para ascender, para pretender um desenvolvimento, senão autóctone, independente, soberano.

Olhem para o Brasil e vejam se o que há de diferente aqui do que são os Estados Unidos ou a China não é apenas uma elite que desejou e deseja apenas ser colônia, com uma alma subalterna e cortesã, incapaz de considerar que podemos ter um destino próprio?

O terceiro – ah, meus amigos, como este é essencial, também – é nossa alegria, nossa voluptosidade, nossa ânsia de sermos o que podemos ser, nossa capacidade de, sem ódio e sem rancores, dizermos que não queremos mais ser aquilo a que nos reduziram por décadas.

Nós não estamos no governo para nos desculpar, para nos explicarmos, para gaguejarmos. Aqui estamos para afirmar, para apontar caminhos, para mostrar rumos, para demonstrar que a submissão mental que nos impuseram é um crime quase tão grande quanto a escravatura, quando nos determinam que sejamos inferiores por sermos brasileiros, como antes afirmavam que os negros o eram.

Aqui e ali, o Governo Dilma pode ter errado na administração do “timming” desta crise. Não errou, porém, nos princípios.

Certo que foi uma crise construída pela mídia, por situações que, em outros governos, nunca foram motivo de questionamento.

Mas governar é mesmo assim e manobrar o “varejo” irrelevante da política de olhos postos no destino estratégico.

Ainda teremos dias de agitação midiática. Devemos, porém, conservar a serenidade.

Não temos como líder uma neófita na política, mas uma mulher que tem 40 anos de militância, nas condições mais adversas que se possa imafinar. E, ao lado dela, um homem que, há quase tanto tempo, sabe que é preciso ceder, negociar – às vezes até recuar – no que é secundário para avançar no principal.

O mundo não é a blogosfera, nem nossas opiniões, nem também a mídia. O mundo é a vida real, os sucessos e revezes que tivermos naqueles objetivos de que, antes, falei.

Porque, como se deve sempre nas crises consultar os poetas, valem os versos do amazonense Thiago de Mello: Quem sabe onde quer chegar, escolhe o caminho certo e o jeito de caminhar.

Tijolaço

Judiciário o mais corrupto dos poderes

É por decisões como a de anular a Operação Satiagraha que a afirmação acima é verdade pura. Faz tempo que sei disto e afirmo e reafirmo...


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou hoje (7) a Operação Satiagraha da Polícia Federal e seus desdobramentos, atendendo a um habeas corpus do banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity.
Os ministros da Quinta Turma entenderam, por maioria de 3 votos a 2, que a operação foi comprometida devido à participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na operação. O episódio resultou na condenação de Dantas a 10 anos de prisão por corrupção.
O julgamento começou em março, com o voto do relator, Adilson Macabu, pela anulação da Satiagraha. Ele defendeu que “as provas estão maculadas desde o início” pela participação da Abin e foi acompanhado pelo ministro Napoleão Nunes. O julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Gilson Dipp, e voltou a plenário no dia 5 de maio, com voto divergente de Dipp, que entendeu que a operação não deveria ser invalidada.
Mais uma vez, o julgamento foi interrompido por um pedido de vista da ministra Laurita Vaz, que trouxe seu voto hoje e acompanhou Dipp. Coube ao ministro Jorge Mussi dar o voto de desempate. Ele lembrou que a própria Polícia Federal afirmou que Abin atuou "oculta" na operação e lembrou que o Ministério Público Federal deu parecer favorável à concessão do habeas corpus a Daniel Dantas.

Ghost Writer Copidesque Revisão

A clareza editorial no seu texto que todo editor deseja ver quando recebe um original

Podemos escrever o texto todo para você ou ao apenas melhorar o que você já tem escrito.

Atuando como ghost writer, copidesque e revisores, faremos de tudo para aperfeiçoar suas ideias e também seus textos.

Não sabe muito bem do que se trata? Então leia abaixo.

Se o tempo, o trabalho, não o deixam desenvolver um texto que esteja à altura de sua ideia. Ou se ainda percebe que o texto elaborado por você parece imaturo ou com detalhes que podem comprometer a sua aceitação em uma editora, entramos para mudar isso. Ou mesmo para publicação independente, é melhor ter um texto coeso e com elementos que façam o leitor ver em você um escritor em potencial.  E é nisso que trabalhamos.

Como não perder um texto escrito, mas que demonstra deficiência? Como não desperdiçar um enredo. E uma trama? Nesse momento entra o trabalho de copidesque. O texto  muitas vezes precisa ser reestruturado. Em frases mais coesas, em escolha de palavras.  Como também a análise da premissa, elementos de suspense/ suspensão. Fazer o leitor querer ir para outra página depende de ritmo, e ritmo é estrutura, síntese, sintaxe em harmonia com o que se conta.

O preço da revisão 1,70 a página de 1200 caracteres. Mas visite a página www.revisaoestilo.blogspot.com e veja um pouco mais.

 Adolfo Wilde

Henrique Almer


Twitter em português

Usuários brasileiros do Twitter, oremos. O microblog liberou uma atualização que está dando o que falar. Agora, a língua portuguesa está disponível para os usuários, transformando termos já clássicos como “Unfollow” em “Deixar de seguir”.

Quer testar o Twitter em português? Moleza:
1) Vá em Settings (clique na sua foto, no canto alto da tela do Twitter)
2) Selecione o idioma.
3) Clique em ‘Save’, no final da página. Ele vai pedir a confirmação da senha. Basta digitá-la.
Pronto!

Algumas das traduções do Twitter:
Tweet ->  Tweetar
Follow -> Seguir
Unfollow -> Deixar de seguir
Trending Topics -> Tópicos da tendência
Retweet -> Retweetar
E aí? O que você achou da tradução do Twitter para nossa língua?

Direito de greve

[...] dos bombeiros do Rio de Janeiro e a liberdade nossa de cada dia

Por Dida Figueiredo, pesquisadora do Ibase, no Brasil de Fato

Em vez de serem apenas livres, esforcem-se/Para criar um estado de coisas que liberte a todos/E também o amor à liberdade/Torne supérfluo! (Bertolt Brecht)

Ser livre é uma condição de existência que nenhum entre nós aceitaria abrir mão. A liberdade, em seus múltiplos significados, é um valor exaltado como singular e essencial, especialmente, em sociedades que se pretendem democráticas.

A liberdade é também um direito. Um direito fundamental! O artigo 5º de nossa Constituição assegura serem todos e todas iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza e dentre os direitos fundamentais exaltados em seu caput (início) está a liberdade.
Esse mesmo artigo determina que ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. Sim, a Constituição trata cidadãos civis e militares de forma diferente. Resquícios de um estado no qual vicejava uma ditadura militar ou necessidade de defesa? Há divergências. O que nos importa questionar neste momento é: até onde vai essa diferença?  Podem 439 cidadãos serem presos pelo exercício de outro direito fundamental?

A mesma Constituição assegura, em seu artigo 9º, no qual também se enumeram, de modo não-exaustivo, direitos fundamentais: o direito de greve. Diz a norma, é “assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”. Na falta de uma legislação específica por quase 20 anos vicejou a polêmica sobre o direito de greve dos servidores públicos. Até que, em 2007, o Supremo Tribunal Federal, através dos Mandados de Injunção 670 e 708, definiu que na falta de lei específica o Congresso Nacional deveria criar a lei em 60 dias e se não o fizesse seriam aplicados aos servidores públicos as mesmas regras dos empregados privados (lei 7.783/89).

A lei 7.783/89 trata especificamente do direito de greve e, dentre outras determinações, reconhece que se considera “legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador”, bem como que é válido “o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve”.

Os bombeiros do Rio de Janeiro estão lutando pelas melhorias de suas condições de trabalho. Suas reivindicações se referem ao direito à saúde (protetor solar) e direito ao trabalho (vale transporte e aumento do piso salarial que hoje é de R$ 950,00). As manifestações tomaram contornos dramáticos neste final de semana.

Há vários meses os bombeiros fluminenses tentam negociar melhores condições de trabalho sem sucesso. Há mais de dez dias, promovem manifestações pacíficas nas quais solicitam serem ouvidos pelo governador Sergio Cabral.  Em protesto por não verem seus pleitos serem negociados, ocuparam o quartel central do Corpo de Bombeiros na sexta-feira. Diante da intransigência do governo do Estado, que exigia a saída deles do local sem assegurar qualquer diálogo, resolveram permanecer. O protesto era pacífico, nenhum bombeiro havia cometido qualquer ato de violência. Alguns estavam na companhia de suas esposas e filhos. No sábado pela manhã, a Polícia Militar invadiu o Quartel, lançando bomba de efeito moral e gás lacrimogêneo nos manifestantes. Duas crianças foram socorridas por terem se intoxicado. O clima se tornou tenso e houve danos ao patrimônio do quartel. Quem provocou tais danos? Os bombeiros que reagiram quando atacados de forma inesperada, ou o próprio efetivo do Bope ao praticar a invasão?

Ao todo, 439 bombeiros permanecem detidos e sem comunicação com seus advogados. O Presidente da OAB/RJ, Wadih Damous , criticou publicamente a dificuldade de acesso dos advogados aos bombeiros. Alega-se que podem chegar a serem punidos com 12 anos de prisão. Talvez mais. São acusados de motim, danos ao bem público e impedimento de socorro. De acordo com o Código Penal Militar, o motim  deve ser punido com reclusão de 4 a 8 anos, o dano de bem público  com detenção de 6 meses a 3 anos, e o impedimento de socorro  com reclusão de 3 a 6 anos.

Pela janela

Dois homens seriamente doentes estavam na enfermaria de um grande hospital. O cômodo era bem pequeno e nele havia uma janela que dava para o mundo. Um dos homens tinha, como parte do seu tratamento, permissão para sentar-se na cama por uma hora durante as tardes (algo que tinha a ver com a drenagem de fluido de seus pulmões). Sua cama ficava perto da janela.
O outro, contudo, tinha de passar todo o seu tempo deitado de barriga para cima. Todas as tardes, quando o homem cuja cama ficava perto da janela era colocado em posição sentada, passava o tempo descrevendo o que via lá fora.
A janela dava para um parque onde havia um lago. Havia patos e cisnes no lago, e as crianças iam atirar-lhes pão e colocar na água barcos de brinquedo. Jovens namorados caminhavam de mãos dadas entre as árvores, e havia flores, gramados e jogos de bola. E ao fundo, por trás da fileira de árvores, avistava-se o belo contorno dos prédios da cidade.
O homem deitado ouvia o sentado descrever tudo isso, apreciando todos os minutos. Ouviu sobre como uma criança quase caiu no lago e sobre como as garotas estavam bonitas em seus vestidos de verão. As descrições do seu amigo eventualmente o fizeram sentir que quase podia ver o que estava acontecendo lá fora...
Então, em uma bela tarde, ocorreu-lhe um pensamento: Por que o homem que ficava perto da janela deveria ter todo o prazer de ver o que estava acontecendo? Por que ele não podia ter essa chance? Sentiu-se envergonhado, mas quanto mais tentava não pensar assim, mais queria uma mudança. Faria qualquer coisa!
Numa noite, enquanto olhava para o teto, o outro homem subitamente acordou tossindo e sufocando, suas mãos procurando o botão que faria a enfermeira vir correndo. Mas ele o observou sem se mover... mesmo quando o som de respiração parou. De manha, a enfermeira encontrou o outro homem morto e, silenciosamente, levou embora o seu corpo.
Logo que pareceu apropriado, o homem perguntou se poderia ser colocado na cama perto da janela. Então colocaram-no lá, aconchegaram-no sob as cobertas e fizeram com que se sentisse bastante confortável. No minuto em que saíram, ele apoiou-se sobre um cotovelo, com dificuldade e sentindo muita dor, e olhou para fora da janela.
Viu apenas um muro...
fisgado do Blogando na madrugada

Energia para usar e vender


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Capa do Plano Decenal de Energia
O Plano Decenal de Energia para o período 2011-2020 - que contempla investimentos de mais de R$ 1 tri ao longo da década - traz a melhor notícia dos últimos tempos. Ele prevê que a produção de petróleo no País deverá quase triplicar até 2020, saltando dos atuais 2,3 milhões de barris/dia para 6,1 milhões de barris/dia. Da produção total, 2,9 milhões de barris deverão atender à demanda interna de petróleo. Já, o restante, ou 3,2 milhões de barris/dia, deverá ser destinado à exportação. As projeções foram feitas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), no Ministério de Minas e Energia. Continua>>>