Devotos de São Tomé x Devotos de São Judas Tadeu

Os devotos de São Tomé, que só acreditam vendo, começam a perder as apostas feitas com os devotos de São Judas Tadeu, o patrocinador das causas impossíveis.
Pois é, o santo que dá um jeitinho nas dificuldades começa a mostrar seu poder de milagreiro até na esburacada estrada da política. Vejam.
A justiça da Suíça autorizou a devolução aos cofres do Tesouro Nacional de US$ 6,8 milhões que estavam na conta do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto.
Há poucos dias, o Grupo do ex-senador Luiz Estevão concordou em devolver à União R$ 468 milhões, que teriam sido desviados de verba pública para a construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.
O Supremo Tribunal Federal condena à prisão um ex-presidente da Câmara dos Deputados, a segunda autoridade na linha de sucessão da presidência da República. Pune também dirigentes de bancos por gestão fraudulenta. E continua a julgar o caso de “maior desvio de dinheiro público flagrado no Brasil”, dando sinais de que os culpados no processo que reúne 38 réus serão implacavelmente condenados.
No plano eleitoral, surpresas emergem. É o caso de São Paulo, onde um candidato com curto espaço na programação eleitoral, assume a liderança do pleito. As situações narradas evidenciam a tese de que, por estas plagas, tudo é possível. As cartas marcadas do baralho já não ganham o jogo. O país começa a respirar ares de modernização institucional. Leia mais>>>

Tua voz


Tua voz é como o canto dos pássaros.
Em um canto, em qualquer canto.
Que canta ao som da melodia.
Que fala em versos e  prosa, e canta a poesia.
Um canto suave e leve que me leva na fantasia.
Me faz viajar nos sonhos acompanhada da melodia.
Tua voz é a a voz dos pássaros na mais perfeita sintonia.
Voz suave e quente, que queima a melancolia. 
Me leva a um mundo mágico de canto e encanto nas mais pura harmonia.
Tua voz...

Leônia Teixeira

Momento raro de lucidez

Quando digo que loucos são gênios disfarçados, não estou em crise, e sim, em um momento raro de lucidez !"
Leônia Teixeira

Artigo semanal de Marcos Coimbra


Com sua proverbial dificuldade de compreender os sentimentos do cidadão comum, os analistas da “grande imprensa” imaginaram um desfecho para as eleições deste ano que a realidade está desmentindo.
A hipótese central com que trabalhavam era que, especialmente nas principais capitais, o julgamento do “mensalão” desgastaria o PT e os partidos da base do governo. Inversamente, que beneficiaria os candidatos da oposição.
O palco por excelência de confirmação da tese seria São Paulo. Lá, achavam que o “primeiro ato” da sucessão presidencial de 2014 iria ocorrer e que o resultado seria desfavorável aos petistas.
Combalido pelo “mensalão”, Lula veria seu indicado perder para José Serra, natural depositário dos sentimentos de rejeição ao PT aguçados pelo julgamento.
E esse seria apenas o caso mais fulgurante de um conjunto de derrotas do “lulopetismo”. Nas grandes cidades, a oposição sairia fortalecida.
Mas é exatamente em São Paulo que estamos constatando que a realidade é diferente. Lá, nada disso acontece.
Se o “mensalão” joga algum papel na eleição, não é o que esperavam.
Só quem pouco conhece o modo como a maioria das pessoas concebe a vida política suporia que elas iriam acreditar no enredo sobre o “mensalão” que lhe é oferecido diariamente pela mídia.
Que existe um lado “mau” — onde estão o PT, suas lideranças e aliados –, e um lado “bom” — onde ficam os que querem vê-los pelas costas. Que os “maus” são responsáveis por coisas horrorosas, que os “bons” jamais praticam.
Não é assim que pensam as pessoas normais. Elas sabem que essa história tem tanta verossimilhança quanto os antigos filmes de caubói.
Por maior que tenha sido o esforço de alguns de nossos jornais de particularizar as culpas do “mensalão”, por mais que tenham tentado circunscrevê-lo e delimitá-lo (por exemplo, o destacando como “o maior escândalo de todos os tempos”), não conseguiram.
Como mostram as pesquisas, naquilo que a vasta maioria da população considera relevante, ele nada tem de único, de especialmente grande ou de característico de petistas e aliados.
O que a ênfase extraordinária no assunto acabou por provocar foi o aumento da “taxa geral de desconfiança” da opinião pública contra o sistema político.
Ela não ficou mais desconfiada do PT. Mas dos partidos e dos políticos de forma indistinta.
O momento que vivemos tem certa semelhança com o que aconteceu na véspera de outra eleição municipal, a segunda do Brasil moderno. Em 1988, escolhemos prefeitos em meio a uma crise de confiança da sociedade em relação ao sistema político.
A sensação de que o governo Sarney era incompetente na luta contra a inflação, que a corrupção corria solta, que os políticos só se preocupavam com seus interesses pessoais, levou o eleitorado de várias cidades a apostas de risco. O desconhecido ficou atraente.
No ano seguinte, elegemos Fernando Collor.
Os tempos são — ainda bem! — outros. Graças à sensação de que no Planalto está um governo que responde adequadamente aos desafios e é sensível ao que a maioria deseja.
É claro, também, que cada um é cada um. Mas não deixa de ser curioso o paralelo: a atração por “políticos diferentes” aumenta na razão direta da percepção de que o sistema político é inconfiável.
Celso Russomano é expressão do fenômeno. E é irônico que a maior vítima do antipetismo esteja sendo seu principal avatar.
PS. Em Curitiba, lidera Ratinho Junior, do PSC. Na televisão, faz questão de se apartar dos “políticos tradicionais”.

O julgamento do chamado mensalão vem deixando histérica a minoria das minorias


[...] os aficionados pelo debate político.
Mas os brasileiros, em sua maioria, seguem suas vidas, com pouca curiosidade em relação ao julgamento, por mais que venha sendo espetacularizado pela imprensa - e que blogs políticos ajudem a espetacularizar, porque repercutem o julgamento de forma apaixonada.
Mas a histeria atual - e as paixões da velha mídia e dos seus antagonistas no campo político -   sustenta-se, como é próprio do fenômeno da histeria, sobre percepções exacerbadas da realidade.
A começar pelo que levou à pressão pela realização do julgamento agora.
O temor de que alguns crimes prescrevessem e a proximidade das eleições municipais, principalmente, em Sâo Paulo, fez com que a mídia impusesse ao Supremo Tribunal Federal a pauta do mensalão.
Encontrou em Ayres Britto, um aliado serviu, que aceitou paralisar cerca de 900 processos para, não julgar a AP 470 entre outros, mas julgá-la com exclusividade.
Um outro motivo para a pressão foi o medo (fantasmático) que a imprensa sustentava de que a acusação perdesse maioria, com a aposentoria de Peluso e Ayres: era dado como certo que ministros escolhidos por Lula e Dilma votassem a favor dos réus.
Dois erros de avaliação: nem os crimes prescreveriam com mais alguns meses de espera, nem os escolhidos por Dilma e Lula deixaram de votar segundo suas consciências.
Mas a pressão da imprensa para que a AP 470 fosse julgada também veio de uma constatação - a única com alguma base na realidade: o efeito de escandalização vinha perdendo forças, e não se sustentaria até 2014.
Até porque as eleições presidenciais terão entre as concorrentes uma candidata petista que representa o partido justamente na era "pós-mensalão": Dilma foi susbtituta de Dirceu na Casa Civil e não sua continuadora. Leia mais>>>

Protestante

[...] e despeitada

Desmistificando o governo FHC

O 1º mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você… Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário. No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos. TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro  da economia  recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização, O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”. ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese? Conclusões: O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999.

Theotonio dos Santos Júnior (Carangola, 11 de novembro de 1936) é um economista e cientista político brasileiro. Um dos formuladores da Teoria da Dependência. Hoje é um dos principais expoentes da Teoria do Sistema Mundo. Mestre em Ciência Política pela UnB e doutor “notório saber” pela UFMG e pela UFF. Professor emérito da UFF. Coordenador da cátedra e rede UNU-UNESCO de Economia Global e Desenvolvimento sustentável – REGGEN.