A solidariedade é a outra face dá injustiça, Miruna Genoino

247 - Nenhuma dor cala tão fundo na alma de uma pessoa quanto a sensação de injustiça. No entanto, para todos aqueles que já viveram essa experiência, quase sempre houve um reverso da moeda: a solidariedade, que, muitas vezes, chega de onde menos se espera.

Em 2013, o deputado José Genoino foi alvo de uma das maiores injustiças já cometidas no Brasil. Sem patrimônio e com uma história de vida dedicada à construção de uma sociedade mais igualitária, foi condenado à prisão por ter sido avalista de um empréstimo tomado pelo Partido dos Trabalhadores – empréstimo este reconhecido como legítimo pelo Banco Central e pago pelo PT.

Perseguido pela mídia e achincalhado até em programas de humor, como o CQC, que chegou a usar uma criança para ludibriá-lo, Genoino teve a seu lado, em todos os momentos, uma fortaleza: a filha Miruna, que protestou publicamente contra todas as arbitrariedades cometidas por Joaquim Barbosa, na condução da Ação Penal 470.

E que não foram poucas. Genoino, como se sabe, foi classificado como "01" na lista de pessoas que deveriam ser presas. Sem qualquer razão, foi transferido para Brasília para uma prisão em regime fechado, embora estivesse condenado ao semiaberto.

Embora tenha conseguido sair da Papuda, Genoino vive hoje uma situação atípica: é talvez o único preso no mundo que cumpre "prisão domiciliar" fora de seu domicílio. O motivo: Barbosa negou a ele o direito de regressar ao próprio domicílio – uma casa modesta, lembre-se, no bairro do Butantã, em São Paulo. E ainda avisou que, em fevereiro, voltará a prendê-lo – o que levou Miruna a protestar contra essa modalidade de tortura judicial (leia mais aqui).

Barbosa, como se sabe, não teve tempo para prender Roberto Jefferson, um condenado que, ao contrário de Genoino, não tem mais direito a nenhum tipo de embargo. E que confessou ter administrado um caixa dois de R$ 4 milhões do PTB. No dia 30, sem tempo, Barbosa participou de um "sambão" no Rio de Janeiro e cumpriu uma agenda que mais parecia a de um candidato.

As injustiças são flagrantes e o que espanta já não é a conduta do cada vez mais político Joaquim Barbosa, mas sim o silêncio de seus outros dez colegas no Supremo Tribunal Federal, que ainda são juízes.

Miruna, portanto, teria todas as razões para protestar. Mas preferiu agradecer por ter descoberto o reverso da moeda da injustiça: a solidariedade!

Abaixo, seu texto distribuído na internet:

Aos meus queridos amigos e amigas que nos acompanharam em nossa jornada de 2013,

Nos muitos abraços e beijos que eu e minha família recebemos especialmente no último mês, a maior parte das mensagens nos transmitiu… "Que 2014 seja mais leve que 2013″, "Que em 2014 vocês encontrem um pouco de paz", "Que no próximo ano você e sua família tenham uma vida mais tranquila"… o que me fez pensar em como ficou claro para todos que nos amam, o quanto este ano cujos dois dígitos formam um número tão especial e importante para nós, foi um ano especialmente cansativo. E duro, muito duro. Mas nessa minha mensagem para desejar um feliz ano novo, não quero relembrar o que tivemos de duro e injusto, que não foi pouco. Quero agradecer a este ano que termina porque 2013, para todos da família Genoino, foi o ano da solidariedade e da generosidade.

Em nome de todos os pequenos e grandes gestos que vivenciamos nos últimos meses, é preciso dizer muito obrigada. Para você que votou em Genoino 1313 e se orgulhou quando ele assumiu seu mandato na Câmara dos Deputados, e que esteve próximo de seu mandato, participando de conversas e discussões, meu muito obrigada. Para você que encontrou com meu querido pai na rua, na feira, no sacolão, no Violeta, no sapateiro, em tantos lugares, e foi até ele dar um abraço carinhoso de apoio e respeito, meu muito obrigada. A você, que sofreu conosco quando no dia 24 de julho o coração Genoino parou momentaneamente para que, mantendo a circulação sanguínea em uma máquina, pudesse ter seu gravíssimo problema corrigido, obrigada… e a você que rezou, pediu, acompanhou a recuperação ainda não concluída de meu pai, e a vocês, que cuidaram, costuraram, preparam, enxugaram, medicaram meu pai, muito obrigada. Obrigada.

Para você que nos ajudou de formas tão infinitas e variadas desde aquele dia 15 de novembro, telefonando, publicando em redes sociais, manifestando indignação, indo conosco até a polícia federal, gritando a plenos pulmões o seu apoio ao guerreiro, meu muito obrigada. Obrigada a você que trocou sua foto de perfil por uma de meu pai, que publicou no facebook sem medo de aguentar discussões e comentários alheios, que curtiu minhas postagens e enviou palavras carinhosas por meio dos comentários… obrigada de coração. Foram tantos e infinitos gestos, desde ajudar a cuidar de meus preciosos filhos, acampar em frente ao presídio e no STF, escrever um artigo verdadeiro e cheio de beleza, providenciar uma comida gostosa para a família, levar um bolo quentinho quando tudo parecia desmoronar, que o obrigado parece pequeno, pequeno demais.

Hoje não vou chorar por 2013 e suas injustiças, hoje, se eu chorar, o que é muito provável, vai ser de alegria, porque neste ano nós encontramos a verdadeira essência do ser humano: a capacidade real e autêntica de saber construir formas tão únicas e especiais de dar diferentes significados à palavra SOLIDARIEDADE.

Feliz 2014 a todos!

Miruna Genoino

Evitando mortes no trânsito

Esse cidadão agiu, não foi omisso como muitas vezes somos.
Se concorda, compartilhe.

Chá de bebê

Pensou em levar o que, abestado?...

Dica de tarde

Seja sempre gentil.
As vezes são as pequenas gentilezas que ocupam mais espaço no coração de alguém.
Ok?

A felicidade é coletiva

Ou não é felicidade.

A amarga beleza do tempo que nos burila, desgastando, é ser peneira.
Melhor, batel.
Aquelas cuias em que a água roda,roda, roda, leva a lama e a poeira e deixa apenas as faíscas, luzentes, que antes de encantarem os homens com seu valor tiveram valor por encantá-los.
Não há um ano que termina, nem outro que começa.
Há apenas a parada reflexiva, o tempo de olhar para o que não olhamos nos outros dias, nas suas iguais vinte e quatro horas, nas suas idênticas meia-noites.
Divido a minha, com vocês, meus parceiros de todos os dias.
Não sou um sabichão a deitar conceitos sobre política e economia.
Cada coisa que afirmo não apenas custa ler, pesquisar, duvidar como também me deixa dúvidas que a temeridade necessária atropela.
Mas, como vocês, tenho lá minhas certezas.
Tem um guri ali, tão doce, dormindo o sono que só as crianças sabem dormir.
Tem outro lá em São Paulo,  que não é doce por puxar o pai, mas que neste dia há de estar doce,  porque tem um filho a caminho e vai, agora, acabar de me compreender e, talvez, perdoar os erros.
E ainda outra lá, no meio da neve, na sua bolsa de pós-pós-mais alguma coisa, que conquistou com sua dedicação persistente, que só uma dedicação persistente passaria anos a dissecar insetos e me escolheria como pai.
Vejo, nos três, como viver com razão fez deles uma mulher, um homem e um menino bons.
Meus filhos – e sei que não os ofendo ao dizê-lo – não são melhores do que qualquer vivente deste mundo.
Mas como todos os viventes deste mundo, são pedaços da grandeza humana.
O mais novo ganhou no Natal um joão-bobo, destes de super-heróis, e não se animou a socá-lo.
“Por que eu tenho de bater nele, pai?”
Como descrer do mundo ouvindo isso?
As dores, sofrimentos, desentendimentos de  mais de meio século de vida foram-se, como a poeira e o barro no batel.
A vida faísca ante meus olhos.
Não a minha.
A própria vida é ouro de tolo, fugaz e vácuo, um nada.
O egoísta é um poupador de moedas, que dedica a existência a cuidar de coisas de pouco valor.
A felicidade é coletiva, ou não é.
Se não projetamos ou desejamos projetar para todos nossas pequenas alegrias,  elas se tornam amargos privilégios.
Se não formos um país, se não formos uma nação, seguiremos sendo selvagens.
Selvagens, diga-se, com muito bons modos, mas selvagens que se nutrem de infelicidade de milhões.
Comecemos 2014 celebrando o que somos capazes de reter, quando o tempo nos vai sublimando.
Vão-se os ódios, as intransigências.
Das certezas rasas sobre tudo sobram apenas as profundas e preciosas sobre o que realmente importa.
Talvez, entre estas, nada seja mais importante do que aquela que nos serve de energia para não esmorecer.
A certeza de que a história humana é essa busca por felicidade.
E que ela é um sol que não se alcança, mas que nos ilumina e orienta.
Que morre no final do dia, mas sempre renasce na manhã e banha a todos.
E a manhã, agora, aqui, no Rio, faísca como a esperança.
Um bom dia, um bom ano, um 2014 onde todos caminhemos para o sol, nessa inevitável busca  pela felicidade.
por Fernando Brito no Tijolaço

Prá começar o ano dicunforça


  • Nu forró da entrada du anu, coma aquela gororoba inté inxer u buxu. É prá dá sorte, mas cuidadu, sinão dá gastura.
  • Tomi um burrim e tira o gosto cum passarinha ou panelada quié prá num perdê a mania.
  • Refrita sobre as besteras do anu passadu e reboli nu mato us maus pensamentu.
  • Murxe a urêia, respire fundo e grite bem artu: Sai Mundiça!!!
  • Num isqueça du gritu de guerra quié prá dá mais sorti: Queima raparigal, Rasga baleia!!!
  • Agora é só levantá a cabeça e disimbestá nu rumu da venta qui vai dá tudo certo im 2014, afiná de conta ocê é ciarenci. Respeiti cumu vai cê pai dégua esse 2014.
  • I prá us qui num são da terrinha, mais doidim prá cê, nossu deseju é qui sejam tão feliz quantu nois.
  • Um anu novo bem arretado prá ocês tudim!!!
  • Feliz Anu Novo manuvéi!
  • Um 2014 bem paidégua!

por Luciano Hortencio
Mais cunselhus cearencês>>>

Sobre o amor

No cearencês

Num fique inrolandu e arrudiandu prá xegá juntu di quem ocê gosta. Tomi rumo, avie, si avexe.
Dê um discontu prá peste daquela cabrita qui só bate fofo com ocê. Aperrei ela. Vai qui dá certo e um bruguelim réi amarelu.
Ocê é uma corralinda. Se inda num tem ninguém, num pegue quarquer marmota. Iscoia uma corralinda irguá ocê.
As cabritas num deve si aguniá. O certu é pastorá inté incontrar alguém pai-dé-guá. Num deve se atracá cum cabra peba, malamanhadu e fuleragi. U segredu é pelêjá e num desisti nunca. Num peça pinicu e dexe quem quisé mangá. Um dia aparece um maxuréi da tua bitola.