Abuso
- Doutor, acho que houve um engano e me tiraram 500 reais do salário.
É ? Curioso é que, mês passado, eu coloquei 500 a mais e você não falou nada.
- É que um erro dortor, eu tolero. Mas DOIS, eu já é abuso !!!
Índice de palhaçada não tem limites
Os analistas consultados pelo Banco Central (BC) diminuíram levemente a estimativa referente ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2008. Agora, a projeção é de que o indicador avance 6,39% neste ano e não 6,40% como previsto anteriormente.
Vale notar que o teto da meta oficial de inflação para este ano é de 6,5%.
Consta também do Boletim Focus, realizado pela autoridade monetária e divulgado nesta segunda-feira, a manutenção do prognóstico do IPCA para 2009, em 5,20%.
Com relação a este ano, os agentes estimam IGP-DI de 10,97%, ligeiramente acima dos 10,95% previstos no relatório anterior, e IGP-M de 11,07%, sem mudança. Para o IPC da Fipe neste calendário, a perspectiva é de alta de 6,56%, pouco mais do que os 6,54% contemplados no documento passado.
Quanto a novembro, foram reforçadas as expectativas relativas ao IPCA e IGP-M, de 0,52% e 0,75%, na ordem. O IGP-DI deve avançar 0,69% em vez de 0,70% e o IPC da Fipe deve ter alta de 0,44% perante o 0,43% aguardado antes.
Para o último mês de 2008, ficaram conservadas todas as projeções para os indicadores inflacionários. A elevação no IPCA deve ser de 0,60% e de 0,65% no IGP-DI. O IGP-M deve crescer 0,63%. A perspectiva é de IPC da Fipe em 0,50%.
Sinceramente, é muita palhaçada uma coisa dessa.
Divulgar uma previsão de 0,1% de diferença.
Aff...
Busca Google IPhone
Prometida para sexta, a aplicação de reconhecimento de voz para buscas do Google no iPhone deve entrar na App Store hoje.
A estréia estava originalmente marcada para sexta-feira (14/11), mas até a manhã deste domingo o aplicativo ainda não estava no ar.
A nova versão da ferramenta do Google permitirá fazer buscas a partir de comando de voz, tanto na web quanto dentro dos contatos do usuário.
Uma fonte próxima à situação disse ao TechCrunch que o aplicativo deve estrear na App Store apenas na segunda-feira.
A expectativa do Google era que na sexta o software já estivesse no ar. A empresa deu a data como certa em uma entrevista ao New York Times.
Aparentemente, o Google submeteu o aplicativo para revisão da Apple no início da semana e esperava ter a aprovação antes de sexta.
A Apple tem um histórico de veto e remoção de aplicativos sem explicações convincentes para a App Store.
O processo de aprovação das aplicações consiste em submeter o software e esperar o aval por meio da ferramenta de desenvolvedores – não já um diálogo direto do criador do software com os responsáveis por decidirem se ele vai ao ar.
Se colar, colou rsss
À sombra dos ratos
Flávio Tavares *
O que teria ocorrido no mundo se Deus houvesse disposto o contrário do que dispôs e, no evolucionismo das espécies, os ratos é que caçassem os gatos? Prever o que não houve é brincar com o impossível, mas nada seria como é. A mixórdia seria tanta com os ratos mandando (como hoje mandam os gatos), que a humanidade não teria chegado aonde chegou.
Tudo seria invertido. As sensações de prazer e pavor seriam outras. Seriam as da pele fria do rato, não as do gato. Bichos com fedor a esgoto estariam na almofada do sofá, oferecendo o focinho ao carinho humano.
A inversão de papéis nos arrepia? Por quê? Ou com o crime, hoje, não começa uma perigosa inversão do papel de quem caça e de quem é caçado?
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O crime foi poderoso em todos os tempos. Matou, roubou, ameaçou, pressionou – ganhou ou perdeu, mas sempre com as próprias armas. Nos Estados Unidos, os “gangsters” de Al Capone eliminavam quem os perseguisse. Na Itália, até bem pouco, a “maffia” matava juízes e policiais para burlar a lei. Sujava ainda mais as próprias mãos para tentar escapar.
No Brasil, isso não é preciso, e o crime, às vezes, salva-se pelas mãos do poder público. Ou não há casos em que a punição se inverte e os ratos passam a caçar e punir os gatos?
Aqui, a lei é elástica, serve para uns, nunca para outros, se retesa ou se expande, é dura ou branda em função de quem seja o criminoso. Para o pequeno delito, o do velho “ladrão de galinha” (que hoje só encontraria frango congelado) ou da mocinha que surrupiou um pote de manteiga no armazém, a Justiça tem penas severas. Mas tudo é brando e se permite tudo ao “grande crime”, o do poderoso político, rico empresário ou alto funcionário.
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Agora, no inquérito que redundou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, do macroagiota Naji Nahas e do ex-prefeito paulistano Celso Pitta, a permissividade foi além de si mesma.
Os procedimentos dos altos escalões do governo federal e da Justiça quase significam a antecipada defesa dos implicados. Primeiro, o presidente do Supremo Tribunal apavorou-se porque o milionário Dantas fora algemado e mandou soltá-lo com inusitada pressa. Nunca, antes, um tribunal se sentira ofendido com o uso de algemas pela polícia. Logo, o STF proibiu o uso de algemas no país!
Proteger a dignidade humana do preso é ato de justiça. Mas será a algema humilhante em si? Ou é, tão-só, uma forma de materializar o mandado de prisão expedido pela Justiça?
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Humilhante mesmo, para a dignidade da Justiça como instituição e poder do Estado, é a reviravolta na investigação sobre os atos de corrupção e suborno do banqueiro Dantas e seus sequazes laterais. Agora, o “réu principal” passou a ser o delegado Protógenes Queiroz, que levou adiante as investigações da Polícia Federal ordenadas pelo juiz federal paulista Fausto De Sanctis.
A imprensa noticiou os detalhes nauseabundos dessa pirueta e não repetirei o que se sabe sobre esse horror. Absurdamente, o delegado Protógenes é quem está, agora, sob ameaça de prisão e condenação em juízo, depois de ter sua casa vasculhada pela Corregedoria da própria Polícia Federal. O inquérito prosseguirá, mas sob nova direção!
Dias atrás, o plenário do Supremo manteve a liberdade de Dantas (e asseclas) e censurou o juiz De Sanctis, classificando-o de “insolente”. Antes, o presidente do STF pedira que o Conselho Nacional de Justiça (que ele próprio chefia) investigasse a conduta do juiz.
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Em recente artigo sobre o conluio entre política e grupos de poder, Noam Chomsky (o mais lúcido pensador da esquerda norte-americana) citou uma frase do seu conterrâneo, o filósofo John Dewey, que talvez defina tudo: “A política é a sombra da grande empresa sobre a sociedade”.
Aqui, vivemos à sombra dos ratos. E, na sombra, são eles que, agora, caçam os gatos.