O porque de Serra não ir ao debate da Record

O motivo real da desistência do candidato à prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB), não participar do debate na Record é: ele fugiu do possível encontro com o jornalista Amaury Junior, autor do livro Privataria Tucana. 

Colaboradores do tucano chegaram a conclusão que no momento é melhor evitar mais desgastes. 

Depois da divulgação da última pesquisa do Ibope, que mostrou o petista Fernando Haddad em 2º lugar, os tucanos acharam por bem evitar mais uma saia justa de José Serra.

A moralidade é uma virtude disputada


[...] Mesmo aqueles que dela conhecem apenas o nome gostam de falar sobre virtudes morais como se fossem íntimos de longa data.
Em época eleitoral, por exemplo, somos obrigados a acompanhar o espetáculo lamentável de moralistas de última hora, que parecem acreditar no pendor infinito da população ao esquecimento e à indignação seletiva.
Melhor seria que eles se abstivessem de falar de moral antes de meditar profundamente a respeito da passagem do Evangelho que exorta a primeiro tirar a trave no seu próprio olho antes de retirar o cisco no olho do próximo.
Por exemplo, o Brasil vive um momento importante com o corajoso julgamento do chamado mensalão. Espera-se, com justiça, que daí nasça uma nova jurisprudência para crimes de corrupção eleitoral. Espera-se também que ninguém saia impune desse caso vergonhoso.
No entanto é tentar resvalar a moralidade à condição de discurso da aparência e da esperteza ver políticos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seu candidato à Prefeitura de São Paulo tentarem utilizar a justa indignação popular em benefício eleitoral próprio.
Caso eles realmente amem os usos das virtudes morais em política, melhor seria se começassem por fazer uma profunda autocrítica sobre o papel de seu partido na criação do próprio mensalão, da acusação de compra de voto na emenda da reeleição, assim como fornecer uma resposta que não fira a inteligência quando membros de seu partido -como Marconi Perillo, Yeda Crusius e Cássio Cunha Lima- aparecem envolvidos até a medula em casos de corrupção.
Seria bom também que eles explicassem por que apoiam incondicionalmente um prefeito que chegou a ter seus bens apreendidos pela Justiça no ano passado devido ao caráter da contratação da empresa Controlar, e por que a Justiça suíça e a francesa investigam propinas que a empresa Alstom teria pago a políticos do governo paulista em troca de contratos com a Eletropaulo.
Por fim, seria uma boa demonstração de respeito aos eleitores que o candidato Serra se defendesse, de preferência sem impropérios, a respeito das acusações sobre o processo de privatização de empresas federais no período FHC.
Sem isso, toda essa pantomima lembrará uma velha piada francesa sobre um sujeito que dizia a todos em sua pequena cidade ser amigo de Charles de Gaulle. Eis que um dia, De Gaulle aparece na cidade. Para não ser desmascarado, o sujeito resolve chegar perto do presidente e, com um tom de cumplicidade, perguntar: "E aí, Charles, o que há de novo?". "De novo", respondeu De Gaulle,"só mesmo essa intimidade".
VLADIMIR SAFATLE

Educação vem do lar

Mensagem da Tarde

 


Nossa Senhora

Eleição 2012: PT em Sampa, Salvador e Fortaleza


Pesquisa IBOPE trazida pelos jornais hoje mostra que começou a virada em São Paulo. Nosso candidato a prefeito, Fernando Haddad (PT-PCdoB-PSB-PP), com 18% das intenções de voto já ultrapassou o concorrente tucano José Serra (PSDB-DEM-PSD-PV) na corrida pela vaga para o 2º turno. Ainda é empate técnico, dentro da margem de erro da pesquisa, mas vamos chegar lá.

Vamos bem em Belo Horizonte, também, e em Salvador pesquisas anteriores adiantaram que nosso candidato à Prefeitura, deputado Nelson Pelegrino (PT-BA), já garantiu a realização de 2º turno. Em Fortaleza, com o candidato Elmano de Freitas (PT), estamos na 2ª etapa da disputa.

Este mais recente IBOPE mostra que o cenário desenhado pelos adversários políticos - que se comportam e agem como inimigos -  não se concretizou. Não haverá uma derrota petista e muito menos do governo. Pelo contrário, podemos até repetir performances das eleições gerais de 2002, 2006 e 2010, quando o partido foi o mais votado no país. Continua>>>

Vencer uma eleição


[...] Em uma acepção puramente individualista, em que as disputas eleitorais são apenas  enfrentamentos pessoais, isso talvez seja verdade. Para o indivíduo que se candidata a um cargo político, não ter sucesso pode ser uma decepção e significar o fim de um projeto acalentado durante anos.  
Isso não é, no entanto, verdadeiro para os partidos políticos reais e para quem faz política em seu âmbito.
Nesse caso, as derrotas e vitórias adquirem outro significado, pois são vistas em perspectiva mais ampla. Pode-se perder hoje e ganhar amanhã, sendo os fracassos  oportunidades para adquirir força para embates futuros.
Nas eleições deste ano, temos candidatos que exemplificam essas possibilidades. Desde os que não possuem qualquer vínculo efetivo com partidos e projetos de longo prazo, aos que atuam na política com ideologia e solidez. Continua>>>