Arnaldo Jabor: o Brasil está caminhando para trás


O mundo de Jabor, a julgar pelos seus textos, é sombrio. Nele, o Brasil “está evoluindo em marcha à ré”, para usar uma expressão de uma coluna.

“Só nos resta a humilhante esperança de que a democracia prevaleça”, já escreveu ele.

Bem, vamos aos fatos. Primeiro, e acima de tudo, se não vivêssemos numa democracia plena os artigos de Jabor não seriam publicados e ele não teria vida tão tranquila para fazer palestras tão bem remuneradas em que expõe às pessoas seu universo gótico, em que brasileiros incríveis como ele devem se preparar para a guerra caso queiram a paz. Esta é outra expressão de um texto dele.

Comprar armas? Estocar comida? Construir um abrigo antibombas? Fazer um curso de guerrilha? Pedir subsídios para a CIA? Talvez um dia Jabor explique o que é se preparar para a guerra.

Já escrevi muitas vezes que o Brasil sob Lula perdeu uma oportunidade de crescer a taxas chinesas. Já escrevi também que os avanços sociais nestes dez anos de PT, embora relevantes e inegáveis, poderiam e deveriam ter sido maiores. Mas somos hoje um país respeitado globalmente. Passamos muito bem pela crise financeira global que transtornou tantos países e deixou bancos enormes de joelhos.

Temos problemas para resolver? Claro. Corrupção é um deles? Sem dúvida. Mas entendamos: a rigor, onde existe política, a possibilidade de corrupção é enorme. No Brasil. Na China. Na França. Nos Estados Unidos. Na Inglaterra. Na Itália. Em todo lugar. Citei estes países apenas porque, recentemente, grandes escândalos sacudiram seu mundo político. Na admirada França, o ex-presidente Sarkozy é suspeito de ter recebido dinheiro irregularmente da dona da L’Oreal.

O problema na corrupção política é a falta de punição. Não me parece que seja o caso do Brasil. Antes, sim. No ditadura militar, a corrupção era muito menos falada, vigiada e punida.

Lula vai para Cuba tratar memória


HAVANA - Acompanhado de Marisa Letícia, Luiz Inácio da Silva chegou ontem a Cuba para tratar um problema crônico de amnésia. 
"Estou preocupada", confessou dona Marisa. "Lula frequentemente esquece que não é mais presidente do Brasil. Tem acontecido com uma intensidade cada vez maior", desabafou após um longo suspiro. "Além disso, não lembra de nomes, datas importantes, uma porção de coisas", lembrou.
Com sinais aparentes de fadiga, Lula apresentou indícios de que a disfunção tem trazido efeitos colaterais. 

"Tenho também a sensação cada vez mais frequente de que estou sendo vigiado. Por vezes, até perseguido. Mas não lembro a razão", disse o ex-presidente em exercício, olhando de soslaio para os lados.

Solidário, Fidel Castro contou que passou décadas sofrendo o mesmo mal e arriscou um diagnóstico: 

"Hay que olvidarse, sin perder la ternura jamás".

Saída do Bambam foi armação

A suspeita de uma “armação” para Bambam sair da casa na primeira semana, foi divulgada na mídia.  

A mulher que brigou com o ele não sabia. 

A farsa foi montada pela equipe que dirige o reality show.

O Bambam levou uma boa grana para participar do esquema. 

A Globo vai apelar como puder para alavancar o BBB 13.

Pesquisas qualitativas apontam para um tremendo fracasso, a população já enjoou do padrão.

Você acredita que foi armação ou não a saída do ex campeão do programa?

Meu amigo? Era mais que isso. Meu irmão?


A expressão carinhosa e intensa foi gasta, a meus olhos e ouvidos, por milhões de nhé-nhé-nhés pseudoliterários que vejo a toda a hora na imprensa e ao vivo, enquanto as mesmas pessoas que se chamam de irmãs se comem por trás. Mas que fazer com as palavras? Sérgio Porto foi meu amigo e meu irmão durante 20 anos, os melhores.
Vivemos juntos, bebemos juntos, amamos juntos, fomos à praia juntos (somos desses boêmios cariocas capazes de sair do bar às três da manhã, estar na praia às oito, na máquina de escrever às dez) e de uma certa forma moramos juntos. Éramos jovens, e nem posso dizer que não sabíamos. Tínhamos a consciência e a euforia correspondentes. Eu, talvez, mais consciência, ele certamente, mais euforia. Porque nas areias fofas de Copacabana ou nas dunas ondulantes de Ipanema, as dores ladravam, e Sérgio Porto passava. Eu brincava, sempre que ele me contava um caso de envolvimento pessoal que abalaria qualquer tronco de ipê: "Se eu tivesse 15% do teu cinismo, seria um homem imensamente feliz". Ele ria, saudável, e continuava recortando, no violento sol da praia, pedaços dos jornais que lia sem parar, aproveitando o tempo . Pois era, como quase todos os humoristas brasileiros, um trabalhador braçal. Sua extraordinária competência ele adquiriu cavoucando uma datilografia 10 horas por dia, 16 anos seguidos.
Quando eu o conheci, já era alto e louro, numa época do Brasil em que os altos eram poucos, e os louros, importados. Forte e esportivo, jogava bem vôlei e tinha um pé arrebentado pelo futebol. Não gostava de briga, o que aliás era desnecessário - Fifuca, o irmão, brigava pelos dois. Ia levando, amando e contando histórias. Tinha uma cultura surpreendente para a sua aparente leveza intelectual, e os textos que assinava eram não só extraordinariamente bem escritos, com humor, mas também tecnicamente, seu conhecimento formal da língua era bom, sua ortografia, precisa, até a datilografia era cuidada.

...da pra ler focando e ficando vesgo também !

Demasiado humano

[...] Quem alcançou em alguma medida a liberdade da razão, não pode se sentir mais que um andarilho sobre a Terra e não um viajante que se dirige a uma meta final: pois esta não existe. Mas ele observará e terá olhos abertos para tudo quanto realmente sucede no mundo; por isso não pode atrelar o coração com muita firmeza a nada em particular; nele deve existir algo de errante, que tenha alegria na mudança e na passagem. Sem dúvida esse homem conhecerá noites ruins, em que estará cansado e encontrará fechado o portão da cidade que lhe deveria oferecer repouso; além disso, talvez o deserto, como no Oriente, chegue até o portão, animais de rapina uivem ao longe e também perto, um vento forte se levante, bandidos lhe roubem os animais de carga. Sentirá então cair a noite terrível, como um segundo deserto sobre o deserto, e o seu coração se cansará de andar. Quando surgir então para ele o sol matinal, ardente como uma divindade da ira, quando para ele se abrir a cidade, verá talvez, nos rostos que nela vivem, ainda mais deserto, sujeira, ilusão, insegurança do que no outro lado do portão e o dia será quase pior do que a noite. Isso bem pode acontecer ao andarilho; mas depois virão, como recompensa, as venturosas manhãs de outras paragens e outros dias, quando já no alvorecer verá, na neblina dos montes, os bandos de musas passarem dançando ao seu lado, quando mais tarde, no equilíbrio de sua alma matutina, em quieto passeio entre as árvores, das copas e das folhagens lhe cairão somente coisas boas e claras, presentes daqueles espíritos livres que estão em casa na montanha, na floresta, na solidão, e que, como ele, em sua maneira ora feliz ora meditativa, são andarilhos e filósofos. Nascidos dos mistérios da alvorada, eles ponderam como é possível que o dia, entre o décimo e o décimo segundo toque do sino, tenha um semblante assim puro, assim tão luminoso, tão sereno-transfigurado: - eles buscam a filosofia da manhã.
por Friedrich Nietzsche

A movimentação de Marina visando 2014


Embora não assuma e desconverse quando questionada, Marina Silva está criando um novo partido para disputar a eleição presidencial de 2014. Com a candura que só a cumplicidade da mídia permite, ela deixa claro que só fundará um partido porque não pode disputar a eleição sozinha.


Veja o que ela disse ao Valor Econômico: 



Portanto, é um partido feito tão somente mirando, ao menos por ora, as eleições de 2014. O pior é que vai se beneficiar da decisão do Supremo Tribunal Federal que permitiu aos deputados levarem o tempo de TV e parte do Fundo Partidário para suas novas legendas, como se fossem propriedade do parlamentar, e não um direito partidário.

Esse mecanismo cria no país um mercado de compra e venda de mandatos na criação ou na fusão de partidos.

Essa decisão e outras que a Justiça Eleitoral e o STF tomaram – como a flexibilização da fidelidade partidária e a inconstitucionalidade da cláusula de desempenho (ou cláusula de barreira) – são as principais responsáveis, junto ao voto nominal e ao financiamento privado de campanhas, pelas mazelas do nosso sistema político eleitoral, para dizer o mínimo.

Zé Dirceu