Tempos modernos


Diga-me, por que motivo você quer divorciar-se de seu esposo? 
- Meu marido me trata como se eu fosse um cão! 
- A maltrata? Bate? 
- Não, quer que eu seja fiel!

Incoerência

Como é incoerente as atitudes de pessoas que dizem te gostar, te admirar, que adoram falar com você, gosta quando você está por aqui. Dizem serem sinceras e em ocasiões usam o famoso jargão: 

"O q tenho pra falar eu falo na cara" Mas quando por algum motivo não estão afim de papo, não conseguem te dizer uma coisa bem simples: 

Não estou afim de conversar hoje, desculpe. E usam a ferramenta que menos condiz com o que falam: O ATO DE IGNORAR. 

Tão esquisito isso, mas tão rotineiro.

Retro-Machine: Porque algumas pessoas não pertencem a este tempo


Sente saudades de um tempo que já se foi? Não sabe explicar para o seu filho por que o coleguinha tem dois pais ou duas mães, e não uma família como deve ser? Lamenta que pobres e negros possam entrar nas universidades, concorrendo a vagas que sempre foram suas? Cansado de ser chamado de reacionário por uma gente maluca que quer mudar coisas que para você estão ótimas? Pare de se chatear. Seus problemas acabaram!
Volte a viver em um tempo em que todos sabiam o seu lugar: o da mulher, na cozinha; o do negro, na senzala; o do gay, no armário; e o do pobre, bem longe de você! Agora isso é possível, com a nova Retro-Machine.
Desenvolvida pela Status Quo S.A. especialmente para você, a Retro-Machine permite que você viaje no tempo e volte para a época em que todos os privilégios eram seus e não era  preciso se preocupar com manifestantes querendo mudanças, já que seriam todos recebidos na porrada.
Usar a Retro-Machine é muito fácil: entre na elegante cabine projetada para todos os tamanhos e ajuste a data desejada no painel. Quer viver em uma sociedade onde mulheres que não seguiam a moral e os bons costumes eram queimadas em enormes fogueiras? Fácil! Gire o indicador do tempo para trás, até o painel mostrar o ano de 1450. Não quer se preocupar em dividir seu lugar na sociedade com negros? Ajuste o indicador de tempo para mostrar o ano de 1540.
A viagem é confortável e dura apenas alguns minutos. Você também pode acionar a função Ab-Shaper da cadeira para definir o seu abdômen e perder algumas calorias sem fazer esforço enquanto viaja. Não é incrível? O melhor é que, depois de usar, basta dobrar a Retro-Machine e guardar debaixo da cama. É super compacta!
Pare de perder tempo tentando converter gays e volte para um tempo em que eles não tinham coragem de se assumir. Adquira já a sua Retro-Machine e livre-se do incoveniente de lutar contra as mudanças da sociedade!
Viaje para a época em que a igreja tinha a última palavra, ou para o tempo em que mulheres não tinham voz. Viva em um mundo sem cotas para isso ou para aquilo, onde quem fazia as regras eram coronéis e fazendeiros! Ou ainda explore os ajustes pré-definidos como “Bons Tempos da Ditadura”, “A Terra Não É Redonda”, “Só Homens Ricos Sabiam Ler” e o incrível “Catequize e Escravize um Índio”. Você vai adorar o século XV! Aproveite e fique por lá. Para sempre.
Ligue agora e peça a sua Retro-Machine. Os dez primeiros que ligarem receberão inteiramente grátis uma palmatória de 60 cm para usar em crianças indisciplinadas e o Guia do Reacionário Atemporal, com mais de 2 mil receitas para manter o status quo da sua época preferida. Frete grátis para todo o Brasil.
Retro-Machine. Porque algumas pessoas não pertencem a este tempo.

Depois de 68 anos consumou-se o que Hitler desejava: a supremacia alemã


Ontem o Barcelona foi humilhado pelo Munique alemão.
        E hoje o Real Madrid teve o mesmo destino.
           Eu não sei dizer se Hitler era de esquerda ou de direita.
           Mas pra aqueles que reclamam de Barbosa e aplaudem o revisor no mensalão, um consolo:
            R. Lewandowski  fez os 4 gols.

by Anarquista Sério

Frase da tarde

Quem tem f`e ja tem sorte

Pec dos domésticos: O próximo passo é equiparar os trabalhadores comuns a domésticos


by José Carlos de Assis
Para que o sistema de proteção ao trabalhador com carteira assinada elimine completamente a distinção entre trabalhador doméstico e os demais trabalhadores, é preciso que a lei nesse sentido recentemente aprovada pelo Congresso em favor da equiparação do trabalhador doméstico aos demais trabalhadores seja sucedida por uma lei que equipare os demais trabalhadores ao trabalhador doméstico.
Nesse sentido, uma CLT realmente justa estabeleceria para todos os trabalhadores os seguintes direitos: refeição (eventualmente duas, e mais café da manhã) para todos os trabalhadores no local de trabalho; direito de pernoite no local de trabalho ou, em sua ausência, garantia de duas ou três passagens de ônibus da casa ao local de trabalho por dia; lavagem de roupa no local de trabalho; lanche da tarde; creche.
Essa sugestão me veio à mente quando li todos os depoimentos realizados em audiência pública na Câmara por parte de “especialistas” convocados pela relatora do projeto, deputada Benedita da Silva. Sem exceção, todos falaram na tremenda injustiça, ou mesmo no resquício de escravatura consagrado na Constituição de 88 que estabelece uma distinção entre trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores, derrubada pela lei aprovada e hoje em processo de regulamentação com enormes dificuldades técnicas.
Uma vez feita essa equiparação, seria necessário mais um avanço, este no sentido do trabalhador comum para o doméstico, de forma que ao doméstico fosse reconhecido o direito de produzir mais valia em favor do patrão, a exemplo de uma empresa qualquer. É verdade que isso reproduziria a figura do escravo de ganho presente nos tempos da escravatura, mas, do ponto de vista de uma lei que proponha isonomia reversa entre as duas categorias, seria algo absolutamente justo.
Outra equiparação incidiria sobre a relação do empregador com o Governo. Na presunção de que o empregador doméstico deve ter o mesmo tratamento que uma empresa, é evidente que todas as despesas com os empregados, e sobretudo os salários, deveriam ser deduzidas do imposto de renda tributável, como acontece com todas as empresas. O senador Roberto Requião apresentou um projeto nesse sentido, a ser relatado pelo senador Paulo Paim, e se o Senado demonstrar um mínimo de sensibilidade à questão tratará de aprová-lo logo para atenuar o estrago.
É claro que o doméstico, em média, ganha pouco (R$ 721) em relação aos demais empregados (R$ 1780 em média). Contudo, seu salário vem aumentando nos últimos anos sem interferência do Governo: 56%, contra 29% dos demais empregados nos últimos oito anos. É que a categoria vem diminuindo: só em fevereiro, antes da lei, perdeu 25 mil trabalhadores, e 133 mil nos últimos 12 meses. Essa tendência do mercado de trabalho agora provavelmente se acentuará, não mais porque as domésticas estão conseguindo empregos melhores, mas porque alguns milhares de empregadores procurarão fugir das novas obrigações legais de empresas.
Na questão salarial, tentemos outra analogia. Se for deduzido do salário mínimo que vige para todos os trabalhadores (R$ 678) os encargos que os empregadores domésticos suportam (inclusive de imposto de renda) e as empresas não pagam, descobriremos, por uma conta simples, que os trabalhadores das empresas trabalham de graça, enquanto as domésticas têm o rendimento líquido integral! E vale, aqui, considerar outro ponto: os depoentes na audiência na Câmara falaram muito em convenção da OIT e trabalho decente. Será o trabalho numa empresa mais decente que numa casa de família com direito a proteção legal básica, como é hoje?
O que afirmei acima é apenas uma metáfora, mas serve para caracterizar o grau de estupidez e de demagogia que se verifica quando tentamos tratar de forma igual coisas desiguais. Empregado doméstico e empregado de empresa não é a mesma coisa. Um é o custo do conforto familiar, outro o custo para geração de lucro. Evidente que ambos devem ter direitos básicos protegidos por lei, mas esses direitos devem estar relacionados a sua função, não a uma igualdade genérica por cima. Entretanto, como não há como revogar uma lei recém-sancionada, o mais prudente é apostar no decreto de Requião-Paim, a fim de ao menos aliviar os custos domésticos para donos e donas de casa enfurecidos por sua equiparação a empresas.
*Economista e professor de Economia Internacional da UEPB, autor, entre outros livros, de “O Universo Neoliberal em Desencanto” e “A Razão de Deus”

Especulações vocabulares


Não se desfaz mais nada, hoje. Quem queira desmanchar, arrasar ou destruir algo com sucesso, terá que desconstruir. E com ferramentas orais e morais capazes de romperblindagem – palavra guerreira que saiu dos domínios da beligerância, mas foi sequestrada quando passeava em Brasília.
E é lá, no planalto que um dia foi sonho de Dom Bosco, que hoje se procuram agendas positivas – o que confirma a existência de seu contrário, as negativas, para a defesa de cujos efeitos há de se executar a tal blindagem. Se a medida não for suficiente, tira-se o alvo de cena ou do foco, confiando em que a proverbial amnésia nossa deixe correr o barco em águas que se quer tranquilas.
Se blindagem foi sequestrada em estado de êxtase por Brasília, inexperiência e teimosia tramaram ato tão vil, pois o vocábulo desprezou o conselho da palavra ética. Muito debilitada,ética está de saída, e leva na bagagem ecos de diálogos, declarações e ofensas tão inacreditáveis quanto inesquecíveis. Sai de cena – ou do foco – particularmente ressentida pelo abandono de sua companheira de tanto tempo em ambientes republicanos – a palavraconselho. Embora também sem credibilidade, conselho tem feito tudo para manter-se sob a luz dos refletores, fazendo concessões a finalidades inconfessáveis, em especial as que compõem as tais agendas negativas.
Sem popularidade, a palavra viés teve seus curtos momentos de relativa fama. Invejosa, tentou amizade com a velocíssima agilizar, uma veterana na arte de não deixar rastros. Dissimulada,agilizar não costuma mostrar-se inteira, e nas poucas vezes em que isto acontece, é vista circulando na penumbra e em ambientes restritos. Ainda assim, quem já tenha recorrido a ela nem sempre reconhece tê-lo feito, pois existem suspeitas de que a palavra não dê atenção apropriada à higiene pessoal, carregando com ela odores e manchas de subterrâneos por onde tenha circulado.
Nota-se adaptação rápida da insossa e manquitolante pré-sal ao clima do cerrado, lá por aquelas bandas do Distrito Federal. Apesar de dividida, essa jovem esvoaça com desenvoltura pelos ambientes palacianos, embora já tenha feito mais sucesso com longa agenda (positiva), voltada ao reconhecimento de todo cidadão brasileiro em qualquer metro quadrado do solo pátrio.
Das gêmeas valores, apenas permanece inarredável junto ao poder aquela cuja personalidade se caracteriza por forte apego às questões monetárias. Sua irmã – desprendida, generosa, voltada às questões morais e espirituais – há muito tem demonstrado preferência por lugares mais retirados. Não só em razão de seu desprestígio mas, sobretudo, porque onde há humildade é também possível encontrar suas parceiras, as palavras alegria e paz. 
Rumor muito forte tem espalhado inquietação a respeito do vocábulo justiça. Há observadores que apostam na sua clonagem maldosa, afirmando que a verdadeira já estaria em local incerto e não sabido, sob regime de recolhimento forçado. Outros porém dão como inconsistente esta versão. Dizem que justiça, na verdade, tem empenhado a maior parte de seu tempo em longa e penosa mudança para território geográfico ainda desconhecido.
Polêmicas e discussões à parte, parece haver consenso em relação à sobrecarga de responsabilidades sobre uma palavra que, maltratada e usurpada em sua dignidade, não consegue mais transferir respeito ao sujeito a quem deve nominar: a palavra eleitor. Esta, por sua vez, mal consegue enxergar lá no alto, servida por vassalagem e coroada de brilho, a palavra arrecadação e seu fidelíssimo escudeiro, o vocábulo imposto.
E cá de baixo, onde raramente aparecem os maiores e mais contumazes usuários da palavraeleitor, o sujeito ao qual esta palavra ainda serve com fidelidade não descobriu a quem despachar, com urgência urgentíssima, a incômoda e inquietante palavra socorro.