Eleição 2014, por enquanto em estado de espera

Por Pedro Luiz Rodrigues
A compreensão do mundo da Política não passa, nem de raspão, pelos preceitos da lógica cartesiana, que recorre ao raciocínio para decompor os fatos e reordená-los de forma a permitir que se alcance a verdade e o entendimento do todo.

Os movimentos nesse mundo são enviesados e fazem como as árvores e as folhagens de Manuel Bandeira: revoluteiam, contorcem-se, sacodem-se!

Outros identificarão a labuta dos políticos com o tricô, que era pacientemente trabalhado por nossas bisavós, onde o contínuo e agitado entrelaçamento de fios produziam a malha improvável e não o caos, provável.

Compartilham, a política e o tricô, o fato de serem técnicas e artes muito convenientes para se lidar com a necessidade da mudança constante. Ambas permitem o descampionamento, o jeito ligeiro de se desfazer, à la Penélope, o que se tecera ainda há pouco.

Tudo isso para dizer que não precisam se afligir aqueles que, como eu, não conseguem acompanhar o maçudo, massudo e maçante noticiário político do dia-a-dia, que costuma atribuir mais relevância aos ti-ti-tis declaratórios do que aos grandes lances em andamento. De minha parte, sempre preferi as análises - como as do Carlos Chagas e, no passado, as do Carlos Castello Branco – do que ter de desvendar o que fica oculto na montanha das matérias factuais cotidianas.

Assim, em resumo, veríamos a situação política do Brasil de hoje da seguinte maneira: A Presidente da República – que continua a apresentar índices muito favoráveis de aceitação popular - daqui a um semestre entra no último ano de seu governo, sem ter logrado (até agora) os sucessos que aspirava em termos de crescimento e prosperidade do país. Internamente, o equilíbrio macroeconômico está sob pressão, e o governo está tendo de colocar de lado seu objetivo desenvolvimentista para priorizar o controle da inflação.  Do lado externo acabou-se o conforto: já há grandes e preocupantes goteiras nas  contas do balanço de pagamentos. As reservas externas dão-nos certa tranquilidade, mas à primeira gota de sangue as hienas saltarão sobre elas.

No âmbito dos partidos, o PT, que não consegue se renovar verdadeiramente, parece perder espaço e protagonismo no cenário político. Diferente é o que ocorre com o aliado PMDB, que comanda as duas Casas do Congresso e se mostra a cada dia mais confiante e desenvolto.  Se perceber que o PT ficou trôpego demais, poderá animar-se a buscar conversa mais íntima com o PSDB de Aécio Neves ou o PSB de Eduardo Campos.

Lula, com seu prestígio preservado mas com a saúde sob vigilância, continua a ser o grande fiel da balança.

Por enquanto nada é claro, tudo é espera.

Frase dedefeito

Dormiu so uma semana na minha cama e acha que tem intimidade bastante para falar comigo no meio da rua.

Sinal dos tempos

Os indios (?) de agora sao uma graça. Vivem a invadir terras desmatadas e completas de benfeitorias - casas, estabulos, estradas etc - .
Eu de idiota que inda sou se pergunto: Por que eles nao preferem se evadirem nas matas virgens que ainda existem no Brasil?
La ta bem mais de acordo com o modo de.vida que eles gostam. Sem agua tratada, sem energia eletrica, sem web, sem sus.
Por que sera?

Bom dia

Felicidade x Discriminaçao

Uma prostituta veio a publico e afirmou: Sou prostituta e sou feliz. Evangelicos ficaram indignados com a afirmaçao. Por que em vez de reclamar estes religiosos nao afirmam a mesma coisa, sera que essa gente nao eh feliz e ficam incomodados com a felicidade de nosotros?...

Como receber todas as atualizações de contatos no Facebook

do Olhar Digital

reprodução
facebook notification
Talvez você não tenha percebido, mas muito do conteúdo que seus contatos postam em seus perfis e as informações divulgadas pelas páginas no Facebook não chegam até o seu feed de notícias. Isso porque a rede social filtra boa parte do conteúdo que chega até você, por mais que seu "curtir" dê a entender que você queira receber todos os posts da pessoa ou página.

Mas isso pode ser contornado. Segundo o AllFacebook, para ver todos os posts de seus contatos e páginas curtidas, basta criar uma lista e incluir seus favoritos. Desta forma, você terá acesso a todas as postagens destas pessoas.

Para isso, na lateral direita do feed de notícias, clique em "Mais", no item "Amigos" e seleciona "Criar Lista". Feito isso, basta adicionar todas as pessoas cujo conteúdo mais lhe interesse, bem como as fanpages.

ReproduçãoReprodução

Assim que os contatos forem adicionados, basta acessar esta lista e todos os posts serão exibidos em ordem cronológica.

Viva o Povo-Nação brasileiro

por Carlos Tautz
Darcy Ribeiro costumava dizer – e escrever em livros como o Viva o povo brasileiro – que a dimensão mais acabada da nação brasileira era seu povo. O Brasil, para ele, era o feliz produto de uma miscigenação intensa de indígenas da América do Sul com africanos escravizados e europeus desterrados, onde só quem dá certo mesmo é o povo e a geografia deste país com dimensões de continente.

O povo, aliás, é quem mais teria avançado na construção de algo que se aproxime de uma nação, a despeito das instituições e das elites. Daí povo-nação.

Foi inevitável a lembrança de Darcy nesta semana, ao percorrer 1000 km dos sertões de Sergipe e Alagoas (com uma cidade de incrível nome Jacaré dos Homens), saindo de Aracaju, alcançando a hidrelétrica Xingó e o cânion formado pelo represamento do São Francisco. Aliás, por falar nele, o Velho Chico, o da integração nacional, sofre de assoreamento, desmatamento das margens e extração superintensa de sua água. Não chega perto da pujança de há 500 anos, quando as caravelas nem precisavam vir à terra se abastecer de água doce porque a tremenda correnteza potável do São Francisco invadia o Atlântico 3 km além da costa.
Descendo pelo lado alagoano, cheguei à Penedo e Apiaçabuçu, de onde partem os que visitam a foz do Velho Chico. Passei, entre outros, pelos povoados Potengi, Deserto Feliz e a cidade de Coruripe, indo até Maceió, para dali voltar à capital sergipana pela BR-101, por centenas de quilômetros do latifúndio da cana-de-açúcar que escraviza o solo e acorrenta o Brasil ao século 17.
Ao longo dessa diminuta epopéia pessoal, o traço comum na costa, na Caatinga, no rio-mar e no mar mesmo era aquele que Darcy amava. Em cada uma dessas paragens há um povo que constrói na terra, ora esverdeada pela recente chuva, com seus afazeres do dia a dia, uma nação e luta contra uma brutal concentração de renda e instituições públicas que adoram fazer um gol contra a sociedade.
No turismo, na pesca, na agricultura em que labuta (no latifúndio da cana, não!, que ele é paupérrimo de mão de obra!), é o povo brasileiro quem define a cara verdadeira do Brasil e lhe dá sentido, e não o governo, os parlamentos, os tribunais ou a universidade.
Se Darcy usou seu acúmulo intelectual, a sensibilidade e a paixão brasileira para cravar a melhor definição que há desse País, são as camponesas, os pescadores, as frentistas, os funcionários, as professoras e o gentio todo quem dá à nação uma cara de pele mestiça e vai concluindo esse projeto civilizatório chamado Brasil.


Carlos Tautz, jornalista, coordenador do Instituto Mais Democracia – Transparência e controle cidadão de governos e empresas.