Ocarf Ramili: só vejo gente atrás de mim

A campanha de José Serra (PPS), não considera Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (REDE) adversários competitivos em 2014. Ele e seus estrategistas dizem que: " Aécio não deslanchou, não tem votos fora de Minas Gerais e vive de mendigar apoio e parceria de Eduardo Campos (PSB)."

Quanto a Marina Silva (REDE) consideram que: " Ela tem um discurso restrito e sem nenhum nexo. Na hora da onça beber água, isso virá a tona".

Sobre Eduardo Campos avaliam: "Ele deixará Aécio conversando sozinho e apoiará a presidente".

Breno Altman: Joaquim Barbosa afronta igualdade republicana

Especial para o 247 
O caput do artigo quinto da Constituição brasileira é insofismável: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.” Mas não é o que pensa, a seu próprio respeito, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa.
Diante de informações de que havia adquirido apartamento em Miami através de empresa da qual é titular, a Assas JB Corp, eventualmente violando o Estatuto do Servidor Público e a Lei Orgânica da Magistratura, não se ouviu da maior autoridade judiciária do país um pedido para que fosse imediatamente investigado.
Barbosa reagiu com arrogância típica dos que consideram ter salvo-conduto diante da lei. “No domingo passado, houve uma violação brutal da minha privacidade”, declarou à jornalista Miriam Leitão, em entrevista publicada porO Globo. “O jornal se achou no direito de expor a compra de um imóvel modesto nos Estados Unidos.”
Pouco lhe importa que a questão em tela não seja o que faz com o seu dinheiro, mas a quebra de regras republicanas das quais deveria ser o principal guardião. Manteve-se em silêncio mesmo diante da denúncia de que a sede de sua empresa de fachada é o apartamento funcional que ocupa em Brasília, desrespeitando o decreto 980, de 1993, que proíbe a utilização desse tipo de imóvel para fins comerciais.
Talvez desejoso de aplicar vacina à escalada de revelações que lhe desnudam, o presidente do STF resolveu atirar contra veículos de imprensa que não aceitam sua soberba. “Nos últimos meses, venho sendo objeto de ataques também por parte de uma mídia subterrânea, inclusive blogs anônimos”, afirmou. “Eu me permito o direito de aguardar o momento oportuno para desmascarar esses bandidos.”
O pior, porém, não é seu comportamento de oligarca, pois é comum, na história pátria, que supostos varões de Plutarco construídos pela velha mídia se desfaçam como bonecos de cera e reajam com petulância imperial. Grave mesmo é a omissão, até agora, da Procuradoria-Geral da República e de outros entes responsáveis pela fiscalização de ministros togados.
Também na imprensa conservadora, com honrosas exceções, um manto de proteção recobre as peraltices do herói de capa que forjaram para a lide contra o PT e seus líderes históricos. Basta comparar, por exemplo, com o tratamento conferido a parlamentares ou governantes que usam indevidamente jatinhos públicos para seu deslocamento e de familiares.
A cumplicidade com os malfeitos de Barbosa, neste caso, não é proporcional à relevância de sua função constitucional. Ao contrário de deputados ou senadores, ou de mandatários do poder executivo, a última instância de controle sobre os hierarcas da Justiça é a própria instituição presidida pelo suspeito de irregularidades. Esse fato deveria ser suficiente para redobrar o rigor na apuração das contravenções elencadas, tanto entre os meios de comunicação quanto no âmbito do Estado.
Agrava-se o quadro comparativo se lembrarmos que o posto ministerial não está submetido ao escrutínio popular, além de sua titularidade se esgotar apenas em razão de idade. Boas práticas republicanas exigem, portanto, que o chefe da corte suprema seja tratado sem qualquer tipo de contemporização, para o bem da democracia.
A lassidão que se assiste pode ter explicação na proximidade do julgamento de embargos relativos à Ação Penal 470, o chamado “mensalão”. Advogados de defesa, como se sabe, denunciam ocultação e malversação de provas durante o processo, entre outros graves erros. Vários ministros do STF estariam atentos a essas alegações. Tudo o que não desejam os padrinhos midiáticos de Barbosa é vê-lo chegar enfraquecido ao desfecho do caso.
Vale igualmente lembrar que não são poucos os que vinham flertando com a ideia de alavancar o mais novo proprietário de imóveis da Flórida à Presidência da República. Muito tempo e dinheiro foi gasto, afinal, para fabricar a versão moderna e digital de mais um caçador de marajás, agora a serviço da luta incessante contra os partidários de Lula e Dilma. Os investidores nesse projeto preferem ver a República de joelhos a testemunhar seus ativos políticos desmanchando no ar.
Breno Altman é jornalista, diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel

Oferto-me


Não sei viver sem coleira
Sem ninguém a pertencer
Vagando vadia
Perambulando sem guia
Sem destino direito ter
Preciso de um dono
Em meu mundo preto e branco
Tenho muito amor a oferecer
Obediente e treinada
Mas por ti serei moldada
Como queira que eu deva ser
Procuro desesperada
A quem pertencer
Um Lord soberano, para em suas mãos meu destino ter...

Voa liberdade e diz a saudade que por favor me esqueça !


Leônia Teixeira

Muitos hipócritas juraram por Hipócrates

Muitos médicos estão fazendo paralisações protestando contra o Programa Mais Médicos - é um direito que lhes assiste -. Porém há duas coisinhas que estão erradas nos protestos dos jalecos brancos:

  • 1º Só  estão fazendo paralisações no horário que prestam serviço ao SUS.
  • 2º Recebem o salário sem desconto dos dias parados.
Como cidadão, farei minha parte. Exigirei que a Secretária de Saúde do Estado do Ceará desconte os dias que eles não prestaram serviços médicos pelo quais são pagos para prestar.

Acham que ganham pouco no SUS? Pois que criem vergonha na cara e peçam demissão, vão trabalhar apenas na iniciativa privada.

Ah, também aproveitem e pagam a Universidade Pública na qual foram formados.

Fui claro ou preciso desenhar?
 “Juramento de Hipócrates”:

“Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário.”

Uma estratégia gerada pelo desespero

Não é obrigatório, mas, digamos assim, uma praxe em muitos países: exceto na hipótese de calamidade política ou administrativa, presidentes e governadores buscam a reeleição e quase sempre a conseguem. Como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos.
Lá, as coisas são simples. Principalmente porque o sistema tem praticamente apenas dois partidos — embora não faltem pré-candidatos. Antigamente, até o microscópico Partido Comunista sempre tinha o seu; não conferi, mas imagino que não tenha mais, devido ao desaparecimento da matriz — mas não garanto nada. Políticos de qualquer matiz , em qualquer país, adoram um palanque.
Aqui, no ano que vem, a presidente Dilma Rousseff é candidata inevitável. Como até agora não deu qualquer passo em falso demolidor — nem ela nem o padrinho Lula —, o pessoal que entende do assunto considera a reeleição igualmente inevitável.
A oposição faz o que pode. PSDB e PSB, por exemplo, estão armando uma estratégia original: cada partido poderá ter o seu candidato a governador, quando não for possível fazer aliança em torno de um nome único. Mas — o que nunca aconteceu — os palanques terão a presença simultânea dos presidenciáveis Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB.
Em alguns estados, o PSB, mais fraquinho, poderá apoiar de saída o candidato de Aécio. Se a eleição for para o segundo turno, o candidato mais bem votado terá o apoio do outro. O eleitor decidirá se essa novidade é um golpe de mestre ou uma estratégia gerada pelo desespero. Por enquanto, políticos dos dois partidos estão divididos: tanto há aplauso como vaias — e, principalmente dúvidas.
Quem está de fora — gostando ou não da presidente Dilma — tem as dúvidas que são naturais em casos de estratégias nunca antes testadas. O palanque duplo pode ser uma forma de unificar a oposição à presidente. Mas também pode ser visto como uma demonstração de dupla fraqueza. E muito eleitor tem alergia a novidades com cheiro de desespero.
Vamos ver: Dilma é a primeira mulher a ser eleita presidente da República. Será também a primeira a ser reeleita? Será uma novidade tão original quanto a estratégia da dupla Neves/Campos.
por Luiz Garcia

José Dirceu: E a oposição, como anda?

O PSDB está dividido e sem rumo; José Serra deixa claro que será candidato, Aécio Neves já lhe desejou boa sorte publicamente. Em São Paulo, só se salvam ainda pelo apoio da mídia que esconde o escândalo do cartel da Siemens no Metrô. Um escândalo maior que o próprio escândalo tucano, que a revista IstoÉ sozinha tem noticiado, apenas reproduzindo o que expõem as investigações e os documentos da própria Siemens, que colabora com a Justiça.


São denúncias gravíssimas de corrupção durante mais de 20 anos nos governos do PSDB, desde Mario Covas até hoje. Isso sem falar no mensalão, expressão mentirosa e inventada, mineiro que está para ser julgado no Supremo Tribunal Federal.



O PPS vive sua encruzilhada, sem votos. Satélite do tucanato, e agora do serrismo, vê sua fusão casuística, eleitoreira e oportunista com o PMN naufragar, já que esse partido não concorda com a decisão do PPS de aguardar a decisão do STF sobre a consulta do PSB, com medo de perder parlamentares.



A consulta é sobre se o parlamentar pode mudar de partido sem incorrer em infidelidade partidária. Claro que não pode, a não ser que o Supremo queira rasgar suas próprias decisões, como já fez no caso do PSD.



Já a Rede, de Marina Silva, até agora não conseguiu as tão faladas assinaturas para registrar o partido e ainda depende da conferência das assinaturas pela Justiça Eleitoral. Aliás, como todos os outros partidos, nada de novo, mesmo que a Rede queira exigir – isso mesmo – rapidez da Justiça Eleitoral.



Aos poucos, a maioria da direção, chamada de conselho, da organização liderada por Marina Silva vai adotando posições contrárias às da candidata – sobre aborto, drogas, homossexuais, doações de empresas e bancos e por aí vai –, projetando uma candidatura em contraposição a um programa partidário, experiência que já vivemos no Brasil e que nunca acabou bem.



Por fim, temos o PSB e a candidatura de Eduardo Campos entre ser governo e oposição... Ao mesmo tempo.