Sabedoria Árabe versus Paranóia Norte-Americana

Um velho árabe vivia no estado de Idaho (EUA) há 40 anos. Queria, como fazia todos os anos, plantar batatas no jardim de casa; mas arar a terra já tinha ficado um trabalho muito pesado para ele. Seu filho único, Ahmed, que poderia substituí-lo no plantio estava fazendo pós-graduação na França. Então o ancião decide enviar-lhe um e-mail explicando o problema:  Querido Ahmed, Estou muito infeliz porque não vou poder plantar minhas batatas este ano. Estou muito velho e cansado para arar os canteiros; se você estivesse por aqui tenho certeza que revolverias a terra por mim.Que Alá esteja contigo. Com amor, papai.  

Logo no dia seguinte recebe resposta do filho:  

Querido Papai, Por maior que seja sua vontade, NÃO revolvas, nem mande alguém revolver a terra do nosso jardim. Sob os canteiros é onde tenho escondido "aquilo"... Com amor, Ahmed.  

Na mesma madrugada, lá pelas 4 horas, aparecem com muito estardalhaço a polícia local, agentes do FBI, da CIA, militares lotados no Pentágono (que imediatamente fecharam todos os acessos por ruas e estradas ao local) e cavocaram toda a terra do jardim do velho árabe buscando explosivos, armas químicas e neurotóxicas, antrax e outras bactérias e tudo o que seja passível de ser algum tipo de veneno ou "armas de destruição em massa". Mas não encontram sequer um traço de tais "produtos"... 

No mesmo dia o velho árabe recebe outro e-mail de seu filho Ahmed:  Querido papai, Tenho certeza que a terra dos canteiros do nosso jardim está pronta para que possas plantar tuas batatas.. Foi o melhor que pude fazer, estando aqui na França. Com amor, Ahmed.

Briguilinks

Nelson Rodrigues era um fanfarao de boteco

Nelson Rodrigues nunca revelou algo interessante sobre o comportamento humano. Nadinha. Não se é um escritor da "natureza humana" por ser escroto, ainda que se possa ser genial sendo um escritor escroto. Nelson é genial, mas "mulher gosta de apanhar" não é algo para ser complementado com "só as normais" e, sim, com o seguinte adendo: essa frase de Nelson não é para ser repetida por quem quer escrever filosofia ou literatura. Não é para ser repetida por filósofos porque estes podem fazer frases melhores, também não por literatos porque ela só tem sentido se nos imaginarmos em bailes de um passado distante quando, estando só entre rapazes, dizíamos "vou contar um chiste para homens", no estilo de Fernando de Azevedo.

Rubem Fonseca é diferente. Aí sim há alguém capaz de falar do drama humano. Aliás, Rubem Fonseca é tão bom que ao falar dele como quem é um escritor da "natureza humana", tenho vontade de utilizar essa expressão sem o uso das aspas, como se faria ou se fez no século XVIII ou mesmo XIX. Ele é genial para além do que um escritor é aceito como genial. É um escritor nota dez porque diz que vai terminar um conto de uma tal maneira e, cumprindo o prometido, ainda assim consegue surpreender. Li um conto dele recentemente em que um homem que aprecia morder, ao final do conto diz que gostaria de matar o assassino de sua amante com mordidas, e então cai em si confessando "mas eu só sei dar mordidas de amor" – e de fato são essas as mordidas que aparecem durante o conto, como fio condutor da história.


Prazer e sexo, amor e felicidade – essas duplas são legítimas? 

A virgindade de todos nós.

Quão grande tem de ser o cemitério?

. Almas sensíveis terão ficado penalizadas, mas o mundo logo volta às suas refeições habituais porque, afinal, quem se preocupa com negros pobres que tentam alcançar a segurança de um porto europeu?

Naufrágios como o de quinta-feira são rotina no Mediterrâneo, a ponto de terem também sumido do noticiário a não ser quando o número de mortos é elevado como agora ocorreu.
A prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini, tenta sacudir os governantes, não apenas os italianos. Chegou a escrever uma carta à União Europeia com a pergunta: "Quão grande tem que ser o cemitério da minha ilha?"

Se depender da resposta da comunidade internacional, cara Nicolini, terá que ser tão grande quanto o mar para que caibam todos os náufragos dessa "globalização da indiferença", como a definiu o papa Francisco, ao falar exatamente em Lampedusa a propósito do descaso para com os migrantes.
Clóvis Rossi

Eduardo Campos vai reproduzir, simplificado, o discurso da direita


O PSB saiu do governo Dilma com o discurso de liderar um novo projeto político, tendo à frente Eduardo Campos, pré-candidato da sigla à presidência. Entretanto, as alianças e novas filiações apontam na direção de um projeto político antigo e superado. Ao buscar um distanciamento da aliança histórica petista, se aproxima principalmente do PSDB  em estados de grande densidade eleitoral, como São Paulo e Minas Gerais, e ainda traz para o seu campo nomes conhecidos da direita nacional, como Paulo Bornhausen, secretário do Desenvolvimento de Santa Catarina. "Fazemos um apelo aos socialistas sérios do PSB para que reflitam sobre o rumo que o partido está tomando", disse o deputado Raul Pont.

A coerência política, inclusive, está sendo motivo de várias desfiliações do PSB nos últimos dias. Os irmãos Ciro e Cid Gomes, e a maioria dos integrantes do governo de Ceará, promoveram uma desfiliação em massa da sigla e classificam Campos como "oportunista". "Eu acho que ele está em uma aventura pessoal, vai afundar o PSB nisso, mas é problema dele", disse Ciro Gomes no último dia 1º. O grupo liderado pelo governador Cid Gomes é favorável ao apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff.

Da mesma forma, o PSB no Espírito Santo e Amapá reafirmaram seus compromissos com o projeto nacional liderado por Dilma e o conjunto dos partidos que lhe dão sustentação. Isso expressa o isolamento de Eduardo Campos no interior de seu próprio partido.

Além de Bornhausen (SC) e Heráclito Fortes (DEM-PI), das figuras mais reacionárias e antiesquerda do país, revela que o projeto Eduardo Campos é muito mais de fortalecimento e unidade com a direita tucana (MG e SP) do que um caminho próprio e alternativo ao governo Dilma. "Esperamos que grande parte dos socialistas gaúchos não embarquem nessa aventura", disse Pont.

Magistrados pisando em ovos

Assistindo ontem à sessão do TSE me deu a impressão que os ministros estavam pisando em ovos. Parece que o julgamento dos Embargos Infringentes na AP 470 deu uma sacudida forte na magistratura, e fez o trem voltar aos trilhos. É muito perigoso, e os ministros sabem disso, rasgar a Constituição ao sabor de interesses políticos. Afinal, seja para uns ou outros a Carta Magna é uma garantia, uma âncora na qual juízes responsáveis podem se ancorar se medo de errar.
Gilmar Mendes é - sempre foi - um elemento utilizado pelos tipos mais reacionários e extremistas do país apenas para conseguir manchetes e argumentos para a sua eterna parceira, a grande mídia. No mais, como disse certa vez Joaquim Barbosa, sua alma gêmea, S Exª não tem qualquer pudor em destruir a credibilidade do poder judiciário.
Por Zuleica Jorgensen 

A Globo quer transformar o país inteiro num puteiro

"Nada contra o nu, pelo contrário. O nu dentro de um contexto artístico é lindo e muito bem vindo. Mas na TV (sempre a Globo, claro) apelando para o ibope sem nenhum contexto, só mostrar a genitália por mostrar no intuito apenas de chocar, é de uma vulgarização sem limites do corpo. Enfim, a intenção sempre foi essa mesma, transformar o Brasil inteiro num puteiro."

via Dani Tristão e Lúcia Adélia Fernandes