*Recado de José Dirceu, aos indignados, solidários e justos

Calma companheiros,
O verme é apenas um verme.
E a História é construída por Homens, não por vermes.
A luta continua.
PT saudações.
Feliz Dia das Mães!

FHC - a Ofélia da política brasileira - é uma Mãe para o PT

247 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esbanjou otimismo numa entrevista concedida ao jornalista Roberto D'Ávila e exibida nesta madrugada. Segundo ele, o PT corre o risco de perder as eleições presidenciais de 2014, mesmo que o candidato seja o ex-presidente Lula e não sua sucessora, Dilma Rousseff. O motivo, segundo, FHC é que "a situação no Brasil não é boa".

"Eu não sei se o Lula vai ou não ser candidato. É arriscado, ele também pode perder. Do jeito que as coisas estão, a percepção do povo vai mudando rapidamente", disse o tucano, que governou o País entre 1995 e 2002. Na entrevista, ele também defendeu o desfecho da Ação Penal 470 e criticou a fala de Lula sobre o "julgamento 80% político e 20% técnico".

FHC também foi questionado sobre a possibilidade de que o ex-governador José Serra seja vice na chapa do senador Aécio Neves (PSDB-MG). "Não sei se ele [Serra] quer e se o Aécio vai topar, o tema não chegou às minhas mãos", afirmou.

0 oportunista x a oportunidade

Existem certas histórias que circulam pela Internet de uma maneira quase obsessiva. Há algum tempo, era uma sobre uma combinação no armário; logo, veio a dos dois homens que se encontram no bar. E daí por diante: eu mesmo já recebi várias vezes, coisas que escrevi neste espaço – revistas e ampliadas por internautas. Um interessante intercâmbio tem se estabelecido entre os leitores e a coluna, e isso só enriquece o meu trabalho.

A seguinte história é a "bola da vez": eu a recebo três vezes por semana, no mínimo. Ao contrário de algumas outras (a da combinação no armário era péssima!), merece ser recontada às pessoas que não tem acesso à Rede.

Um filósofo passeava por uma floresta com um discípulo, conversando sobre a importância dos encontros inesperados. Segundo o mestre, tudo que está diante de nós nos dá uma chance de aprender ou ensinar.

Neste momento, cruzavam a porteira de um sítio que, embora muito bem localizado, tinha uma aparência miserável.

  Veja este lugar – comentou o discípulo. – O senhor tem razão: acabo de aprender que muita gente está no Paraíso mas não se dá conta, e continua a viver em condições miseráveis.
– Eu disse aprender e ensinar – retrucou o mestre. – Constatar o que acontece não basta: é preciso verificar as causas, pois só entendemos o mundo quando entendemos as causas.
Bateram à porta, e foram recebidos pelos moradores: um casal e três filhos, com as roupas rasgadas e sujas.

– O senhor está no meio desta floresta, e não há qualquer comércio nas redondezas – disse o mestre para o pai de família. – Como sobrevivem aqui?

E o senhor, calmamente, respondeu:

– Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos; com a outra parte nós produzimos queijo, coalhada, manteiga para o nosso consumo. E assim vamos sobrevivendo.

O filósofo agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns momentos, e foi embora. No meio do caminho, disse ao discípulo:

– Pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali em frente, e jogue-a lá em baixo.

– Mas ela é a única forma de sustento daquela família!

O filósofo permaneceu mudo. Sem ter outra alternativa, o rapaz fez o que lhe era pedido, e a vaca morreu na queda.

A cena ficou marcada em sua memória. Depois de muitos anos, quando já era um empresário bem sucedido, resolveu voltar ao mesmo lugar, contar tudo à família, pedir perdão, e ajudá-los financeiramente.

Qual foi sua surpresa ao ver o local transformado num belo sitio, com árvores floridas, carro na garagem, e algumas crianças brincando no jardim. Ficou desesperado, imaginando que a família humilde tivera que vender o sítio para sobreviver. Apertou o passo, e foi recebido por um caseiro muito simpático.

– Para onde foi a família que vivia aqui há dez anos? – perguntou.

– Continuam donos do sitio – foi a resposta.

Espantado, ele entrou correndo na casa, e o senhor o reconheceu. Perguntou como estava o filósofo, mas o rapaz estava ansioso demais para saber como conseguira melhorar o sítio, e ficar tão bem de vida:

– Bem, nós tínhamos uma vaca, mas ela caiu no precipício e morreu – disse o senhor. – Então, para sustentar minha família, tive que plantar ervas e legumes. As plantas demoravam a crescer, e comecei a cortar madeira para venda. Ao fazer isto, tive que replantar as árvores, e necessitei comprar mudas. Ao comprar mudas, lembrei-me da roupa de meus filhos, e pensei que podia talvez cultivar algodão. Passei um ano difícil, mas quando a colheita chegou, eu já estava exportando legumes, algodão, ervas aromáticas. Nunca havia me dado conta de todo o meu potencial aqui: ainda bem que aquela vaquinha morreu!

Paulo Coelho é o oportunista

Hoje até Deus tem motivo para ter inveja de mim

Eu, humano que sou posso pensar e escrever essa baboseira acima.

Deus responderia o que?

Conservadoras e reacionárias são exímias jogadoras

Marina Silva é a única candidata que nada tem a perder nesta eleição. Disputando a vice-presidência não será dela automaticamente a derrota de Eduardo Campos. Mas em propaganda futura seus seguidores creditarão a seu prestígio todos os votos dados a ele. Atribuindo o fraco desempenho de seu candidato nas pesquisas ao ainda pouco conhecimento do eleitorado de que Marina é a vice, a própria campanha do PSB tece o tapete para ela no futuro. Marina Silva, com bastante malícia, declarou em 2010 que perdeu ganhando. De fato, tornou-se nacionalmente reconhecida como candidata competitiva e com a bolsa entupida por cerca de 20 milhões de votos. Nada garante que repita o feito em 2014, nem que, nos votos finais a Eduardo Campos, a maioria se deva a ela e não a ele. Nenhum resultado de pesquisa, neste momento, pode assegurar muita coisa a respeito de nenhum candidato, exceto que, seja o resultado qual for, Marina Silva nada tem a perder.

Com o crédito já reivindicado pelos votos que o PSB receber na eleição presidencial, Marina ganhará, ademais, os aplausos pela votação que os candidatos da Rede, locatários da sigla socialista, descolem pelo Brasil a fora. Esse é o principal lance de Marina Silva nas eleições deste ano e é, explicitamente, o preço que está cobrando pelo acordo com Eduardo Campos. Ou melhor, uma porcentagem do preço, sendo outra, grande, o poder de veto sobre as coalizões que o PSB tenta construir nos pleitos estaduais. Neste ponto ela tem sido de uma contundência típica de José Serra, já mostrada anteriormente, ao atacar os pretendentes a acordos com o PSB, quando estes, segundo ela, ameaçam comprometer a reputação da Rede.

Não há nenhuma caridade evangélica na acusação de que Aécio Neves e o PSDB têm cheiro de derrota, dando início, com essa salva de artilharia, ao rompimento do fingido namoro entre os dois candidatos da oposição à presidência da República. Era de se esperar que os afagos se transformassem em agressões com a proximidade do pleito, mas o destempero de Marina Silva revela o estilo de concorrência que o candidato do PSDB, Aécio Neves, pode esperar dos "companheiros de projeto", em especial da Rede e de sua proprietária ideológica.

Ainda um tanto sem jeito, Eduardo Campos busca trazer uma réstia de luz progressista ao obscurantismo marineiro, impedido, contudo, de desafiar as principais bandeiras de identidade da Rede. Já Marina Silva não concilia, precisamente porque não está apostando, mas construindo seu futuro político, ao contrário de Campos, destinado a arrastar a carga de uma derrota eleitoral que, após o fato, terá o sabor de desnecessária e maculada aventura.

O empurrão para a direita sofrido por Aécio é provavelmente o troco por sua desabrida proclamação de que seria o candidato do agronegócio. Não havendo fundamento conhecido para tamanha bazófia, restou-lhe a incômoda posição de parecer um desarvorado mendigo de apoios. Reforçando o hábito de seguir as veredas indicadas por sua candidata a vice, Eduardo Campos ensaia mordiscar as atitudes do candidato tucano, buscando situar-se entre o PSDB e Dilma Roussef.

Mas a estratégia geral da campanha tem todo o jeito de estar sendo elaborada por Marina Silva. Ainda não há registro de qualquer alteração nas bandeiras defendidas por ela na disputa de 2010, tanto no subliminar desgosto com o desenvolvimento econômico quanto na agenda retrógrada de suas convicções sociais e de costumes. Eduardo Campos é o retirante neste capítulo, mordendo a língua e abjurando suas crenças socialistas e progressistas do passado.

Quando ao Partido dos Trabalhadores for garantida a mesma licença para propaganda eleitoral de que gozam sem punição a coalizão Rede/PSB e o PSDB, o radicalismo estratégico de Marina Silva tornará inconvincentes as declarações de Eduardo Campos de que está no mesmo campo de Lula, apenas querendo mais e melhor. Marina não quer melhor nada e muito menos, mais. Sua visão de mundo é estranha aos desafios da humanidade, ao contrário do que anuncia, substituindo as dificuldades do afazer real pelo refúgio das utopias passadistas e de bucólicas reconstruções da natureza. As próximas decisões de Eduardo Campos serão sempre difíceis: ou disputa com Aécio Campos a posição de centro-direita, subscrevendo os preconceitos de Marina Silva, ou reduz sua exposição, permitindo que Marina conduza o processo, cuja derrota será inapelavelmente atribuída a ele. Há conservadoras e reacionárias que são exímias jogadoras de pôquer: Marina Silva é uma delas.