O manifesto digital

Federico García Lorca é, ao lado de Miguel de Cervantes, o escritor espanhol mais conhecido e lido tanto na própria Espanha, como no resto do mundo. Poeta e dramaturgo, de uma obra intensa, marcada por codificações simbólicas: a lua, a morte, a terra, a água, o cavalo, a criança...
Lorca criou um dos mais belos teatros do século XX, introduzindo em suas peças uma linguagem poética singular. Sua insatisfação diante da vida transformava os costumes abordados em sua tragédia. Centro de um grupo de intelectuais que passou para a história como a “Geração de 27”, congregou com os maiores nomes do universo da arte e cultura da Espanha do século passado, entre o solar dos seus amigos estavam: Luís Buñuel, Salvador Dali, Antonio Machado, Manuel Falla e Rafael Alberti.
Federico García Lorca foi um dos primeiros a ser vitimado pela Guerra Civil Espanhola, sendo abatido pelos nacionalistas, grupo liderado pelo general Franco, que uma vez no poder, levaria a Espanha a uma ditadura de quatro décadas. Durante a ditadura franquista, o nome do poeta andaluz foi banido e proibido em todo o país. Numa época de conservadorismo dos costumes católicos na Ibéria, as idéias de Lorca, juntamente com a sua homossexualidade latente, foram decisivas para o seu fuzilamento. Se a conduta de idéias e as assimilações de vida de Lorca bateram no preconceito de uma nação, assassinando o homem, o poeta e o dramaturgo eternizaram o mito. Mesmo calada a sua obra por décadas, ela voltou com os ventos da democracia, formando um grande vendaval que fizeram das palavras dilaceradas à luz da lua, um grito que ecoou por toda a península Ibérica, tornando-se um dos maiores nomes da literatura espanhola.

Tendências Musicais no Universo do Jovem Lorca

Federico García Lorca nasceu em 5 de junho de 1898, em Fuente Vaqueros, povoação próxima a Granada, na Andaluzia. Filho mais velho de quatro irmãos, viveu uma infância que marcaria para sempre a sua vida e, principalmente, a sua obra. Todas as vezes que questionado sobre o que escrevia, Lorca aludia à infância como fonte de inspiração. Sua família enriquecera com o negócio do açúcar, formando um núcleo de pequenos proprietários e funcionários administrativos. É na figura da mãe que o pequeno Federico mais se espelha, apesar da sua tendência para a depressão. É com ela que inicia os seus estudos e aprende as primeiras letras. A infância corre-lhe feliz dentro do seio desta família andaluz, que trazia homens que gostavam da vida boêmia e da música, e mulheres que liam Vitor Hugo como modismo.
O mundo da arte abraçou desde cedo “el niño“ andaluz, que se dedicava horas a tocar piano, numa demonstração clara de vocação para a música. Por algum tempo acreditou que o pai o enviasse para Paris, onde pretendia continuar os estudos musicais, mas com a morte de seu professor de piano, António Segura Mesa, não teve como convencer a família, que queria para o filho uma profissão mais “útil”.

Terminado o sonho de ser músico na adolescência, o jovem Lorca seguiu para Granada, matriculando-se em Direito e Filosofia. Sem aptidão para os cursos, logo deles se desinteressa. Concluiria com dificuldade o curso de Direito. É desta época o seu primeiro sucesso literário “Impressões e Paisagens”. É em Granada que começa a desenvolver o seu círculo intelectual, travando conhecimento com António Machado e Manuel Falla, estreitando com eles uma longa amizade.

Em 1919 Lorca seguiu para Madrid, para concluir o curso de Direito. As conturbações culturais assolavam a Europa, que acabara de viver os duros anos da Primeira Guerra Mundial. Era hora de refazer os escombros que a guerra deixara, inclusive o cultural. Sob os ecos do horror da guerra, tudo parecia finito, os ventos reluziam mudanças, os símbolos tomavam dimensões no jogo social e artístico, refletidos em Freud e Nietzsche, incitando códigos que respingariam na obra que o jovem García Lorca começava a traçar. Nesta época publica o seu primeiro poema na “Antologia de Poesia Espanhola”, e começa o projeto de um livro de poemas. O escritor matava de vez o músico. Os versos usurpavam as notas musicais, e o maior poeta da Espanha do século XX estava pronto.
Pinturas
Leia mais em: 
Patronato Cultural Federico García Lorca, órgão que gerencia o funcionamento do local de nascimento do poeta 
Artigos, livros e trabalhos acadêmicos
Ambigüidade trágica e condição materna em García Lorca, por Claudio de Souza Castro Filho
O assassinato de García Lorca e suas repercussões no Brasil, por Luciana Montemezzo
A concepção literária e simbólica encontrada nas Canciones de Federico García Lorca: estudo de caso, de Idalmo Mendes Lara. Dissertação de Mestrado,Universidade Federal de Uberlândia, MG, 2009
Federico García Lorca: "Ele fez mais dano com a caneta que outros fizeram com a arma" . Direitos fundamentais LGBT, de Carlos Alexandre Neves Lima
Federico García Lorca, poeta do século XX e de sempre, por Basilio Miranda
Federico García Lorca: pequeno poema infinito, por José Mauro Brant e Antonio Gilberto. Coleção Aplauso
García Lorca anunciando a Guerra Civil Espanhola, por Syntia Alves
García Lorca, de autor e diretor a alvo dos fascistas espanhóis, por Luciana Montemezzo
Garcia Lorca: na praça, na política e na alma do brasileiro, por Christiane Marcondes
Garcia Lorca, o músico. Manuel de Falla, o humilde, por Osvaldo Colarusso
Mulher, desejo e morte: dramaturgia e sociedade no inseparável triângulo de García Lorca, por Irlei Margarete Cruz Machado. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Uberlândia, MG, 2009
A noite e o dia de Garcia Lorca, por Pedro Corrêa do Lago 
Para o estudo de Lorca no Brasil, por Gilberto Mendonça Teles
A possibilidade de representação visual  na obra de Federico García Lorca, por Susana Giraudo
Sobre o poético e o trágico em Yerma, de Federico García Lorca, por Syntia Pereira Alves 
O teatro de García Lorca: a arte que se levanta da vida, por Syntia Pereira Alves. Tese de Doutorado, PUC-SP, 2011
O trágico no teatro de Federico García Lorca,  por Claudio de Souza Castro Filho. Dissertação de Mestrado, UNICAMP, 2007  
A violência do silêncio: a morte de Federico García Lorca, por Syntia Alves 
Filmes:
O Desaparecimento de Garcia Lorca, direção de Marcos Zurinaga
Do Virtuália
por Jeocaz Lee Meddi

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Banho e tosa
Aqui
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Sai um gato

Poesia

Ser amado é importante.
Mas,
Essencial é a gente amar.

Fora disso
Tudo mais
É trollagem!

Profissionais de medicina - Revalidem a solidariedade

O fotógrafo Luís Carlos Marigo, que morreu ontem sem atendimento médico na porta o Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras, foi   meu parceiro profissional há 32  anos, numa matéria para a Revista de Geografía Universal, editada no México, de maio de 1982, da qual guardo aqui um exemplar.

Era sobre Ouro Preto, feita antes que ele se dedicasse exclusivamente a ser fotógrafo de natureza, acertada no apartamento em que morava, no bairro de  Vila Isabel, onde era meu vizinho.
Depois, Marigo ajudou a tornar melhores meus filhos e muitos filhos, de muita gente, com a fotos de animais que vinham em cartões de um chocolate.
Não vou aqui cometer a irresponsabilidade de dizer que ele teria sobrevivido se os médicos do hospital o atendessem. Pode ser que sim, pode ser que não.
Também conheço aquele hospital público, ao qual sou grato pelo atendimento que deu a uma pessoa muito querida, com sérios problemas cardíacos. Não lhe faltam ótimas instalações – ele recebeu uma grande reforma no Governo Lula – e também não lhe faltam profissionais de primeiríssima qualidade técnica.

Não é incorreto que aquele hospital, de especialidade, não tenha atendimento de emergência regular.

Mas o que está acontecendo com a humanidade dos profissionais de saúde brasileira? Aliás, com os profissionais, de qualquer especialidade, neste país?
Não importa se o hospital estava em greve ou se não faz atendimentos de emergência como uma de suas rotinas.

O motorista de ônibus que parou o coletivo para buscar socorro para um passageiro mostrou mais sensibilidade e noção de valor da vida humana.
Ele não tinha qualquer obrigação profissional de assistir seu passageiro, mas o fez.

Em quase uma hora de agonia diante do hospital, sem que não o viessem atender senão o motorista de uma ambulância e os paramédicos dos Bombeiros, Marigo despediu-se de um mundo onde o "tô nem aí"  tomou conta de muita gente.
Que enche a boca para falar de falta de qualificação dos médicos estrangeiros que se dispõem a atender pessoas no fim do mundo.

Mas que não atravessa a portaria e a calçada para ver o que está acontecendo com outro ser humano.
Ninguém quer que, no século 21, se faça uma medicina romântica apenas, sem condições de espaço e equipamentos, mas espaços e equipamentos havia lá.

O que não houve, com o perdão dos doutores, foi consciência de seu papel decisivo e essencial para a vida humana.

Fernando Brito

Nada mais sensual para um sujeito faminto do que a nudez de um galeto no espeto

Nada mais encantador para um candidato sem vitrine eletrônica do que um partido novo na coligação. Mesmo que esse partido seja um nanico, dono de alguns míseros segundos de propaganda no rádio e na tevê.

Nesta quarta (4), o presidenciável tucano Aécio Neves celebrou a adesão formal de quatro legendas-anãs: PMN, PTdoB, PTC e PTN. Juntas, valem algo como 20 segundos. É uma pequena eternidade para quem dispõe de menos de 4 minutos e terá de medir forças com uma Dilma Rousseff que já dispõe de uma vitrine de mais de 10 minutos.

By Josias de Souza

Proposta do Metrô não evita greve a partir desta quinta-feira, avisa sindicato

Boletim de notícias da Rede Brasil Atual - nº57 - São Paulo, 04/jun/2014
http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2014/06/proposta-do-metro-nao-vai-impedir-greve-a-partir-desta-quinta-feira-avisa-sindicato-6817.html

Proposta do Metrô não evita greve a partir desta quinta-feira, avisa sindicato

Empresa aumentou índice de reajuste para 8,7% e propôs pagar integralmente o vale-refeição, hoje parcialmente subsidiado. Metroviários querem pelo menos 10%
http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2014/06/brasil-apresenta-projeto-contra-a-homofobia-a-cupula-da-organizacao-dos-estados-americanos-4158.html

Brasil apresenta projeto contra a homofobia à cúpula dos Estados Americanos

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/copa-na-rede/2014/06/seis-camisas-13-e-um-14-que-fizeram-historias-em-copa-do-mundo-762.html

Seis camisas 13 e um 14 que fizeram história em Copa do Mundo

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/copa-na-rede/2014/06/facamos-figa-por-neymar-e-ele-o-jogador-que-vai-desequilibrar-7058.html

Antero Greco: 'Façamos figa por Neymar. É ele o jogador que vai desequilibrar'

http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2014/06/camara-aprova-plano-nacional-de-educacao-e-documento-segue-para-sancao-presidencial-5238.html

Câmara aprova Plano Nacional de Educação com 10% do PIB para o setor

http://www.redebrasilatual.com.br/economia/2014/06/producao-industrial-em-abril-cai-pelo-segundo-mes-consecutivo-aponta-ibge-2438.html

Produção industrial em abril cai pelo segundo mês consecutivo

http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2014/06/medo-de-retrocesso-adia-regulamentacao-da-pec-do-trabalho-escravo-5892.html

Medo de retrocesso adia regulamentação da PEC do Trabalho Escravo

http://www.redebrasilatual.com.br/entretenimento/2014/06/mostra-apresenta-filmes-sobre-juventude-e-rebeldia-no-rio-de-janeiro-1504.html

Mostra apresenta filmes sobre juventude e rebeldia no Rio de Janeiro

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*O verme saiu do STF para não cair do pedestal

por Antonio Lassance
Agência Brasil

A pergunta mais importante sobre Joaquim Barbosa é a mesma que Marx expressou em "O 18 Brumário de Luís Bonaparte": é preciso refletir sobre as circunstâncias e condições que possibilitaram a um personagem medíocre e grotesco desempenhar um papel de herói.

Joaquim Barbosa tem muito em comum com o ex-presidente Jânio Quadros.

Ambos renunciaram aos cargos que eram o ponto máximo que cada qual almejou em sua carreira. Jânio largou a Presidência da República. Barbosa abdicou de seu trono no Supremo.

Jânio fez sucesso falando em acabar com a corrupção e tratando os políticos, genericamente, como bandidos - a principal vítima foi o presidente Juscelino Kubitschek. Barbosa fez algo muito parecido. Só não empunhou a vassourinha.

Jânio isolou-se politicamente. Depois que renunciou, só se falava de quem assumiria em seu lugar. No caso, era João Goulart, tratado como um perigo.

Barbosa saiu e seu futuro substituto na presidência do STF, Ricardo Lewandowski, é alvo de mil e uma hostilidades.

Barbosa deixou o STF para não descer do pedestal. Sem o mensalão, sua vida na Suprema Corte acabou. Não tem mais razão de ser. É ladeira abaixo.

Barbosa brigou e isolou-se de praticamente todos os seus pares e de todos os seus apoiadores.

A ojeriza é seu principal currículo. A desmoralização de tudo e de todos foi seu principal discurso e uma maneira fácil de conseguir muitos adeptos.

Nunca alguém em uma posição tão qualificada foi tão bom martelo para os golpes dos que se interessam não em mudar a política, mas simplesmente em desqualificá-la.

Para juízes, advogados e membros do Ministério Público, Barbosa começou como uma boa promessa e terminou como uma grande decepção.

Eles o consideravam sangue novo no Supremo. Era alguém que poderia levar adiante causas importantes e, muitas vezes, esquecidas.

Barbosa saiu do STF virando as costas para essas grandes causas. Nem mesmo aquelas que seriam óbvias para alguém com sua origem tiveram seu entusiasmo. 

A demarcação de terras quilombolas e indígenas, por exemplo, continua intocada. É uma obra inacabada sobre a qual Barbosa não moveu uma palha. 

A demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, objeto de uma decisão do STF em 2009, só teve seu acórdão publicado quatro anos depois - mesmo assim, sem que fosse considerada como regra geral a ser aplicada a outros casos.

Tribunais de todo o país aguardam, há anos, decisões sobre um número recorde de processos que dependem do STF. Um legado da gestão Barbosa foi o de transformar o STF no gargalo supremo da Justiça brasileira.

A AP 470, considerada por alguns como seu "grande legado" e, por ele mesmo, como ponto alto da história do STF, sequer estabeleceu critérios para se tratar casos homólogos, como o mensalão do PSDB e o do DEM.

O legado da AP 470 se resume a meia dúzia de presos, e não a qualquer avanço no combate à corrupção. Sequer firmou-se um critério de julgamento para casos futuros. Portanto, não é exemplo de nada.

Barbosa tratou seus pares a pontapés; generalizou acusações contra advogados e juízes, como se todos fossem maçãs podres; mandou jornalistas chafurdarem no lixo.

Tudo isso atraiu a atenção e até o entusiasmo de quem não gosta de advogados, juízes, jornalistas e políticos. Mas o que trouxe de construtivo para o País? O que gerou de mudança? Absolutamente nada.

Barbosa é tão importante para a história do País quanto um Jânio Quadros. Arrogância, destempero verbal e o gosto por tratar quem quer que seja como corrupto podem até angariar simpatia, mas até hoje não trouxeram qualquer contribuição efetiva para mudar a política.

Pouco importa o destino de Barbosa. A única dúvida relevante que fica é a mesma que Marx expressou em "O 18 Brumário de Luís Bonaparte": é preciso refletir sobre as "circunstâncias e condições que possibilitaram a um personagem medíocre e grotesco desempenhar um papel de herói”.
*O verme é como batizei o dito sujo