Você lavou nossa alma, Miruna Genoino

Querido Pacheco,

Te escrevo essa carta hoje, um dia tão forte para você e consequentemente para nós também, porque ando com a cabeça muito fora do eixo, dando umas bolas foras com as palavras orais e sentindo mais firmeza nas palavras escritas. Talvez, se eu te telefonasse, não conseguiria expressar tudo o que gostaria, tanto quanto acho que poderei colocar aqui.
Sabe Pacheco, apesar de minha profissão de educadora estar de alguma forma bem distante da sua, o direito sempre esteve meio próximo de mim, de jeitos muito significativos, e marcantes também. Meu pai esteve em uma faculdade de direito e apenas pela ditadura não terminou seu curso, e depois, duas grandes, grandes amigas minhas entraram no direito. Uma delas, uma amiga de infância, acabou me juntando em muitos momentos com os seus colegas de faculdade e por isso enquanto me constituía enquanto pedagoga, acabei acompanhando pessoas queridas se formando no direito.
Isso tudo para dizer que sim, para mim esse mundo jurídico de vocês é muito estranho e cheio de leis, decisões, decretos, e muito diferente do meu mundo, cheio de crianças, de espontaneidade, de “combinados”, mas é um mundo que respeito profundamente, que admiro e que é cheio de gente muito, muito especial para mim.
Desde que meu pai foi colocado de forma tão injusta nesse processo, tivemos todos nós que ir adentrando nesse mundo jurídico e assim, ir estabelecendo uma relação com você, advogado dele. No começo, não era nosso foco de atenção, afinal, era algo entre meu pai e você e nós ficávamos apenas sabendo das coisas, acompanhando… Porém, desde o dia 15 de novembro tudo mudou porque meu pai perdeu a liberdade, a voz e fomos precisando estabelecer uma relação, nós, a família, e você, o advogado dele.
Nem sempre foi fácil porque estamos desesperados, queremos respostas, desejamos ações e você ia sempre precisando ir trazendo o dado de realidade, as leis, as possibilidades, as ações jurídicas, os pedidos dentro desta ou aquela lei. Todo esse processo foi para nós uma eterna luta e embate com esse muro da (in)justiça, dos trâmites e das burocracias, com sentenças, decretos e pareceres e para quem está de fora deste mundo e pior, para quem tem seu familiar assim nessa situação, isso tudo vai sendo uma prisão para nós.
É por isso que te escrevo para dizer que você hoje lavou a nossa alma. Você colocou no plenário o sangue, a força, a energia, a convicção que tantas vezes nós, de fora, ansiávamos de todas as formas por nossa condição de angústia e desespero. Você hoje, Pacheco, falou com clareza e com certeza porque se apóia na verdade e sabe que quem está do outro lado não só está indo contra o direito, como ele próprio sabe que o que está fazendo é ilegal e pior de tudo, desumano.
Eu, ao ver o vídeo, tive que escolher entre dois sentimentos: o do ódio pelo opressor, e o da admiração pelo defensor. Claro que escolhi o segundo. Claro e óbvio porque isso que aconteceu hoje só deve ser visto dessa forma, pela sua atitude digna e corajosa de decidir mostrar veementemente que a situação do meu pai não pode continuar como está, que não se pode seguir assim, protelando e atrasando, descaradamente sem entender que uma vida humana está em jogo.
Eu sei, Pacheco, que ao longo desse processo vocês advogados amigos, sofreram muito, porque tudo que foi acontecendo ia contra todos os precedentes, leis, decisões e a angústia deve ter sido tremenda. Mas considero que hoje você mostrou que o direito não precisa ser lei e sentença, ele pode ser vida e luta também, ele pode ser força, decisão e determinação. O direito pode ser coragem, pura coragem.
Agora, tentarão manchar sua imagem, dizer baboseiras, inventar e caluniar, mas é tarde demais. O vídeo é claro, as atitudes são explícitas e não há nada que possa ser dito que conseguirá mudar o fato de que hoje uma atrocidade foi cometida contra você, simplesmente por ser o advogado de José Genoino. Mas tudo tem seu preço, e todo mundo, cedo ou tarde, precisará arcar com as suas escolhas. Fico feliz em saber que a sua escolha foi a da convicção e dos valores, porque a sedução do poder já levou muita gente a escolher a perseguição, a difamação e a tortura em todos os sentidos.
Estamos juntos e lutaremos juntos até o fim.
Hoje você lavou nossa alma e estou certa de que meu pai, quando ficar sabendo, sentirá enorme orgulho de ter você como advogado.
Um abraço,
Miruna

#VerdeamareloazulanilcolorindoBrasil

Leônia Teixeira 

Fernando Brito

A alegria é do povo e ela vai driblar o ódio da direita
o Brito
alegria
Cadê o caos?
Cadê  o fracasso, a incompetência, a incapacidade brasileira de fazer o maior evento esportivo do mundo, ao lado das Olimpíadas?
Pergunte, pergunte isso a todos.
Algumas pessoas reagirão com espanto.
“É, falaram tanto que ia ser um desastre”.
Outras, empedernidas, vão gaguejar “é, mas”, “ah, mas” e outras rabugices do gênero.
Tentaram de tudo para tirar do povo brasileiro uma grande alegria.
Cobraram hospitais, escolas, tudo o que jamais lhe deram, nas décadas e séculos em que, quase ininterruptamente, estiveram no poder.
Tudo era mal-feito, atrasado, desajeitado.
O Brasil era uma vergonha.
E, não obstante, o Brasil hoje é uma festa.
Com direito a brincadeira, protesto, risada, unhas roídas, vaia, aplauso, tudo o que a diversidade humana tem guardado e se solta nas horas de festa.
Que é, na frase genial de Leonardo Boff, o tempo forte da vida, onde os homens dizem sim a todas as coisas.
Em que nos aceitamos, nos irmanamos, nos soltamos para sermos todos os defeitos e qualidade que trazemos em nós.
A direita, meus irmãos, é um bicho gordo e triste.
Sua alegria é só a dos camarotes, de seu mundinho privado e privilegiado.
A alegria do povo, como a encarnou Mané Garrincha, é desarrumada, tem as pernas tortas, toma umas e outras e mais outras ainda e muitas vezes não sabe arrumar direitinho as palavras.
Mas é genial, indomável, transbordante e linda, como a destas crianças cariocas que o fotógrafo Yasuyoshi Chiba, da France Press, teve a delicadeza de captar.
Só quem não ama as pessoas pode olhar para elas sem se emocionar.
Tivemos de suportar meses e meses de tristeza e do coro dominante da tristeza.
Mas agora a alegria vai inundar tudo isso.
E o povo brasileiro estará feliz, feliz como queremos que viva todos os dias, todos os anos, todos os séculos.

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