Luis Nassif

As propostas de Eduardo Campos

Candidato do PSB (Partido Socialista Brasileiro) às eleições presidenciais, Eduardo Campos precisará passar por Aécio Neves (PSDB) para encarar Dilma Rousseff.
É um dos vários paradoxos em que mergulhou sua candidatura.
Campos procurou situar sua candidatura como o de continuidade do governo Lula. Trata a gestão Dilma como um acidente de percurso que teria prejudicado o lulismo.
Na eventualidade de passar para o segundo turno, necessitará do apoio de Aécio Neves – e vice-versa. Mas, para passar para o segundo turno, teria que mirar as críticas em Aécio, o que pouco faz.
Eleito, governaria com Aécio ou seria a continuidade do lulismo?
O discurso de Campos ainda não conseguiu resolver esse dilema.
Em entrevista ao Portal iG, Campos procurou sublinhar melhor as diferenças com Aécio. Este apoiou Fernando Henrique Cardoso; ele, apoiou e fez parte do governo Lula. É muito pouco para consagrar-se como alternativa a Aécio.
Campos é reconhecidamente um  grande gestor. Montou sistemas de planejamento e monitoramento da administração estadual que mereceram do empresário Jorge Gerdau uma comparação consagradora: é do nível dos melhores CEOs de empresas privadas.
Especialmente na questão da segurança pública montou um programa inovador, abordando todos os ângulos da questão – desde a repressão propriamente dita à educação.

Mensagem do dia

Ah, a vida...
O correr da vida imbruia tudo.
A vida é assim:
Isquenta e isfria
Aperta e afroxa
Aquieta e depois desinquieta
O qui ela quer da vida é corage!
by Guimarães Rosa

Boa noite!

Dormir para sonhar
e
Acordar Feliz!

Renato Teixeira

Lindo!

O pior analfabeto é o analfabeto midiático

por CELSO VICENZI

Ele ouve e assimila

repete o que ouviu,

acontecimentos políticos,

política, mas usa as redes sociais com ganas e ânsias de quem veio para justiçar o mundo. Prega ideias

discriminatórias, e interpreta os fatos com a ingenuidade de quem

manipula. Nas passeatas e na internet, pede liberdade de expressão, mas censura e ataca quem defende bandeiras políticas. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. E que elas –na era da informação instantânea de massa –são muito influenciadas

fatos.

dos

midiática

jornalistas e colunistas na mídia impressa, em emissoras de rádio e tevê – que também estão presentes na internet – a anunciar catástrofes diárias na contramão

estatísticas mais

significativos são desprezados

deslizes são tratados como se fossem enormes

objetivo

O

escândalos.

impedir que políticas

possam ameaçar os

privada. O mesmo tratamento não se aplica a determinados partidos políticos e a corruptos que ajudam a manter a enorme desigualdade social no país.

Questões iguais ou semelhantes são tratadas

pela

distinta

forma

de

prestar atenção como

noticiário sobre o escabroso caso que veio à tona com as informações da alemã Siemens. Não houve nenhuma indignação dos principais colunistas, nenhum editorial

principal emissora de TV do país calou-se por duas semanas após

denunciando

IstoÉ

revista

superfaturar trens e metrôs em 30%.

O analfabeto midiático

orgulha e estufa o peito para dizer que viu/ouviu a informação no Jornal Nacional e leu na Veja, por exemplo. Ele não entende como é produzida cada notícia: como se escolhem as pautas e as fontes, sabendo antecipadamente como cada uma delas vai se pronunciar. Não desconfia que, em muitas tevês,

notícia

a

jornais,

redação, bastando ouvir as pessoas que vão confirmar o que o

principalmente, o "dono

Chico Buarque!) quer

isso as

Para

fatos.

vezes, em fotos e imagens. Dizem que "uma foto vale mais que mil palavras". Não é tão simples (Millôr,

argumentou: "então

imagem"). Fotos e

construções, a partir de um determinado olhar. Também as imagens podem ser manipuladas e

gosto

"ao

editadas

infinidade de exemplos. Usaram-se imagens para provar que o Iraque possuía depósitos de armas químicas que nunca foram encontrados. A irresponsabilidade e a falta de independência da mídia norte-americana

convencer a opinião pública, e mais uma guerra com milhares de

deflagrada.

midiático

analfabeto

O

enfoque pode ser uma escolha construída para chegar a conclusões que seriam diferentes se outras fontes fossem

jornalistas narrassem os fatos de outro ponto de vista. O analfabeto midiático imagina que tudo pode ser compreendido sem o mínimo de esforço intelectual. Não se apoia na filosofia, na sociologia, na história,

econômica

e

política

ciências

estender demais os campos do conhecimento – para compreender

complexidade dos fatos.

absorve tanta informação

acreditar em "especialistas"

comunicação comprometidos com interesses de poderosos grupos políticos e econômicos. Lê pouquíssimo, geralmente "best-sellers"

livros de autoajuda. Tem certeza de que o que lê, ouve e vê é o suficiente, e corresponde à realidade. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e o espoliador das empresas

multinacionais."

midiático gosta

analfabeto

O

políticos corruptos e não entende que eles são uma extensão do capital, tão necessários para aumentar fortunas e concentrar a renda. Por isso recebem todo o

serem eleitos. E, depois,

drenar o dinheiro do Estado para uma parcela da iniciativa privada e para os bolsos de uma elite que se especializou em roubar o dinheiro

por

Assim,

público.

enxergar o político

identificar o empresário corruptor, o detentor do grande capital, que aprisiona os governos, com a enorme contribuição da mídia, para adotar políticas que privilegiam

mantenham à margem

pobres. Em resumo: destroem a democracia.

Para o analfabeto midiático, Brecht teria, ainda, uma última observação

impossível de mudar. Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

O analfabeto político

O pior analfabeto, é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala,

acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, O preço do feijão, do peixe, da farinha Do aluguel, do sapato e do remédio Depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que Se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil, Que da sua ignorância nasce a prostituta, O menor abandonado, O assaltante e o pior de todos os bandidos Que é o político vigarista, Pilanta, o corrupto e o espoliador Das empresas nacionais e multinacionais.

Bertold Brecht

Sabedoria budista

Três coisas não podem ser escondidas por muito tempo
O sol 
A lua
E
A Verdade

Mini-contos

Pesos e medidas

Casada e feliz há mais de dez anos foi com surpresa que se viu apaixonada. Custou a crer. Mas rendeu-se aos fatos, sem medos. Por certo tempo curtiu muito. Depois foi acometida de pesadelos. Acordava suando frio e olhava o marido dormindo tranqüilo ao seu lado. O mais difícil era transar com os dois no mesmo dia. Depois foi acostumando. E se acalmava a tal... 

O difícil foi suportar as cobranças do amante para que ela abandonasse o marido e ficasse com ele. Em troca de que, ela indagou? Ele respondeu: 

- Do nosso amor. 
- É pouco, disse ela. Pesou e mediu as palavras, tentando conter a ira, e acrescentou:  

- Deixa de ser cara de pau. Como tem coragem de exigir que eu deixe de morar num belo apartamento na Zona Sul, com serviçais; tenho cozinheira, copeira, mordomo e motorista; bons e luxuosos carros; e viagens duas vezes por ano...