Perguntas sobre política que ninguém pode responder por você
Na primeira verbalização ela se mostra frágil. Ele então pergunta em mesas de almoço, trabalho e bar e recebe três respostas radicalmente diferentes de três pessoas que admira profundamente. Apela para a timeline do Facebook, pergunta para os seletos amigos que já estão no Ello, joga pro mundão no Yahoo! Respostas. Nada resolve. E a Eleição taí.
Só resta apostar na intuição. Mas ele percebe que sua intuição política está destreinada. Foi ativada tão pouco nos últimos quatro anos que não consegue responder nem as perguntas mais simples. Ela, que seria a única solução numa fração de tempo tão curta, decepciona. E ele finalmente vai, mais uma vez, em pleno 2014, abraçar a opinião de um amigo bem informado – o que parece ser o mais lúcido em meio à tanta ofensividade, para votar com o pau dos outros, sem tesão nenhum.
Se você se enxergou nessa pequena história (mesmo que parcialmente, já que a parte das três redes sociais em sequência acabou ficando muito ficcional), faz sentido continuar lendo. Se está totalmente seguro com suas escolhas e não se identificou com nenhuma palavra deste texto até agora, você é um privilegiado e não precisa continuar.
Tempo para pensar.
Mais alguns instantes.
Esse filtro rápido vai aumentar as chances de você gostar do que vamos compartilhar agora e diminuir as chances do post parecer propaganda.
Fomos convidados para escrever aqui no PapodeHomem por causa de um projeto que lançamos recentemente: a Newsletter Incancelável. É um serviço simples que parece fazer sentido para uma boa galera: uma newsletter mensal com as notícias mais relevantes sobre seus candidatos, durante os quatro anos de mandato. Presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual.
A intenção é aproximar as pessoas dos seus votos antes e depois do processo eleitoral para criar um ciclo de envolvimento político mais longo. Acreditamos que esse fluxo de informação disciplinadamente constante – com conteúdos vindos de diversas fontes em diferentes momentos, pode ajudar cada um a construir uma consciência política mais independente e a votar cada vez melhor.
Uma pergunta que aparece é: mas quem faz a seleção das notícias? Ninguém. Ela é feita através de uma ferramenta de monitoramento que não é de direita nem de esquerda: o Newsmonitor, que conta com uma inteligência algoritmica que vasculha mais de 50 mil sites diariamente, coletando e ranqueando mais de 5 milhões de notícias por mês. Esse sistema, que está em constante aprimoramento, será o responsável por selecionar automaticamente os conteúdos mais relevantes sobre cada candidato e enviar para você.
Outra pergunta que aparece é: devo mesmo colocar meus votos numa plataforma digital? Você que sabe. A informação nunca será usada para nenhum fim que não seja o envio da newsletter. Mas se você quer garantir que jamais, em hipótese alguma, em nenhum lugar do mundo alguém vai ficar sabendo das suas intenções de voto, é melhor evitar. Tem hacker pra tudo nesse mundo.
Se te parece interessante, só assinar aí: newsletterincancelavel.com.br
O projeto foi criado e desenvolvido pela agência da qual eu faço parte com o Newsmonitor, que é um dos nossos clientes. Foi inspirado na nossa própria incapacidade de fazer boas escolhas e acompanhar nossos candidatos. E impulsionado pela nossa vontade de contribuir de alguma maneira com esse ingrato processo.
Através dessa e outras tantas iniciativas recentes para aproximar cidadãos da política, espero que tenhamos em nós cada vez mais informações para serem processadas e cada vez mais conhecimento para ser aplicado no dia onde todos escolhemos juntos o futuro menos pior.
(Eu, auto-humilhado pela vulnerabilidade das minhas convicções, tirei dessa experiência a vontade de apurar minha compreensão política até um ponto em que nenhuma urna vai conseguir me pegar de surpresa.)
Tiago Pereira
Trabalha entre amigos na LiveAD, onde é diretor de criação.
por Quinze minutos de fama?
FHC: velho e velhaco
FHC, um presidente bom de bico
Nas redes sociais popularizou-se a figura do troll. São perfis do Twitter, Facebook e comentaristas de sites jornalísticos e blogs que entram para provocar. Ninguém está a salvo deles, de Dilma a Aécio, do PT ao PSDB, todos são vítimas dos trolls do outro lado.
Um dos aprendizados da rede é que com troll não se mexe. O único objetivo do troll é provocar a reação contrária. Ele tem compulsão por provocar repulsa, indignação e outros sentimentos menores. Ignorando-o, recolhe-se à sua insignificância. Assim como animais em zoológicos, tem que vir acompanhado de placas tipo “não os provoque”, “não lhes dê amendoim”.
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As próximas semanas serão o reinado de trolls de todos os lados. O segundo turno exacerbará os ânimos, desenterrará dossiês e baixarias, preconceito e ofensas de modo geral. Haverá uma guerra sem quartel entre “petralhas” e “coxinhas”.
A perspectiva de baixarias reforça a responsabilidade daqueles que precisariam ser figuras referenciais, acima das paixões e das baixarias.
Por isso, é incompreensível a atitude do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, comportando-se como um troll, ao taxar os eleitores de Dilma de desinformados e moradores dos “grotões”. Tudo isto em um ambiente em que a polarização norte/nordeste-sudeste estimula atitudes bairristas agressivas de lado a lado.
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Há muito FHC abdicou da postura responsável que se exigiria de um ex-presidente, se é que algum dia já teve. Em alguns momentos extremamente tensos na história recente, quando a crise política parecia engolir as instituições, o impulsivo Fernando Collor, o errático Itamar Franco, pouco antes de morrer, o polêmico José Sarney, nenhum deles abdicou da responsabilidade e da postura que se exige de ex-presidentes, procurando apaziguar ânimos e apontar rumos. Menos Fernando Henrique Cardoso.
Coube a ele papel central na cooptação da ultradireita que emporcalhou o PSDB, na agressividade sem limites personificada na candidatura José Serra.
Em nenhum momento age às claras. Mas sempre estimula, por sinais, a face mais tenebrosa de seus aliados.
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E em nome de quê? Da vaidade insuperável de quem nunca conduziu, mas sempre foi conduzido pelos fatos e por uma visão oportunista da vida.
Quando teve espaço na esquerda, esquerdista foi, assim como seu alter ego José Serra apresentava-se como desenvolvimentista.
Assumiu o governo por acidente – e pela impulsividade de Itamar – e passou pelo governo em brancas nuvens. Plano Real, reformas, privatização, criação de uma dívida pública monumental, tudo isso passou ao largo dele.
De esquerdista tornou-se um neoliberal, não um pensador à altura do liberalismo, mas um mero repetidor de mantras e bordões, sem ao menos entender as transformações de seu próprio governo.
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É ilusória sua pretensão de que Aécio subiu nas pesquisas por defender o seu legado. A votação em Aécio é claramente uma manifestação antipetista e anti-Dilma, jamais pró-FHC.
Sociólogo, a convivência de FHC com alguns dos mais ilustres intelectuais do mundo jamais ajudou-o a perceber o novo, a entender o fenômeno das grandes inclusões sociais nos países emergentes ou as mudanças políticas trazidas pelas redes sociais.
A medida de sua superficialidade pode ser dada por seus comentários a uma biografia de Franklin Delano Roosevelt. Nela, falava-se da enorme visão prospectiva de Roosevelt e de sua malícia política – de iludir adversários e aliados falando A e pensando B.
Imediatamente FHC se disse à altura de Roosevelt porque ele também sabia levar adversários e aliados no bico. Só faltou fazer o seu New Deal para se equiparar a Roosevelt.
Briguilinks do dia passado a limpo
O novo é não permitir a volta do que é velho e ruim
Feitas as análises convencionais, numéricas, do processo eleitoral, hora de pensar no sentido político do segundo turno das eleições.
Porque ele, agora, com menor influência das máquinas, ganha um peso muito mais expressivo.
O conservadorismo vão tentar dirigir a população para um duelo "petismo x antipetismo".
O duelo não é esse, até porque Lula é imensamente maior do que o PT, embora ele próprio, muitas vezes, não deixe isso claro e não perceba que ele tem o dever de sê-lo.
É o Brasil "versão Lula" e o que fez ao país Fernando Henrique Cardoso.
É o Brasil da exclusão ou o Brasil que saiu do mapa da fome.
O "fenômeno" Marina foi, agora como antes, algo que diante dos olhos de muitas pessoas eclipsou esta verdade.
Porque este confronto, desejemos ou não, é o real.
É mais importante do que virtudes ou defeitos pessoais que enxerguemos em Dilma, como administradora ou em sua habilidade política.
Porque é a direção em que se caminha.
Este é o mote, ao lado dos direitos sociais, que deve imperar na campanha.
O discurso da direita será monocórdio: corrupção, corrupção, corrupção. Com pitadas de recessão e inflação. No horário eleitoral e na mídia.
E o nosso deverá ser nacionalismo, nacionalismo, nacionalismo e povão, povão, povão.
É teu filho na universidade.
É a tua casa comprada a prestação.
É o carro, caidinho, que agora a família tem.
É a vida, é a vida e é a vida.
O resto é fumaça.
Algumas informações sobre o "Limpinho" Neves
1- Censurou a parte da imprensa mineira que ousou denunciar esquemas de corrupção quando governador de MG.
2- Também tentou censurar o Google, Yahoo! e Bing, movendo um processo para retirada de links relacionados ao uso de drogas
Continua>>>