por Pedro Porfírio
O retrocesso apregoado sob o manto do neoliberalismo a gente sabe como começa, mas não tem como imaginar seus desdobramentos.
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Veja os dois documentos:
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O retrocesso apregoado sob o manto do neoliberalismo a gente sabe como começa, mas não tem como imaginar seus desdobramentos.
Por Vagner Freitas, presidente Nacional da CUT
Nos últimos dias, Aécio Neves vestiu o figurino que Marina Silva adotou no primeiro turno das eleições presidenciais. Ao mesmo tempo em que desrespeita e insulta a presidenta Dilma e os petistas, dá entrevistas se vitimizando, dizendo que sofre ataques e campanha do PT está abordando questões pessoais da família dele.
Questões pessoais para o candidato é o nepotismo descarado que ele praticou quando governou Minas Gerais, contratando vários parentes, entre eles a irmã Andrea Neves da Cunha, que foi diretora-presidente do Serviço de Assistência Social de MG (Servas), genro do padrasto, tios, primos e primas.
Quando Dilma questionou Aécio sobre essa imoralidade na gestão da coisa pública — no debate da TV Bandeirantes –, o tucano se descontrolou e ofendeu a presidenta.
Disse que ela era leviana. Mais respeito, candidato!
Leviandade é impedir que o Brasil inteiro saiba o que o senhor fez em Minas Gerais e impediu que a mídia local divulgasse.
A tática tucana é a da hipocrisia, a de fingir indignação para desviar a atenção do povo das práticas antidemocráticas, imperialistas e imorais que adotam quando estão no governo.
A corrupção tucana é um dos temas que eles tratam exaustivamente, mas sempre do jeito deles.
Fazem parecer que corrupção é uma invenção do PT e não um problema institucional que existe há mais de 500 anos e nunca foi combatido antes de Lula e Dilma.
O combate à corrupção nos governos Lula e Dilma é tratado por eles e pela mídia amiga como corrupção de petistas e não como uma ação eficiente do governo contra corruptos e corruptores, independentemente da filiação.
O fato incontestável é que os casos de corrupção no Brasil só começaram a aparecer e ser divulgados a partir de 2003, quando Lula determinou investigação e punição exemplar, ao contrário do que ocorria no governo FHC, de toda e qualquer denúncia, inclusive por meio de CPIs no Congresso.
Lula enfrentou várias CPIs e eles nunca conseguiram comprovar um malfeito sequer. Já os tucanos, não deixam que nenhuma CPI seja aberta, não permitem que o Ministério Público investigue e só nomeiam procuradores que engavetam as denúncias contra eles e sua turma. Nos governos Aécio (MG) e Alckmin (SP) nenhuma CPI foi aberta em mais de 20 anos.
Para enfrentar a corrupção, Lula e Dilma criaram a Controladoria Geral da União (CGU), o Cadastro de Empresas Inidôneas (CEIS) e o Portal da Transparência; regulamentaram o pregão eletrônico, e aprovaram a Lei de Acesso à Informação.
Além disso, Dilma sancionou a lei que define a figura do corruptor e responsabiliza e pune pessoas jurídicas por atos contra a administração pública. Mais importante ainda foi a liberdade dada aos órgãos de fiscalização e controle.
Segundo a CGU, essa liberdade foi fundamental para punir 4.421 servidores corruptos com demissão, destituição ou cassação de aposentadorias. Mais de 3.700 empresas privadas foram punidas por desvios.
Agora, vamos falar de corrupção em Minas Gerais. Ouvindo o discurso do candidato mineiro, quem não o conhece pensa que ele é um dos políticos que mais combatem os desvios de conduta e de recursos do País.
Lamento informar, isso é só jogo de cena. Como disse a presidenta Dilma, em nenhum caso de corrupção do Brasil, nem mesmo nos comprovados como a compra de votos para aprovar a reeleição de FHC, nenhuma pessoa foi punida nem exposta à execração pública.
Quando algum deles é denunciado e exposto timidamente pela mídia, os brasileiros ficam surpresos. Os aeroportos construídos nas fazendas de familiares de Aécio, quando ele era governador de Minas Gerais, são um dos exemplos.
Ele mandou construir com dinheiro público um aeroporto na fazenda de um tio-avô na cidade de Cláudio, a seis quilômetros de sua própria fazenda. Quem ficava com a chave do aeroporto era o tio, pelo menos até a mídia nacional denunciar o malfeito. Ele também construiu um aeroporto em Montezuma, onde também tem fazenda.
Detalhe: não há justificativa técnica para a construção de nenhum dos aeroportos. Cláudio tem 25.636 habitantes, segundo o IBGE de 2010 e fica a 55 quilômetros de Divinópolis, que atende a região e tem aeroporto. Montezuma tem 7.472 habitantes.
Em Minas Gerais, malfeitos de Aécio e aliados não são denunciados, nem tampouco investigados e, se forem, são arquivados.
O ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB) renunciou ao mandato para evitar o julgamento do mensalão tucano e abafar o escândalo.
A ação penal, que voltou para Minas, investiga denúncias de desvio de dinheiro público durante a campanha de Azeredo, então governador de Minas, que disputava a reeleição, em 1998.
Azeredo teria desviado cerca de R$ 9 milhões do Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais), extinto, e das estatais mineiras Copasa e Cemig.
Quando Azeredo renunciou, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia pedido sua condenação a 22 anos de prisão e o STF estava pronto para iniciar o julgamento.
A revista IstoÉ disse na ocasião que Aécio estava envolvido, mas a denúncia morreu nas montanhas de Minas.
http://www.istoe.com.br/reportagens/2925_OS+DOCUMENTOS+DO+MENSALAO+MINEIRO.
O ex-senador Clésio Andrade (PMDB), amigo e vice-governador de Aécio de 2003 a 2006, também renunciou ao mandato quando o STF ia marcar seu julgamento pelo mesmo escândalo. Há cerca de um mês Clésio voltou ao noticiário policial.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal ele está envolvido em um esquema de desvio de recursos da União ao Serviço Social do Transporte (Sest) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), em Brasília e em Minas Gerais.
Clésio e sua turma desviaram, segundo a polícia, mais de R$ 20 milhões.
Outro caso envolvendo aliados e amigos de Aécio foi a apreensão de um helicóptero com mais de 500 quilos de cocaína. O dono da aeronave é o filho do senador Zezé Perrella – pai e filho são amigos íntimos do tucano.
As investigações, vejam só, não encontraram envolvimento do senador e de sua família no crime de tráfico de drogas.
Então, fica o convite: vamos conversar sobre corrupção, Aécio?
Novamente, o candidato Aécio Neves tenta confundir o eleitor. Durante debate produzido pelas emissoras SBT e Jovem Pan e pelo portal UOL, ele utilizou sua fala para tentar iludir ouvintes, telespectadores e internautas.
O candidato afirmou que não votou contra o reajuste do salário mínimo. Ele pode emendar com o que quiser, mas é fato que votou contra o reajuste e mais, criticava abertamente a política instituída por Dilma(link is external), por decreto, para garantir o ganho real do trabalhador. Tanto é assim que PSDB, DEM e PPS recorreram ao Supremo Tribunal Federal para revogar a Lei 12.382/11, que estabeleceu uma política de reajuste para o piso nacional até 2015. Foram derrotados, para a vitória do povo brasileiro(link is external).
Quanto à redução da mortalidade infantil, Aécio Neves pode até não gostar, mas a verdade é que, nos anos em que governou Minas Gerais, o resultado no estado foi inferior à média nacional, de 14,05 para cada 1.000 nascidos vivos, entre 2000 e 2010, de acordo com os dados do Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013. No período, a redução em Minas foi de 12,67 para cada 1.000 nascidos vivos. O quadro é ainda mais preocupante ao se levar em consideração o fato de Minas Gerais ser um dos estados mais ricos do país.
Aécio ainda tentou iludir a todos, quando falou de nepotismo. Para tentar justificar os casos registrados quando governou Minas Gerais (ele empregou vários parentes), acusou a presidenta Dilma Rousseff de ter colocado seu irmão, Igor Rousseff, como funcionário do então prefeito Fernando Pimentel. Detalhe: Pimentel foi prefeito de Belo Horizonte entre os anos de 2002 a 2009. Ficou tonto? Igor nunca teve nenhuma relação de trabalho com Dilma, que, nessa época era ministra do governo federal. Nepotismo praticou Aécio que empregou vários familiares seus no Governo de Minas quando era governador.
Mais, Pimentel, eleito em primeiro turno para governar Minas Gerais já veio a público para desmentir as acusações do tucano. Disse ele: "Igor Rousseff foi assessor especial do prefeito de Belo Horizonte em minha gestão. Eram seis cargos dessa natureza. Um deles foi ocupado por Igor, que é advogado e trabalhou com regularidade e eficiência no gabinete do prefeito e na procuradoria do município".
O candidato também acusou Dilma Rousseff de mentir sobre os dados do programa Minha Casa Minha Vida, afirmando que havia construído mais casas do que a realidade. Não é novidade para ninguém que o Minha Casa Minha Vida é o maior programa habitacional de que já se teve notícia no Brasil. Dilma também já repetiu diversas vezes que são 3,75 milhões de casas, entre entregues e contratadas, e esse número não para de subir .
Dilma sempre faz questão de ressaltar que o programa cresce e muito, que tem muitas casas entregues e muitas outras contratadas. Ela sempre faz a distinção entre unidades entregues e em construção. "Nunca antes havia se investido tanto em moradias populares no Brasil: o programa Minha Casa, Minha Vida já investiu, desde seu lançamento em 2009, R$ 217 bilhões no programa", destacamos aqui no Muda Mais.
Mais uma vez, vale o recado: não adianta distorcer falas e números, Aécio. Contra os fatos, não há argumentos.