por Fernando Brito
Arriscada, provou-se eficiente a estratégia de Marcelo Odebrecht hoje ao, finalmente, ser interrogado pelo Juiz Sérgio Moro, depois de 133 dias mofando na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.Quem esperava um depoente raivoso ou, ao contrário, amedrontado, não viu uma coisa ou outra.A quem assistiu, ficou a impressão de alguém muito disciplinado e focado no que pretende, juridicamente.E o que pretende a defesa de Odebrecht é recolocar o processo no rito convencional: a Polícia e o Ministério Público produzem provas e o acusado as contesta.Ninguém tem a obrigação de responder a perguntas genéricas do tipo: “como eram seus negócios com a Petrobras?”, “o senhor conhece Fulano de tal?”, “senhor já ouviu falar de tal coisa?”.
É à PF e ao MP que competem mostrar que tal ou qual negócio era irregular, que havia uma relação criminosa com aquele Fulano e que o acusado participava da “tal coisa” ilegal.