Aliança espúria


Foto de CartaCapital.
Eduardo Cunha, Mimichel traira Temer e os demais golpistas do Psdb/Dem/Pps e Cia se lançam desesperadamente na empreitada do golpe para tentar derrubar uma presidente honesta que não deu guarida as maracutaias de quem quer que seja. 

Este é o tema da Edição da Carta Capital desta semana, Confira>>>

Paulo Nogueira - como seria o dia seguinte ao golpe?

O day after
Um filme de alguns anos atrás tem me ocorrido com frequência nestes últimos dias. Na verdade, é o título que me vem à cabeça, e não de forma agradável.
É uma distopia. The Day After. O Dia Seguinte. É o que aconteceria no planeta depois de uma calamidade.
Pergunto para mim mesmo.
Como seria o país no dia seguinte caso o golpe seja bem sucedido e Temer substitua uma Dilma deposta.
E eis a moderna distopia nacional.
Reações a golpes são um clássico da humanidade. Só os golpistas mais obtusos imaginam que no dia seguinte receberão flores.
Os brasileiros sabem disso. As reações ao golpe militar de 1964 foram imediatas. Sangue jorrou durante muito tempo. Mortos, desaparecimentos. Conflitos nas ruas.
Uma país mergulhou numa longa noite escura e fria na qual brasileiros mataram brasileiros. Foram 23 anos pavorosos, ao fim dos quais os golpistas, mesmo tendo teoricamente a força das armas, tiveram que deixar o poder pelas portas dos fundos, escorraçados pelo povo.
Foi um amplo, geral e irrestrito fracasso, da economia à política. Coisas boas foram destruídas, como o ensino público de qualidade. E coisas ruins avançaram vertiginosamente, como a desigualdade social que nos humilha como país.
Foi um movimento da plutocracia, pela plutocracia e para a plutocracia.
Bem, é exatamente o que ocorre hoje. O golpe que se arma é da plutocracia, pela plutocracia e para a plutocracia.
Por mais que analfabetos políticos intoxicados mentalmente pela mídia vistam camisas da CBF e saiam às ruas pedindo o golpe, não é deles o controle das cordas que movem as marionetes. Assim como não foram as mulheres da marcha reacionária de 1964 que inviabilizaram a democracia.
É a mesma história que se repete.
Com uma diferença vital. Já não há tanques. Já não há marines à espreita.
O que quer dizer que os inconformados com o golpe se sentirão muito mais animados a reagir.
Isso significará um país em convulsão, à beira de uma guerra civil.
Os movimentos sociais tomarão as ruas, e com a raiva de quem viu ser assaltada a democracia pelos plutocratas sob os argumentos mais descarados.
Alunos secundaristas ocuparão as escolas em todo o país. Sindicatos genuínos produzirão greves sobre greves.
Se você acha que o país está parado agora – por conta, aliás, dos golpistas – não imagina o que será no dia seguinte.
O país estará conflagrado.
Você terá polícias como a de Alckmin para reprimir os manifestantes, mas de novo: por mais violenta que seja, esta polícia não se compara ao conjunto de forças militares de 1964.
Vimos todos as cenas de insubmissão dos estudantes paulistas diante da polícia. Manifestações muito maiores, e de pessoas mais indignadas, darão em confrontos em que vidas se perderão.
As mortes gerarão mártires, e os conflitos subirão de degrau.
Não se sabe qual, exatamente, será o final. Mas será horripilante.
E é a isto que os suspeitos de sempre – aqueles de 54 e 64, os defensores de uma ordem iníqua em que o bolo das riquezas nacionais é só deles – querem, em sua ganância cega e obtusa, arremessar o Brasil.
Pode não haver o filme de terror que seria nosso dia seguinte.
Mas para isso os golpistas têm que ser derrotados.
É a derrota do atraso ou, para usar a célebre expressão de um dos Luíses numerados da França, o dilúvio.

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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Comentário:
Tenho convicção que os golpistas não passarão. Mas, apenas para alertar os desavisados: Paulo Nogueira pintou um dia seguinte cor-de-rosa!

Governo Dilma - aqui não é casa da Mãe Joana

A presidente decidiu, quem tem cargo no governo é a contra o golpe ou peça o boné e vá para o lado dos golpistas. Tem mais, murista também não tem mais espaço. Quer ficar em cima do muro, vá para o Psdb lá tem muro pra todo mundo.

Aqui não é a Casa da Mãe Joana 
Este foi o recado curto e grosso dado pelo Ministro da Casa-Civil, Jaques Wagner: "Não tem mais brincadeira. É um absurdo que alguém com cargo no governo seja a favor do impeachment".

Faz tempo que o governo deveria ter agido assim. Terá esse um conselho dado por Ciro Gomes no jantar com a presidente? Eu tenho convicção que sim.

Agora vamos ver quem tem bala na agulha, a Presidenta ou o vice-presidente traíra.

Charge do dia

"Amigo" de Lula doou muito dinheiro para os inimigos do ex-presidente

247 - A Polícia Federal encontrou, em São Paulo, há três semanas, uma agenda de Natalino Bertin, parceiro de negócios do pecuarista José Carlos Bumlai, os nomes de alguns de políticos associados a valores doados na eleição de 2010. Aparecem o vice-presidente Michel Temer (PMDB), o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), e os senadores Aloysio Nunes (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM).

Os investigadores ainda irão analisar as informações para descobrir se os recursos foram, de fato, repassados aos políticos. O passo seguinte será descobrir se as doações foram registradas na Justiça Eleitoral ou se foram realizadas por meio de caixa dois. Na maioria das anotações, o empresário registra "valores combinados" com os políticos, parcelas pagas e as respectivas datas em que cada valor foi entregue, e ainda especifica se o dinheiro foi pago "em reais".

Um dos primeiros nomes a surgir na agenda do dono do Grupo Bertin é o do vice-presidente Michel Temer (PMDB), que teria recebido R$ 2 milhões na campanha de 2010. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), é citado como beneficiário de R$ 1 milhão. Os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM) são citados como beneficiários de R$ 500 mil cada um. A senadora gaúcha Ana Amélia Lemos (PP) teria recebido R$ 100 mil.

A lista de políticos é extensa, chegando a quase 30 nomes de candidatos dos mais diferentes estados, entre deputados estaduais e federais, candidatos a governos estaduais e, claro, candidatos à Câmara e ao Senado. Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva teria recebido R$ 650 mil; Nelson Trad Filho, prefeito de Campo Grande, é citado como beneficiário de R$ 500 mil. Candidato ao Senado por São Paulo, em 2010, o cantor Netinho teria recebido R$ 500 mil; o ex-deputado Candido Vaccarezza, aparece com R$ 600 mil.

Os investigadores da Operação Lava Jato apreenderam o material durante a operação "Passe Livre", que levou para a prisão o pecuarista José Carlos Bumlai.

Os políticos citados apresentaram versões divergentes sobre as anotações de Natalino Bertin. Edinho Silva negou ter recebido qualquer recurso do empresário. "O Grupo Bertin nunca foi doador de minhas campanhas a prefeito de Araraquara ou deputado estadual; tampouco foi doador do PT estadual paulista, quando da minha gestão como presidente".

O senador Aloysio Nunes afirma que não recebeu dinheiro de campanha do Grupo Bertin, de empresas relacionadas ou do Natalino Bertin nas eleições de 2010.

A senadora Ana Amélia confirma que recebeu a doação.

O vice-presidente, Michel Temer, confirmou o recebimento de 1,5 milhão de reais em três parcelas de 500.000 reais, o que confere com parte das anotações de Natalino Bertin. Foi o próprio vice que pediu a Natalino Bertin a doação, posteriormente declarada na prestação de contas do Diretório Nacional do PMDB. Eduardo Cunha também confirmou ter recebido a doação do empresário.

SEM IMPEACHMENT - Para Leonardo Boff, Dilma e o PT sairão da crise melhores e mais fortes

São Paulo -
Para o teólogo Leonardo Boff, a turbulência política que ameaça o mandato presidencial de Dilma Rousseff passará e deixará à presidenta e ao PT a lição de que é preciso governar segundo a plataforma que fez sua campanha eleitoral vitoriosa. “Dilma vai sair fortificada e, possivelmente, essa crise vai ter um efeito positivo e purificar o PT, que terá que voltar às bases e se refazer nos seus ideais, com transparência”, avaliou, em entrevista à repórter Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.
Boff não acredita que o processo de impeachment terá seguimento no Congresso, e diz que os perdedores da eleição do 2014 ainda não se conformaram com a derrota e procuram sem cessar um pretexto sustentável para desfazer o resultado legitimamente conquistado. “É um pretexto para tirarem a Dilma do poder e isso significa um golpe de Estado. Antigamente se dava o golpe militar. Agora, o impeachment substitui esse golpe para tirar uma que foi eleita pela maioria do povo brasileiro”, afirmou.
Para o teólogo, essa tentativa de impeachment contra a presidenta é uma manipulação, liderada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. “Ele é um bandido político, eticamente desqualificado, e está levando esse processo não no sentido do Direito, mas no sentido da vingança. e colocar os interesses pessoais dele acima da nação. É alguém que não está interessado na ordem e só quer encobrir seus mal feitos. Como teólogo, posso dizer que ele é um blasfêmia, ele criou uma empresa com o nome de Jesus. É um falso cristão.”
Ele também comenta o papel de direita no Brasil nesse processo de impeachment. “A direita está em ascensão, mas só se articula entre eles e não tem base popular. Eles podem explorar que essas políticas de austeridade e ajuste possam prejudicar a política de Lula, e muitos voltariam ao estado de pobreza. Mas eu creio que como o PSDB e a oposição não tem uma vinculação orgânica com essas bases, não sabem manejá-las.”




Para o teólogo, a crise está despertando a militância do PT e das esquerdas para tomar as ruas novamente e não aceitar o golpe. “Eu creio que terá um sentido de escutar o povo, a rua vai colocar pressão no parlamento. E como os deputados são medíocres e só pensam na reeleição, vão votar contra o impeachment.”
“A decisão vai se dar em dois níveis: os níveis da consciência mais crítica, mais jurídica, dos apoios dos movimentos sociais, que vão deslegitimar esse processo. E o segundo vai se dar nas ruas, e o PT está reconquistando as ruas. O PSDB, cuja base social é a classe média, que vai pra rua aos domingos, para passear, não para protestar”, conclui.
Redação RBA

Frase do dia

"Não é nenhuma novidade. Não é possível que os jornalistas aqui presentes tenham ficado surpresos. Aliás, a base do pedido [do impeachment] e das propostas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Pmdb-RJ), é o Psdb, sempre foi. Ou alguém aqui desconhece fato? Porque senão fica uma coisa um pouco hipócrita da nossa parte, nós fingirmos que não sabemos disso." 

Dilma Rousseff - Presidente da República do Brasil até 31 de Janeiro de 2019