O amanhã da maioria de ocasião

Charge do dia

E vai continuar dando muita força para Cunha concluir sua obra

by
Quinho


Luís Fernando Veríssimo: Cuidem do Temer

Bom dia!

Amanhece um novo dia. Seguiremos na luta em defesa da Democracia e no combate a corrupção. Unidos venceremos!

Cuidem do Temer, por Luís Fernando Veríssimo

Alea jacta est", como diziam na Roma antiga. Algo como "a jaca está lançada". O que pode acontecer agora: a terra se abrir e engolir Brasília antes que o Senado possa se manifestar a respeito do impeachment da Dilma, nós acordarmos todos ao mesmo tempo e descobrirmos que foi tudo um sonho mau, ou — a hipótese menos provável — o Senado não aprovar o impedimento. De qualquer maneira, a questão mais urgente da República, a partir de agora, passa a ser a saúde e a segurança do Michel Temer. Se algum a coisa acontecer com ele — uma gripe mal curada, qualquer coisa — assume a Presidência do país, meu Deus, o Eduardo Cunha.

Não sei muito bem qual é o processo sucessório no caso do Cunha também ser afastado do cargo por algum infortúnio. O seguinte na lista é o Renan Calheiros, é isso? Só peço que me avisem quando estiver chegando a vez do Jair Bolsonaro. O mais prudente é mesmo garantir a vida do Temer. Ele deve ter sempre uma junta médica de plantão à sua disposição e só viajar na companhia de um nutricionista, pois uma alimentação saudável é muito importante. Extremo cuidado deve ser tomado com as escadarias do Palácio do Planalto, que podem ser perigosas. Protejam o Temer de golpes de ar frio. Tomem a sua pressão de meia em meia hora.

Como disseram alguns deputados na votação de ontem, quando uma manifestação em que tantos invocam o combate à corrupção e a necessidade de moralização do país para justificar o "sim" ao impeachment é presidida pelo Eduardo Cunha, estamos muito perto de uma hipocrisia apoteótica. Mas, enfim, venceu a maioria e não há como discutir com os números. E mais uma vez um projeto de governo popular como outros que, através dos anos, com mais ou menos habilidade, tentaram sobreviver à reação de uma oligarquia encravada como unha de bruxa, cai por terra. A esquerda brasileira não aprende. Não demora, ela tenta outra vez.

O principal, no momento, é garantir a saúde do Temer. Cuidem do "homem!"

O esbulho está consumado

O golpe precisa do governo para se consumar

VERGONHA
O esbulho está consumado, o golpe, não ainda.
O esbulho, para os que não sabem a palavra, é o ato de privar alguém da posse de algo que é legitimamente seu,por meios violentos ou clandestinos ou ainda por abuso de confiança.
O cargo de Presidente já foi tomado de Dilma. Não formalmente, o que nem a votação deste domingo faz, mas politicamente já há temos, quando se a impediu – e ela acedeu – de governar com o programa e as forças que a elegeram.
O golpe ainda se vai completar, porque ele depende da entrada de Michel Temer no exercício do cargo esbulhado de Presidente, para que comece a se reverter todo o leque de políticas sociais que, por uma década e meia, progressivamente se desenvolveu.
E aí sim será o golpe, porque terá sido atingida a essência desta usurpação, levar de volta o Brasil estrutural – e não circunstancialmente – ao que era no passado.
A caricatura político-parlamentar que assistimos na noite de domingo mostra o tipo de composição terá o regime espúrio que teremos.
O comportamento do Supremo, sentando em cima do pedido de afastamento de Eduardo Cunha do comando da Câmara, dá ideia da proteção judicial que teremos diante deles.
O Brasil foi empurrado ao ridículo.
Imaginem a visão do mundo civilizado diante de uma votação em que os argumentos mais usados para derrubar um governo eleito são Deus, o filho fulano, o neto sicrano ( vou pular o “Luciana, meu amor, a Igreja Quadrangular e o “Valentina, o meu voto é sim”), tudo sob a batuta de um “presidente do júri” lambuzado da lama da corrupção até a medula.
Investimento estrangeiro? Só em condições coloniais.
Gestão profissional? Com isso?
A “vaca fardada” do General Olímpio Mourão e Costa e Silva são intelectuais da Sorbonne.
O capital, para reassumir o controle político do país topou “fazer um programa” com o que há de mais desclassificado na política brasileira. Não pense que a conta será paga com uns trocados na mesa de cabeceira.
O Brasil está sendo entregue, chocado e manietado, a uma corja que, com muita precisão, a deputada Alice Portugal definiu como “cretinismo parlamentar”
Se dependesse de sua representação parlamentar, o brasileiro médio seria um Homem de Neanderthal.
Aliás, estou sendo injusto com os neandertais.
Isso não se sustenta, qualquer um verá, exceto pelo uso da força.
E à força vamos enfrentá-la.
Já não apenas em nome da democracia, mas em nome da civilização.

Meme do dia

O voto do deputado Jean Wyllys