Poesia da hora
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A maior das revelações
Não sobra um
A maior revelação das delações é a seguinte: ao contrário do que a imprensa tentou sempre vender aos brasileiros, o PSDB é um partido visceralmente corrupto.
Corrupto e demagógico. O demagogo é aquele que prega o que não faz. O PSDB viveu nos últimos anos condenando a corrupção à luz do sol e, na penumbra, praticando-a freneticamente, com a voracidade de quem sabe que a impunidade está garantida.
Todo mundo sempre soube que o PMDB é um clube de batedores de carteiras. Você vê Sarney na sua frente e automaticamente leva as mãos para os bolsos para proteger sua carteira.
Mas, graças à parceria que sempre teve com a mídia, o PSDB era tido por muitos inocentes úteis como um reduto de homens puros.
Essa mentira histórica ruiu espetacularmente, e é um dos grandes ganhos da crise política que tomou o país.
O que aconteceu com o PSDB, simplesmente, é que a imprensa não publicou sua roubalheira.
A frase que simboliza isso foi pronunciada pelo delator Sérgio Machado: "Fui dez anos do PSDB. Não sobra um."
Isso poderia estar gravado no túmulo tucano: "Não sobra um". No jazigo pessoal de Aécio, o epitáfio poderia ser outra frase de Machado: "Todo mundo conhecia seu esquema".
Uma informação do delator Cerveró pode ser o epitáfio de FHC: "Foi o campeão das propinas".
O benefício do desmascaramento tucano é imenso para a sociedade. Imagine se o mesmo tivesse ocorrido com a UDN na campanha contra Getúlio. O trabalho sujo de desestabilização contra Jango à base do "combate à corrupção" teria sido abortado.
Nunca mais a plutocracia conseguirá ludibriar os brasileiros com a falácia da corrupção. Ficou claro que ela é a própria essência da corrupção.
Talvez então o país possa debater com profundidade o que é realmente o câncer nacional: a desigualdade.
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Brazil, a Juizolândia dos trópicos, por Fábio de Oliveira Ribeiro
Em seu livro A República, Platão idealizou uma sociedade baseada na meritocracia e comandada por reis filósofos. A filosofia é impossível nos trópicos, por esta razão o fim do Império deu origem à uma Juizolândia. Cá os Juízes podem tudo, até legitimar golpes de estado em troca de aumento salarial.
OK... eu sei que esta explicação não é racional. Mas esta é apenas mais uma irracionalidade desta Terra Brasilis que tem sido construída por homens irracionais. No princípio, algumas tribos indígenas litorâneas se aliaram aos portugueses. Em pouco tempo eles perderam suas terras, identidades, culturas e suas crenças. Péssimo negócio. É fato: negócio pior foi feito pelos índios que combateram os colonos. Eles foram exterminados na boca do canhão.
A economia colonial incluía índios e negros no processo de exploração da terra, mas excluía-os dos benefícios da civilização e da riqueza. Michel Temer está tentando recuperar esta tradição ao excluir da economia aqueles que mais dependem do auxílio estatal. Curiosamente, ele diz que pretende modernizar o país. Ele é irracional ou pensa que está lidando com seres irracionais?
Corrupção é crime. Todavia, três poderosos líderes do PMDB não foram presos. O motivo? Não vem ao caso. Na Juizolância aqueles que são encarregados de proferir decisões fazem o que querem, quando não querem fazer algo sentam-se solenemente em cima do processo por meses e até anos. Isto explica o mal cheiro que os autos e as decisões exalam.
Esta também não é uma explicação muito racional. Todavia, na Justiçolândia é fato notório que os juízes decidem as ações com suas excelentíssimas bundas. Em qualquer roda de advogados você escutará alguém dizer "Cabeça de juiz é igual a bumbum de neném". O ditado, porém, é irracional. Pois a merda que um neném faz é fácil de limpar. E a que as supremas bundas que defecam no STF fizeram ao facilitar o golpe de estado contra Dilma Rousseff pode resultar numa guerra civil.
A irracionalidade dos donos da Justiçolândia é tão grande que eles acreditam em milagres. Na história da humanidade não existe um só Estado arruinado pela guerra civil que foi capaz de garantir a segurança e os salários dos seus juízes. A Juizolândia será uma exceção à regra? Se fosse juiz eu não pagaria para ver. Mas eu sou racional, os juízes não precisam ser. Eles ganham bem demais para se preocupar com coisas tão triviais.
Em nome do combate à corrupção, a Juizolândia aceitou o afastamento do cargo de uma presidenta honesta. Os nenéns do STF soltaram seus intestinos e ajudaram a entronizar Michel Temer. As manchetes de hoje revelam que o interino era efetivo em matéria de corrupção. Temer não só não temia receber propinas como as cobrava em benefício dos seus escudeiros.
Mas isto são tecnicalidades. Afinal, Michel é um anjo e deu aos juízes o aumento que eles desejavam. E alguns deles, cujas bundas foram levadas a evacuar nos banheiros do STF – cujas latrinas devem ter assentos aquecidos - já estão dizendo que não podem analisar o mérito do Impedimento. Na Juizolândia, um salário estratosférico é capaz de corromper a Justiça.
Ahhh... Justiça. Você nasceu na Grécia como uma bela deusa reluzente nada fez por merecer teu destino medonho. Ao chegar ao novo mundo, você envelheceu, definhou e se transformou num verme peçonhento que devora a última flor do Lácio.
A Justiça, porém, sempre objeto de contradição. Trasímaco, um adversário de Sócrates imortalizado por Platão, dizia que o justo é o que o dominante diz ser justo. A persistência histérica da Justiçolândia deriva do fato desta máxima ser empregada da primeira a ultima instância. Irônicos, os juízes exercem o poder pelo poder inclusive e principalmente quando citam nas suas decisões filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles e outros. Como disse no início, filosofia é planta que não nasce no novo mundo. É por isto que vemos a erva daninha da irracionalidade crescendo dentro e fora dos Tribunais?
Bom dia
Que hoje você tenha
Alegria na alma
Sorriso no olhar
Astral lá em cima
Amizade de fato
Verdade nos fatos
Sinceridade nos atos
Energia nos passos
Delicadeza nos abraços
E amanhã, esperança nos sonhos