Isso não é uma família, é outra quadrilha

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Ricardo Capelli - “ALIANÇA DO COLISEU”. E A ESQUERDA

Pela primeira vez na história um Procurador Geral da República apresentou uma denúncia contra um Presidente. Nunca antes, como diria Luís Inácio.

Pela primeira vez na história a Rede Globo deixou de exibir sua fórmula de sucesso, o “sanduíche” novela-JN-novela, para transmitir uma votação. A Aliança do Coliseu(Globo + Setores Antinacionais da Burocracia Estatal) apostou tudo. E perdeu.

Os motivos da Globo são contábei$. Seu modelo de negócio está em crise, acossado pelas novas mídias e pela revolução tecnológica em curso.

Em 2014 (Dilma), o governo federal aportou na Globo a bagatela de 666 milhões de reais em publicidade. Em 2015 este valor recuou para 438 milhões, e em 2016, já com Temer no poder a partir de maio, para 324 milhões.

Impressiona o cinismo de Ali Kamel e sua trupe. Em editoriais atacam o “tamanho do estado”. Com a “boca aberta”, esperam que os recursos “economizados” seja enviados diretamente para suas goelas.

Os motivos do PGR e cia são de outra natureza. Se julgam acima dos mortais, um estamento de pessoas acima das outras, positivistas iluminados a quem coube o papel divino de salvar a humanidade. O “auto-aumento” aprovado para seus salários, para 39 mil reais, fala por si só. Seduzidos pela vaidade das lentes Globais, criminalizaram a política, indiscriminadamente, e se aliaram a interesses antinacionais.

Fortalecido após a vitória no Congresso, Temer foi pra cima de Janot em entrevista ao Estadão. Acusa o Procurador Geral de fazer política com acusações frágeis, um “desvio do papel institucional” do Ministério Público. Elogia ainda Raquel Dodge, a próxima Procuradora Geral e adversária de Janot no MPF. Afirma que com ela a “Lava Jato voltará aos trilhos”. Independentemente da opção político ideológica, ou do julgamento das razões que levaram a tal ataque, o fato é que, no mérito, é difícil discordar de Temer.

É incontestável que a PGR há muito tempo vem fazendo política. Principalmente manobrando o tempo a serviço de sua estratégia. Quando Cunha abriu o processo de impeachment, a PGR já tinha elementos para denunciá-lo e pedir sua prisão. Por que esperou? Por que denunciar Cunha somente após ele derrubar Dilma?

A chamada do JN foi sempre a mesma durante um longo período: O “JN teve acesso a informações exclusivas...” Até as morsas do Ártico sabem quem passava as tais “exclusivas” para a família Marinho. Utilizar a imprensa como meio para provar sua tese e intimidar questionamentos é uma postura correta? Um servidor público deve se ater aos fatos, e agir de forma imparcial, inclusive cronologicamente. Não pode escolher quem e muito menos quando denunciar. Não pode preconceber uma "estória" e depois construir peças jurídicas desprovidas de elementos probatórios para tentar dar veracidade a teses de nítido caráter ideológico(vide “o PowerPoint”). Todos têm o direito de fazer política.

Ninguém pode se utilizar do aparato do estado e de suas prerrogativas funcionais para tal. Isso é defender Temer e sua turma? Claro que não! É defender a política!

O combate à corrupção e a instrumentalização de parcelas da burocracia estatal sempre foi estratégia da reação para frear avanços. Se tivesse sido aluna atenta de Brizola, Dilma JAMAIS teria empunhado a bandeira da faxina.

Quem quer impedir a candidatura de Lula? O MPF, a Globo e parcelas do Judiciário.

A derrota imposta por Temer em horário nobre à Aliança do Coliseu é um fato que merece ser melhor digerido pela esquerda. Diretas Já sim! Mas diante das dificuldades e da complexidade do quadro, a derrota da Aliança do Coliseu não deixou de ser um fato novo na conjuntura. Reduzir o papel relativo da Globo e de parcelas antinacionais do aparato estatal interessa ou não a esquerda? Recolocar a política no centro decisório favorece a quem?

2018 será uma eleição de oposição, por Alberto Carlos Almeida

Todo o cenário para 2018 está se configurando de uma maneira favorável para o PT, seja o candidato Lula ou não;
- O PMDB e o PSDB estão juntos em um governo mal avaliado. Ainda que a popularidade melhore, dificilmente o Governo Temer alcançará um patamar de avaliação que torne a eleição uma eleição de governo;
- Há quase 14 milhões de desempregados;
- Isto tende a diminuir, mas não o suficiente para gerar um situação de bem-estar;
- Os serviços públicos se deterioraram como resultado da crise fiscal;
- Em breve a população começará a falar mal da nova legislação trabalhista, o discurso da redução de direitos tenderá a prevalecer, em particular se não houver um aumento expressivo no emprego que possa ser associado à mudança da CLT;
- Não há uma gravação de Dilma como há de Temer com Joesley. O motivo de seu impedimento tem a ver com o buraco fiscal, que aumentará em 2017 com Temer. Ou seja, retirou-se da presidência uma não-corrupta para se fazer um ajuste fiscal que, além de não ter sido realizado, tornou a situação pior;
- Os aumentos de gastos em 2017 feitos pelo Governo Temer foram para atender as grupos politicamente fortes, em particular ao judiciário, o que abre espaço para um discurso de oposição contra um governo que prejudica os mais pobres enquanto dá aumento para os mais ricos;
- Se o PT prometer em 2018, na campanha, aumentar gastos para sair da crise será a cereja do bolo de uma eleição de oposição. Repetirá 2002. O "risco Lula" ou, se ele não for candidato, "risco PT", irá lá para cima prejudicando ainda mais o governo Temer, na suposição, obviamente, de que o candidato do PT passe a ser visto como um dos favoritos;
- O PSDB não tem como afastar a sua imagem do Governo Temer. O mais provável é que o candidato seja Akckmin. Ele terá de explicar nos debates porque os parlamentares do PSDB aprovaram as propostas de um governo impopular;
Para efeitos analíticos as eleições podem ser divididas entre eleição de governo e eleição de oposição. 2018 será uma eleição de oposição e os elementos acima aparecerão no discurso da oposição.
Nenhum texto alternativo automático disponível.
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Falta de educação


Resultado de imagem para viado assumido

Quando tinha dez anos Astolfo pediu ao pai para fazer aula de balé. O pai respondeu:

- De jeito nenhum! Isso é coisa de viado!

Aos 13 anos Astolfo pediu ao pai para fazer aulas de culinária. O pai respondeu:

- De jeito nenhum! Isso é coisa de viado!

Com dezesseis anos Astolfo pediu ao pai para fazer aulas de decoração. O pai respondeu:

- De jeito nenhum! Isso é coisa de viado!

Agora com dezoito anos, Astolfo é um viado assumido e não sabe fazer porra nenhuma. 😂😂😂😂😂
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Charge do dia

Leia o artigo do Oráculo do Psdb (Fhc) é um primor de vaselina e murice Aqui
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Convicção e esperança, por Fernando Henrique Cardoso



Escrevo antes de saber o resultado da votação pela Câmara da autorização para que o STF possa julgar a denúncia oferecida pelo procurador-geral contra o presidente da República.
É pouco provável que a autorização seja concedida. Houve precipitação da Procuradoria, que fez a denúncia sem apurações mais consistentes. Entretanto, para o que desejo dizer, pouco importa a votação: a denúncia em si mesma e a fragmentação dos partidos no encaminhamento da matéria já indicam um clima de quase anomia, no qual algumas instituições do Estado e os partidos políticos se perderam.
Esta não é uma crise só brasileira. Em outros países em que prevalecem sistemas democrático-representativos também se observa a descrença nas instituições, pelo comportamento errático das mesmas, sobretudo no caso dos partidos.
Mesmo nos EEUU, na Inglaterra ou na França — países centrais na elaboração de ideologias democráticas e na formação das instituições políticas correspondentes — nota-se certa falta de prestígio de ambas.
Não falta quem contraste as deficiências dos regimes democráticos com as supostas vantagens dos regimes autoritários e mesmo ditatoriais.
O contraste é falacioso: sobram exemplos de ineficiência nos regimes autoritários, sem falar na perda de liberdade, individual e pública, cujo valor não pode ser medido em termos de eficiência dos governos.
Nem faltam casos para mostrar o quanto podem levar ao desastre regimes que de autoritários passam a ditatoriais, como na Turquia atual ou, mais impressionantemente ainda, na Venezuela, onde ocorre um verdadeiro horror perante os céus. Nela, a inexistência das garantias democráticas se soma ao descalabro econômico-financeiro.
Não é, contudo, o caso do Brasil. Houve, é certo, a perda de controle das finanças públicas pelo governo anterior. Mas nunca se chegou a ameaçar diretamente a democracia. Aqui o que houve foi a generalização e a sacralização da corrupção, com as ineficiências decorrentes, aprofundando a perda de confiança popular no governo e na vida política.
Neste sentido, estamos imersos em um mar de pequenos e grandes problemas e tão atarantados com eles que somos incapazes de vislumbrar horizonte melhor. É isso o que mais me preocupa, a despeito da gravidade tanto dos casos de corrupção quanto dos desmandos que vêm ocorrendo.
Falta alguém dizer, como De Gaulle disse quando viu o desastre da Quarta República francesa e a derrocada das guerras coloniais, que era preciso manter uma “certa ideia da França” e mudar o rumo das coisas. Aqui e agora, guardadas as proporções, é preciso que alguém — ou algum movimento — encarne uma certa ideia de Brasil e mude o rumo das coisas.
Precisamos sentir dentro de cada um de nós a responsabilidade pelo destino nacional. Somos duzentos e dez milhões de pessoas, já fizemos muito como país, temos recursos, há que voltar a acreditar em nosso futuro.
Diante do desmazelo dos partidos, da descrença e dos fatos negativos (não só a corrupção, mas o desemprego, as desigualdades e a falta de crença no rumo) é preciso responder com convicções, direção segura e reconstrução dos caminhos para o futuro.
Isso não significa desconhecer que existam conflitos, inclusive os de classe, nem propor que política se faça só com “os bons”. Significa que chegou a hora de buscar os mínimos denominadores comuns que nos permitam ultrapassar o impasse de mal estar e pessimismo.
Infelizmente, os partidos, sozinhos, não darão respostas a esta busca. O quadro desastroso (quase trinta partidos atuando no Congresso, separados não por crenças, mas por interesses grupais que se chocam na divisão do bolo orçamentário e no butim do Estado) isola as pessoas e os líderes, enclausurando-os em partidos que se opõem uns aos outros sem que se veja com clareza o porquê.
Penso que o polo progressista, radicalmente democrático, popular e íntegro, precisa se “fulanizar” em uma candidatura que em 2018 encarne a esperança. As dicotomias em curso já não preenchem as aspirações das pessoas: elas não querem o autoritarismo estatista, nem o fundamentalismo de mercado. Desejam um governo que faça a máquina burocrática funcionar, com políticas públicas que atendam às demandas das pessoas.
Um governo que seja inclusivo, quer dizer, que mantenha e expanda as políticas redutoras da pobreza e da desigualdade (educação pública de maior qualidade, impostos menos regressivos etc.), que seja fiscalmente responsável, atento às finanças públicas, e ao mesmo tempo entenda que precisamos de maior produtividade e mais investimento público e privado, pois sem crescimento da economia não haverá recuperação das finanças públicas e do bem estar do povo.
Um governo que, sobretudo, diga em alto e bom som que decência não significa elitismo, mas condição para a aceitação dos líderes pelos que hão de sustentá-los. Brizola, referindo-se a Lula, disse que ele era a “UDN de macacão”, lembrando a pregação ética dos fundadores do PT. Infelizmente Lula despiu o macacão e se deixou engolfar pelo que havia de mais tradicional em nossa política: o clientelismo e o corporativismo, tendo a corrupção como cimento.
Não é deste tipo de liderança que precisamos para construir um grande país.
Ainda que venham a ocorrer novos episódios que ponham em causa o atual governo, e melhor seria que não houvesse, de pouco adianta substituir quem manda hoje por alguém eleito indiretamente: ao líder faltaria o sopro de legitimidade dado pelo voto popular, necessário para enfrentar os desafios contemporâneos.
É tarde para chorar por impeachments perdidos ou por substituições que nada mudam. É hora de sonhar com 2018 e deixar de lado o desânimo.
Preparemos o futuro juntando pessoas, lideranças e movimentos políticos num congraçamento cívico que balance a modorra dos partidos e devolva convicção e esperança à política.
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Entrelinhas: Lendo o artigo com pressa fica a sensação que o Oráculo do tucanato insinua apoiar Lula em 2018. Mas, que ninguém se iluda, a estratégia do Psdb é continuar no bloco Pmdb/Dem, mesmo como coadjuvante. Além claro, apoiar os Psois deslumbrados a não apoiar o PT, o que é quase certo. As mariposas deslumbradas da esquerda blablarinática sempre faz o jogo da direita midiática. 
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Bom dia

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