Se você viver cem anos, quero viver cem anos menos um dia
Para que eu nunca precise viver sem você.
(Silvia Mendonça)
Se você viver cem anos, quero viver cem anos menos um dia
Para que eu nunca precise viver sem você.
(Silvia Mendonça)
- Veja que bela coxa de frango eu encontrei na... |
A Jararaca está viva. O monstro também As entrevistas concedidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parecem estar abrindo os olhos do mundo. As falas Lula para a Folha de S. Paulo, El Pais, BBC de Londres e para o jornalista Glenn Greenwald estão servindo como contraponto sobre a realidade brasileira. Por coincidência, Lula recebeu carta do Papa Francisco e, quase ao mesmo tempo, |
Carta de Lula ao Festival Lula Livre Agradeço de coração a cada uma e a cada um de vocês, artistas e público, que nesse 2 de junho fazem da praça da República a Praça da Democracia. Embora tenha o nome de "Festival Lula Livre", sei que esse é muito mais que um ato de solidariedade a um preso político. O que vocês exigem é muito mais que a liberdade do Lula. É a liberdade de um povo que não aceita mais ser prisioneiro do ódio, da |
As entrevistas concedidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parecem estar abrindo os olhos do mundo. As falas Lula para a Folha de S. Paulo, El Pais, BBC de Londres e para o jornalista Glenn Greenwald estão servindo como contraponto sobre a realidade brasileira. Por coincidência, Lula recebeu carta do Papa Francisco e, quase ao mesmo tempo, foi emitida nota pela Associação Americana de Juristas (sede nos Estados Unidos), a qual reconhece o ex-presidente como preso de consciência (político).
Agradeço de coração a cada uma e a cada um de vocês, artistas e público, que nesse 2 de junho fazem da praça da República a Praça da Democracia. Embora tenha o nome de “Festival Lula Livre”, sei que esse é muito mais que um ato de solidariedade a um preso político. O que vocês exigem é muito mais que a liberdade do Lula. É a liberdade de um povo que não aceita mais ser prisioneiro do ódio, da ganância e do obscurantismo.
Esse ato é na verdade um grito de liberdade que estava preso em nossas gargantas. Mais que um grito, um canto de liberdade. O canto dos trabalhadores que não aceitam mais o desemprego e a perda de seus direitos. O cantos dos estudantes, que não aceitam nenhum retrocesso na educação. O canto das mulheres, que não aceitam abrir mão de nenhuma conquista histórica. O canto da juventude, que não aceita que lhe roubem os sonhos, e da juventude negra em particular, que não aceita mais ser exterminada. O canto dos que ousam sonhar, e transformam sonhos em realidade.
Boa parte de vocês que aí estão, artistas e público, felizmente não viveram os horrores da ditadura civil e militar instalada em 1964, essa que alguns querem implantar de novo no Brasil. Foi um tempo em que a luta contra a censura podia ser traduzida em canções que diziam assim: “Você corta um verso, eu escrevo outro”.
Foi com muita luta que conseguimos acabar com a censura neste país. E não vamos aceitar essa outra forma de censura, que é a tentativa de acabar com as fontes de financiamento da arte e da cultura. Que não vamos aceitar a tentativa de censurar o pensamento crítico, estrangulando as universidades.
Se eles arrancam nossas faixas, nós escrevemos e botamos outras no lugar. E vamos continuar ocupando as ruas em defesa da educação, da saúde, públicas e de qualidade; das oportunidades para todas e todos; contra todas as formas de desigualdade e de retrocesso.
Nossos adversários querem mais armas e menos livros, menos música, menos dança, menos teatro e menos cinema. E nós insistimos em ler, escrever, cantar e dançar, insistimos em ir ao teatro e fazer cinema.
Nada mais perigoso para nossos adversários que um povo que canta e é feliz. Que faz da arte e da cultura instrumentos de resistência. Vamos então à luta, sem medo de sermos felizes, com a certeza que o amor sempre vence.
Um abraço, com muita saudade e a vontade imensa de estar aí,
Lula