Na ponta do alicate, por Lucio Vercoza

Enfiou-lhe o alicate entre o dedo e a unha, em seguida o puxou, arrancando o coro rosado. O sangue espirrou. Bastou cair o primeiro pedaço de carne para ela abrir o bico. Falou sobre o emprego fantasma na Assembleia Legislativa e da compra da caminhonete com isenção de impostos para deficiente físico – sendo que ela não era deficiente.

Após uma breve pausa do alicate, passaram uma substância química na cabeça de seus dedos, substância essa que exalava um forte odor. Nesse exato momento, ela voltou a falar de modo tagarela. Afirmou que só um trouxa assinaria a carteira de trabalho de caseiro de casa de praia, que o terreno fora da marinha, porém, agora, depois da ajudinha de amigos da Secretaria, era dela por direito, inclusive com registro no cartório da Praça dos Palmares. A essa altura, suas unhas estavam irreconhecíveis, foram cobertas por um vermelho brilhoso muito chamativo. Algo estranho mesmo.

De repente, não mais que de repente, as confissões foram interrompidas. Ela se levantou da cadeira e se dirigiu ao balcão de saída. Abriu sua carteira, pegou o cartão e pagou no débito. Cruzou a porta do salão de beleza se sentindo mais leve e plena. Olhou para as unhas feitas, conferiu seu reflexo no espelho da caminhonete: agora sim estava se sentido pronta para ir ao protesto contra a corrupção, só faltava passar em casa para vestir a camisa da seleção brasileira.

Mensagem dominical, de Tânia Oliveira

Não julgue, não critique alguém sem saber o que ela está passando. O mundo dá muitas voltas, e a melhor empatia é aquela quando vivenciamos as mesmas experiências daqueles que um dia (julgamos, condenamos) jogamos pedras.

Pessoa fazendo pessoice


Achei a solução:
Parem de chamar a Amazônia de "pulmão do mundo" e comecem a chamar de cu do mundo. Em dois minutos bolsonero vai cuidar de preservar obsessivamente.

@zedalves

Manchetes sensacionais


  • Depois de ser chamado de mentiroso por Emmanuel Macron - presidente da França -, Bolsonaro proíbe venda de pão francês em todo Brasil.
  • Imagens da NASA mostram que panelaço contra Bolsonaro se espalhou por todo o país
  • Bolsonaro sabe onde estão todos os desaparecidos durante a ditadura militar, mas não sabe onde está o Queiroz

MPF: que imploda tudo, por Eugênio Aragão


A escolha de Antônio Carlos Simões para PGR é de alta octanagem. Tem tudo para colocar fogo no formigueiro do MPF. Se alguém quisesse “melar” aquela instituição por inteiro, não poderia ter feito melhor.
O governo Bolsonaro reveste-se de um caráter disruptivo. Quer romper com o passado, com “tudo que aí está”, sem distinguir com clareza entre o que, no processo histórico das ultimas décadas, foi receita de sucesso e o que foi causa de disfunção na governabilidade. Num verdadeiro “carpet bombing”, destrói o que se encontra nos limites do espaço público. Nem o ministério público do golpe escapa.
Antônio Carlos Simões não vai consertar o MPF. Não tem liderança para comandar um órgão voluntarioso com membros atuando de forma autárquica feito metralhadoras giratórias descontroladas. Vai sobrar bala para o chefe. Vão sabotá-lo sistematicamente. Vai ser um conflito doméstico, sem o mínimo respeito aos costumes da guerra. Dele só sobrará tapera. Uma terra arrasada.
Mas, talvez seja disso que o ministério público precisa: de um incêndio transformador em larga escala, que ponha a nu, diante da sociedade, suas vulnerabilidades e, com isso, desfaça a imagem de superior vestal da moralidade que alguns cultivaram com esmero nos últimos anos, desde quando Antônio Fernando de Souza cometeu a uns principiantes a execução técnica do caso do Mensalão. De lá para cá, o MPF foi só miséria, foi só deformação ímproba, alcançando seu ápice quando ajudou a destituir uma presidenta legitimamente eleita, protagonizou a ópera bufa de querer expulsar Temer do poder para garantir uma sucessão na PGR que consolidasse o grupo em torno do trapalhão Rodrigo Janot e maquinou a prisão do maior líder popular da história brasileira.
Esse MPF transformou o Brasil numa republiqueta bananeira, apontando para os atores políticos e econômicos como raiz de todo o mal, enquanto pagava verbas ilegais a seus membros. O auxílio-moradia, a verba de substituições transitórias em unidades distantes da lotação, a pretensão a pagamento de plantões e acúmulo de ofícios – os procuradores mostraram enorme criatividade para se locupletarem à margem da lei. Mas os podres sempre são os outros, numa casa que exibe um ego coletivo a salvo de toda crítica pública.
Antônio Carlos Simões  fará bem ao MPF; implodi-lo-á de vez para permitir um recomeço radical, despido das vicissitudes que o fizeram obtuso, arrogante e golpista. Bolsonaro talvez não se dê conta do grande favor que fará à sociedade brasileira nesse particular.

Jair Bolsonaro: — A floresta não está pegando fogo como o pessoal está dizendo. O fogo é onde o pessoal desmata


Jenial
É um jênio
Jênio total
Eles e seus bolsominions.

- Não corrija revisor -

do Leitor

Indagação Briguilina:
Você votou nele?
Se votou, ele não "acha" que é idiota. Ele tem certeza! E nesse caso, por incrível que pareça eu concordo com o verme. E veja bem, idiota é até elogio para quem votou nesse imundo. 
Pior são os que votaram nele por apoiar a tortura.