Em oito meses bolsoasno transformou o Brasil em chacota mundial


Esta semana, o ex-tenente Jair Messias Bolsonaro, reformado pelo Exército como capitão, aos 33 anos, eleito com 57 milhões de votos, completa oito meses na Presidência da República.

Algo que parecia simplesmente inimaginável apenas um ano atrás, quando o deputado do baixíssimo clero começou a subir nas pesquisas, tornou-se dramática realidade desde a patética cerimônia de posse.

Até hoje tenho dificuldades em escrever "presidente Bolsonaro". Custo a acreditar que isso aconteceu.

Foram certamente os piores dias das nossas vidas e da história do país.
Em tão pouco tempo, a destruição foi brutal, em todas as áreas, e não apenas na Amazônia em chamas, o emblemático retrato deste governo.

A estagnação econômica e a tragédia social dela decorrente são sintomas de uma nação doente, sem rumo, sem capacidade de reação, sem esperanças.

De eterno país do futuro, estamos sendo condenados agora a ser um país sem futuro.

Levamos mais de cinco séculos para sermos respeitados pelo mundo e, em apenas 234 dias, o Brasil virou motivo de preocupação mundial com o seu destino.Mas parece que a ficha ainda não caiu para boa parte dos brasileiros, que elegeram este governo e ainda o defendem, como mostrou a pesquisa Veja/FSB, publicada na última edição da revista. Ao ler as cartas de leitores na imprensa e os comentários nas redes sociais, bate um desânimo danado.

Como foi possível esta mudança tão radical no comportamento de pessoas aparentemente normais, que se tornaram seguidores fanáticos deste Jim Jones dos trópicos?

Piores que eles são os pulhas "isentões", os que votaram nulo ou em branco, fizeram campanha para o Amoedo, "por falta de alternativas", fingindo que não têm nada com isso..

A começar pelo presidente, tenho a impressão de que estamos numa guerra fratricida movida por vingança, ódio, frustrações e ressentimentos represados por muito tempo.

De outro lado, grassa uma epidemia de depressão coletiva, com gente morrendo de angústia e amargura, pela absoluta falta de perspectivas de uma vida melhor e mais digna.

Cada vez mais gente desiste de procurar emprego, e os que ainda têm algum trabalho temem o dia de amanhã.

A nuvem negra de fumaça da floresta que escureceu São Paulo no meio do dia, na semana passada, foi uma antevisão do que nos espera no futuro.

Os três poderes da República viraram um só, nas mãos de um sujeito doente da cabeça, que ignora e atropela as instituições, sem se importar com as consequências dos seus atos.

Depois de declarar guerra ao mundo e desdenhar da ajuda oferecida pelo G-7, achando que todos só querem derrubá-lo para ocupar a Amazônia, inclusive os que o acolitam no Palácio do Planalto, Bolsonaro partiu para agressões pessoais a jornalistas e líderes de outros países.

Por isso, no começo desta segunda-feira, resolveu declarar uma "greve de silêncio", ao se recusar a responder a perguntas de repórteres.

Trata a todos como se ainda estivesse no quartel, dando ordens a um batalhão imaginário, em seus delírios persecutórios.

Entra dia, sai dia, e não saímos desta mesmice de declarações estapafúrdias, sem nenhuma relação com a vida real.

Execrado pela imprensa mundial, ataca quem está por perto, cercado por um batalhão de seguranças e puxa-sacos.

A todo momento, repete que quem manda é ele, e os ministros que tratem de obedecer, ou serão defenestrados.

Como escolheu os ministros a dedo, à sua imagem e semelhança, eles obedecem.

Ninguém escapa da sua fúria crescente, a não ser os três príncipes herdeiros, cada vez mais poderosos e beligerantes.

Se é assim agora, com apenas oito meses de governo, como estará o país ao final dos quatro anos de mandato, se é que ele conseguirá chegar até lá?

Até quando nossa frágil democracia resistirá a esta escalada de atrocidades e insanidades sem fim?

Eleito na onda do combate à corrupção patrocinada pela Lava Jato, agora quer controlar pessoalmente os órgãos de fiscalização e controle para evitar que cheguem à sua família.

Sustentado ainda pelo mercado, pelos fardados em geral, por setores da mídia, pelas milícias e pelos agrotrogloditas (apud Elio Gaspari), que bancaram sua candidatura, Bolsonaro não é nada original.

Governa pelo medo, pelas ameaças e perseguições, como se viu na Europa conflagrada nos anos 30 do século passado.

Contrafação de aprendiz de ditador, vai avançando os sinais da institucionalidade, agora sem radares, como se o Brasil fosse um condomínio particular dele.

Pobre Brasil, pobres de nós, que viramos motivos de chacota no mundo inteiro.

Vida que segue.

Na ponta do alicate, por Lucio Vercoza

Enfiou-lhe o alicate entre o dedo e a unha, em seguida o puxou, arrancando o coro rosado. O sangue espirrou. Bastou cair o primeiro pedaço de carne para ela abrir o bico. Falou sobre o emprego fantasma na Assembleia Legislativa e da compra da caminhonete com isenção de impostos para deficiente físico – sendo que ela não era deficiente.

Após uma breve pausa do alicate, passaram uma substância química na cabeça de seus dedos, substância essa que exalava um forte odor. Nesse exato momento, ela voltou a falar de modo tagarela. Afirmou que só um trouxa assinaria a carteira de trabalho de caseiro de casa de praia, que o terreno fora da marinha, porém, agora, depois da ajudinha de amigos da Secretaria, era dela por direito, inclusive com registro no cartório da Praça dos Palmares. A essa altura, suas unhas estavam irreconhecíveis, foram cobertas por um vermelho brilhoso muito chamativo. Algo estranho mesmo.

De repente, não mais que de repente, as confissões foram interrompidas. Ela se levantou da cadeira e se dirigiu ao balcão de saída. Abriu sua carteira, pegou o cartão e pagou no débito. Cruzou a porta do salão de beleza se sentindo mais leve e plena. Olhou para as unhas feitas, conferiu seu reflexo no espelho da caminhonete: agora sim estava se sentido pronta para ir ao protesto contra a corrupção, só faltava passar em casa para vestir a camisa da seleção brasileira.

Mensagem dominical, de Tânia Oliveira

Não julgue, não critique alguém sem saber o que ela está passando. O mundo dá muitas voltas, e a melhor empatia é aquela quando vivenciamos as mesmas experiências daqueles que um dia (julgamos, condenamos) jogamos pedras.

Pessoa fazendo pessoice


Achei a solução:
Parem de chamar a Amazônia de "pulmão do mundo" e comecem a chamar de cu do mundo. Em dois minutos bolsonero vai cuidar de preservar obsessivamente.

@zedalves

Manchetes sensacionais


  • Depois de ser chamado de mentiroso por Emmanuel Macron - presidente da França -, Bolsonaro proíbe venda de pão francês em todo Brasil.
  • Imagens da NASA mostram que panelaço contra Bolsonaro se espalhou por todo o país
  • Bolsonaro sabe onde estão todos os desaparecidos durante a ditadura militar, mas não sabe onde está o Queiroz

MPF: que imploda tudo, por Eugênio Aragão


A escolha de Antônio Carlos Simões para PGR é de alta octanagem. Tem tudo para colocar fogo no formigueiro do MPF. Se alguém quisesse “melar” aquela instituição por inteiro, não poderia ter feito melhor.
O governo Bolsonaro reveste-se de um caráter disruptivo. Quer romper com o passado, com “tudo que aí está”, sem distinguir com clareza entre o que, no processo histórico das ultimas décadas, foi receita de sucesso e o que foi causa de disfunção na governabilidade. Num verdadeiro “carpet bombing”, destrói o que se encontra nos limites do espaço público. Nem o ministério público do golpe escapa.
Antônio Carlos Simões não vai consertar o MPF. Não tem liderança para comandar um órgão voluntarioso com membros atuando de forma autárquica feito metralhadoras giratórias descontroladas. Vai sobrar bala para o chefe. Vão sabotá-lo sistematicamente. Vai ser um conflito doméstico, sem o mínimo respeito aos costumes da guerra. Dele só sobrará tapera. Uma terra arrasada.
Mas, talvez seja disso que o ministério público precisa: de um incêndio transformador em larga escala, que ponha a nu, diante da sociedade, suas vulnerabilidades e, com isso, desfaça a imagem de superior vestal da moralidade que alguns cultivaram com esmero nos últimos anos, desde quando Antônio Fernando de Souza cometeu a uns principiantes a execução técnica do caso do Mensalão. De lá para cá, o MPF foi só miséria, foi só deformação ímproba, alcançando seu ápice quando ajudou a destituir uma presidenta legitimamente eleita, protagonizou a ópera bufa de querer expulsar Temer do poder para garantir uma sucessão na PGR que consolidasse o grupo em torno do trapalhão Rodrigo Janot e maquinou a prisão do maior líder popular da história brasileira.
Esse MPF transformou o Brasil numa republiqueta bananeira, apontando para os atores políticos e econômicos como raiz de todo o mal, enquanto pagava verbas ilegais a seus membros. O auxílio-moradia, a verba de substituições transitórias em unidades distantes da lotação, a pretensão a pagamento de plantões e acúmulo de ofícios – os procuradores mostraram enorme criatividade para se locupletarem à margem da lei. Mas os podres sempre são os outros, numa casa que exibe um ego coletivo a salvo de toda crítica pública.
Antônio Carlos Simões  fará bem ao MPF; implodi-lo-á de vez para permitir um recomeço radical, despido das vicissitudes que o fizeram obtuso, arrogante e golpista. Bolsonaro talvez não se dê conta do grande favor que fará à sociedade brasileira nesse particular.

Jair Bolsonaro: — A floresta não está pegando fogo como o pessoal está dizendo. O fogo é onde o pessoal desmata


Jenial
É um jênio
Jênio total
Eles e seus bolsominions.

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