Moro, Deltan e um general* moribundo personagem de histórias em quadrinhos são três corruptos. Aliás, devo também ser corrupto. Quase nenhum de nós sobreviveria a uma sindicância mal feita. Pisamos na grama, furamos fila – um amigo “bondozo” ajudou. Deixamos de pedir nota fiscal, nos distraímos quanto ao troco errado… Infestados de pecadilhos, na escola fingimos não ver que alguém assinou a lista de frequência no lugar do colega. Aliás, vi um ministro do STF assinando no lugar de outro, durante uma banca de conclusão de curso. Ultrapassamos o sinal. Sob olhares de soslaio, de esguelha, fomos cúmplices omissos de violações éticas… E o mais grave: quando crianças, com a boca salivando, fomos omissos frente ao amiguinho dando lambidinha no bolo de aniversário…
Artigo do dia
Educação no trânsito
Bolsonaro estoura cartão corporativo
Mensagem da Vovó Briguilina
Surgem as provas que Moro era o chefe da quadrilha de Curitiba
Nunca houve dúvidas quanto à função do ex-juiz na hierarquia da ORCRIM. O que se tem agora é a comprovação documental do papel exercido por ele em obediência às ordens emanadas desde o centro de inteligência estratégica da Operação, sediado nos EUA.
É assombroso o conluio entre o "Russo" [codinome com que Moro era chamado na ORCRIM] com procuradores e policiais federais.
Aqueles funcionários do Estado brasileiro pagos com impostos recolhidos da população conheciam as práticas criminosas do capo di tuti capi [aqui] e, ao invés de denunciá-las, prevaricavam e "ajeitavam" os ilícitos, como disse o delegado da PF Luciano Flores: "Normal… deixa quieto…Vou ajeitar…kkkk".
Ainda mais estarrecedor e vergonhoso que os crimes cometidos por eles é o fato daqueles agentes públicos ainda estarem ocupando cargos públicos e, em alguns casos, tendo sido alçados a escalões superiores do governo Bolsonaro:
- como retribuição pelos serviços prestados – o mais notório deles a farsa para tirar Lula da eleição – Russo ganhou de Bolsonaro o cargo de ministro da justiça;
- o delegado Luciano Flores foi nomeado pelo Russo para comandar a PF no Paraná;
- a delegada Renata da Silva Rodrigues, que foi informada pelo colega Luciano Flores que "Russo deferiu uma busca que não foi pedida por ninguém ….hahahah" e reagiu com um "Kkkkk – Como assim?!", é a Chefe do Serviço de Repressão a Crimes Financeiros do ministério comandado pelo Russo;
- a delegada Erika Marena, que dirigiu operação que levou o reitor da UFSC Luis Cancellier ao suicídio, foi indicada pelo Russo para o cargo de conselheira do COAF, atual UIF [Unidade de Inteligência Financeira];
- o delegado Marcio Anselmo, que alertou Moro a redefinir o mandato de busca e apreensão na casa do Lula em 4 de março de 2016, foi designado como conselheiro da UIF [ex-COAF];
- o delegado Igor Romario de Paula foi nomeado pelo Russo para comandar a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado do ministério comandado por ele.
O STF começou julgar, depois de quase 2 anos de atraso, a inconstitucionalidade da prisão antes do trânsito em julgado. Com a decisão, pessoas pessoas presas em flagrante inconstitucionalidade serão libertadas, como é o caso do ex-presidente Lula.
Mais relevante e essencial que este julgamento, entretanto, é o julgamento sobre a suspeição de Sérgio Moro, o gângster que chefiou a ORCRIM que corrompeu o sistema de justiça e atentou contra o Estado de Direito para viabilizar a eleição do governo fascista ao qual hoje serve.
A liberdade de Lula deve ser imediatamente devolvida não apenas porque o STF deverá restaurar o princípio constitucional da presunção de inocência que ele próprio, Supremo, violou.
Lula terá de ser imediatamente libertado porque é um inocente que foi vítima da maquinação monstruosa da ORCRIM chefiada por Sérgio Moro, o Russo.