[...] O curioso pedido de respeito
Não entendo toda essa polêmica (nota) com relação ao preço da gasolina (o combustível sobe, não sobe...). Se temos a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), basta acionar seu mecanismo de compensação. Ela foi criada exatamente para evitar altas e baixas nos preços internos dos combustíveis em conseqüência da volatilidade do petróleo internacional.
O fato é que a reação do mercado surpreende. Diante do anúncio do ministro Wagner Rossi de uma política voltada ao etanol, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos automotores (ANFAVEA), Cledorvino Belini, já apressou-se em destacar que a entidade é "a favor do livre mercado". Ele criticou a decisão do governo de intervir no álcool - decisão não tomada, ainda, e que não será intervenção propriamente.
"O empreendedor tem que escolher onde vai colocar os recursos. Na medida que se possa interferir, nosso receio é que haja uma inibição dos investimentos na área, principalmente na expansão da produção", completou Belini.
Muito curioso...
Não é muito curioso isto? Quando vai haver qualquer ação do governo no setor, invocam o livre mercado; esquecem-se completamente dele quando querem socorro, leis e ajuda financeira. Aí não existe o livre mercado e correm atrás do Estado, BNDES, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, do Minstério de Ciência e Tecnologia, do Itamaraty...
Meus caros, não tem sentido em plena guerra comercial e cambial no contexto mundial, e frente a tanto protecionismo europeu e americano em relação aos seus produtos, ouvirmos uma entidade que representa o setor das montadoras falar de livre mercado!
E nos termos em que foi colocado pelo presidente da ANFAVEA. Como se estivéssemos no século XIX, ainda! Aliás, um setor regiamente salvo pelo governo durante a crise financeira internacional de 2008/09.
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