Do petróleo ao sal de cozinha, das camisas ao telefone, das bebidas a bombas e válvulas... Empresas no Brasil tomam a direção contrária da crise e começam a anunciar investimentos num momento de desaceleração global, mostra reportagem publicada nesta sexta-feira no jornal O GLOBO. A OGX, empresa de petróleo e gás de Eike Batista, a PWR Mission, de bombas e válvulas, a Coca-Cola, a TIM, a Matte Leão, a Sal Cisne e até a pequena Grande Camiseira são alguns exemplos desse movimento. Até mesmo na indústria automobilística, as negociações para redução de jornada começam a esfriar.
A Coca-Cola Brasil anunciou nesta quinta-feira que investirá R$ 1,75 bilhão este ano, acreditando que o consumo da Classe C será mantido. O valor é 16,6% maior que o de 2008. O presidente da empresa, Xiemar Zarazúa, ressalta que, em alguns anos, o Brasil pode chegar à segunda posição no mundo. Hoje está atrás dos Estados Unidos e do México. A empresa prepara lançamentos para este ano. O primeiro será uma versão do guaraná com chá verde, o Kuat Eko. Em 2008, as vendas subiram 7%, e o faturamento chegou a R$ 15 bilhões, alta de 25% frente a 2007.
A TIM Brasil, terceira maior empresa de telefonia móvel do país, também divulgou nesta quinta-feira que está negociando a aquisição do controle acionário da Intelig, operadora de longa distância do Grupo Docas, do empresário Nelson Tanure. Segundo analistas, o negócio pode ficar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão. A companhia italiana também está investindo R$ 2,3 bilhões para a construção de redes de fibra óptica.
Já a OGX, empresa do grupo EBX, de Eike Batista, informou que está antecipando em um mês a exploração na Bacia de Santos, no bloco BM-S-29. O início da perfuração será em junho. O mercado reagiu bem ao anúncio: as ações subiram 3,74%. Com um caixa de R$ 7,5 bilhões, a OGX pretende investir US$ 2 bilhões em exploração e outro US$ 1 bilhão na produção. A OGX quer começar a produzir no fim de 2011.
A recuperação da produção e das vendas de veículos em janeiro, que subiram 92,7% e 1,5%, respectivamente, ante dezembro, trouxe alívio para empresas de autopeças, que passaram a rever planos de ajuste na produção. Valmir Marques da Silva, presidente da Federação Estadual de Metalúrgicos, CUT, diz que "muito menos empresas" estão sugerindo reduzir jornada e salários. Marques, que também preside o Sindicato do Metalúrgicos de Taubaté, citou a decisão da Ford de suspender as férias coletivas de 350 empregados de sua fábrica de transmissões.
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