A comparação inevitável


Fernando Ferro
DE MANEIRA pretensiosa, a oposição decidiu que vai fugir às comparações entre os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso, como se as eleições deste ano fossem realizadas em outro planeta. O debate é inevitável, com ou sem a participação da oposição e de seus porta-vozes na mídia.
Os demo-tucanos querem, na prática, esconder que fizeram parte do fracassado governo FHC (1995-2002), que quebrou o país três vezes, levou ao apagão de 2001 e rastejou perante o FMI.
Em 2002, no plano federal, o povo queria mudanças e eles prometiam continuidade; agora, a grande maioria da população quer manter o ritmo mudancista, com crescimento econômico, geração de empregos e inclusão social, e eles querem retroceder.
A tática é tentar desconstruir os êxitos alcançados a partir de 2003.
Certamente o PT e seus aliados não terão dificuldades para remover as densas camadas de mistificação montadas para embelezar o retumbante malogro dos governos de FHC.
Já em 2006, independentemente da histeria da maior parte da mídia, o povo separou o joio do trigo.
Insiste-se que o governo Lula seria simples continuação do de FHC, mas a maioria da população sabe que não é. Exemplo: em oito anos, FHC criou 780 mil empregos, registrados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) para celetistas, enquanto em sete anos e meio o governo Lula gerou 12 milhões.
Esse dado é estarrecedor e tanto mais grave quando se considera que há quem pense que não é necessariamente um símbolo do fracasso de FHC, porque entre suas prioridades não estava a geração de empregos.
Com Lula, o salário mínimo teve aumento real de 53%, desmentindo a cantilena neoliberal de que esse aumento quebraria a previdência e os pequenos municípios.
A dívida externa foi eliminada, e a interna, reduzida em mais de 20 pontos percentuais. A dívida com o FMI foi quitada e o país se tornou credor da instituição, além de construir uma reserva cambial de US$ 240 bilhões.
O Brasil de Lula, com políticas heterodoxas, firmeza e em defesa do interesse nacional, conseguiu superar os graves reflexos da crise mundial iniciada em 2008, a qual teria levado o país à UTI se ocorrida no ortodoxo governo de Fernando Henrique.
Este, diante das crises periféricas que enfrentava, recorria ao FMI para pedir um empréstimo, aumentava impostos e as taxas de juros e arrochava os salários. Em 2008, Lula apostou no consumo e, em vez de aumentar os impostos, aplicou uma desoneração gigantesca. Foi dessa maneira que o Brasil superou a crise.
O povo percebe em seu dia a dia as alterações que vão se processando e que se expressam nas taxas mais baixas de inflação da história, no sucesso dos programas sociais e na maior oferta de oportunidades em muitos aspectos da vida.
Com políticas públicas e desatrelados do elitismo, fortalecemos a economia interna, com a inclusão de 30 milhões de pessoas à classe média.
A vitória frente a FHC não se deu apenas nos números da economia, nos indicadores sociais e na política externa. O avanço na consolidação dos espaços da democracia é igualmente importante: o conjunto de conferências realizadas (saúde, idosos, comunicação etc.) revela a participação popular na construção de políticas públicas.
Até o PAC foi também elaborado a partir de contribuições de lideranças populares e empresariais, inovando na forma de governar e consolidando instrumentos de democracia direta.
A oposição busca desqualificar e negar a realidade, guiando-se, sem respeitabilidade democrática, pela memória de Carlos Lacerda. Qual é o presente de uma oposição que hoje usa discurso moralista hipócrita, fingindo ignorar inúmeros comprometimentos com diferentes e repetidos casos de corrupção, onde a crise de Brasília é apenas a mais visível?
Não há como José Serra escapar de ser o anti-Lula: a eleição será plebiscitária e marcada pela confrontação entre os dois polos. As comparações podem ir além de Lula e FHC, envolvendo também os governos estaduais e municipais e temas como ética, gestão, soberania nacional etc.
A comparação é tão importante e necessária que o candidato tucano usa discurso defensivo e matreiro do pós-Lula. Quer pegar carona na popularidade de Lula, a quem não consegue atacar, e revela que não houve nem haverá pós-FHC.
Essa é a síntese de um confronto de projeto que nos é amplamente favorável. A história nos diz que não há futuro sem presente e passado. Mas os tucanos tentam desesperadamente esconder o seu.
Pois é, eu comparei e resolvi defender o PT, o governo Lula e a candidatura Dilma. Acontece que tem gente que não respeita minha decisão e vive de me insultar, cada dia mais e de forma mais violenta. Mas, sabe que tem momentos que até rio dessa gente...é quando me acusam de anti-democrático, autoritário e por aí vai kkkkk

Um comentário:

  1. Respeito a sua decisão

    Tem gente que também apoia o nazismo, o fascismo, o genocídio de Darfur etc.

    No entanto, o verdadeiro amigo alerta o outro sobre os erros que acha que o mesmo está cometendo. Pelo menos tenta abrir os olhos daqueles que não estão dando a devida importância ao que realmente importa nesta nossa curta vida aqui na terra, ou seja, os princípios de ética, de honestidade e de senso de moral.

    Lula, Dilma, o PT, Serra, Ciro, Marina Silva são passageiros e em breve só restarão lembranças apagadas destas figuras.

    Agora os princípios éticos e morais duram para sempre, estes valem mais do que qualquer coisa. E a amizade também. O verdadeiro amigo não deixa de avisar ao outro mesmo que o outro ache que é insulto.

    Muitas vezes temos que dar uma boa sacudida para o outro acordar do seu turpor.

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