É pura retórica o que a oposição faz sobre equilíbrio das contas públicas e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). As maiores provas da distância entre seu discurso e a prática estão na aprovação do reajuste de 7,71% para os aposentados e do fim do fator previdenciário para aposentadoria, na proposta de mudança da LRF apresentada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE); e na defesa que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM-PSDB) da troca do índice de reajuste da dívida da Prefeitura paulistana com a União.
Aprovada essa semana pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, a proposta de Jereissati amplia a possibilidade de endividamento dos Estados e municípios. E o prefeito Kassab defende o que chama de flexibilização da LFR - quer trocar o índice de correção das dívidas das prefeituras. Sem entrar no mérito dessa e das outras propostas - podemos examiná-las e até concordar ou não com elas - o fato é que a oposição adota um discurso na linha do faça o que eu digo e não o que faço.
A oposição - com algumas exceções - ao votar junto com a maioria da base do governo pelo aumento de 7,71% retroativo a janeiro desse ano para os aposentados, e pelo fim do fator previdenciário (aprovado por ela no governo FHC) simplesmente desconheceu suas próprias decisões sobre orçamento do país, a LRF e o equilíbrio das contas publicas. Perde a razão e põe por terra todo o seu discurso sobre responsabilidade fiscal e controle dos gastos.
Apesar da posição firme e clara do governo, do PT - sem medo das consequências eleitorais - e do PMDB e de sua liderança, a maioria da Câmara dos Deputados aprovou esse aumento para os aposentados, inclusive com o voto de alguns petistas. Como vemos, da parte da oposição é só retórica - com exceções honrosas de alguns deles, e desonrosas do nosso lado, de petistas acostumados apenas com o bônus de governar e não com os ônus.
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