Concluída a reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC), nada de novo no front - ou melhor, no front interno vamos de juros cada vez mais altos. O COPOM aumentou mais 0,75 ponto percentual a Selic que agora já chega a 10,25% ao ano. No final, quando o BC aumentar a taxa em 3% estaremos pagando 7% ou 8% de juros reais ao ano.
Com essa nova alta na taxa básica o COPOM-BC elevou os juros reais a 5,2% ao ano no Brasil. Assim, no ranking elaborado por especialistas que fazem a comparação entre as 40 maiores economias do planeta, nosso país mantém-se na liderança do ranking dos países com maiores taxas de juros reais do mundo, com a China em 2º lugar, com taxa real de 2,4% e a Indonésia em 3º com 2,2%.
Pior é o reflexo dessa taxa sobre a dívida interna, elevando-a dramaticamente, bem como o montante de juros a ser pago anualmente sobre ela. esviam-se, assim, recursos que poderiam ser destinados, por exemplo, a investimentos em infraestrutura, educação, inovação e saúde. Tudo para dar aos rentistas o que eles não tem em lugar nenhm do mundo.
Juros altos e câmbio valorizado constituem uma combinação explosiva, de alto risco para nossa indústria e para o país. Assim, uma pergunta que não pode calar: a quem interessa essa política monetária? Uma política que desconhece a banda de 2 pontos; que a inflação está caindo; que os investimentos estão crescendo e os salários também, mas não acima da produtividade; que não há superaquecimento da economia; que há uma crise mundial com seus reflexos aqui; que o Brasil tem como atender a demanda interna por insumos e infraestrutura, etc, etc, etc...
Por fim, a quem serve a diretoria do BC? Para qual senhor ela celebra missa? Eu espero, sinceramente, que seja apenas ao Deus do mercado e à sua pequena, mas poderosa, legião de anjos rentistas.
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