Em relação à efetividade e ao maior compromisso do governo Lula no combate à corrupção, que comentamos em num post anterior, a Folha de S.Paulo publicou nesta segunda-feira, matéria sobre um trabalho do cientista político da USP, Rogério Arantes, que corrobora as declarações do presidente de que “se for bandido e a gente descobrir, a gente pega.”
No trabalho apresentado em agosto desse ano no Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política, em Recife, Arantes examinou 600 operações da Polícia Federal entre 2003 e julho de 2008 e apontou que a prática criminosa mais combatida foi a corrupção pública.
O pesquisador ressalta também o caráter indiscriminado das operações que atingiram um público que não costumava ser muito investigado até bem pouco tempo.
“A Polícia Federal já desencadeou operações contra políticos corruptos em todos os níveis da federação e em todos os ramos de gov erno. Também já atingiu juízes e policiais de todas as corporações existentes no Brasil, inclusive ela própria.”
Para Arantes, o protagonismo da PF no combate à corrupção se deve a uma nova política adotada principalmente sob o governo Lula. “Em 2002 (…), o orçamento da Polícia Federal era de R$ 1,848 bilhão. Desde então, cresceu a cada ano até praticamente duplicar de valor, atingindo a cifra de R$ 3,446 bilhões em 2008″, constatou.
Lula elevou os recursos para a PF, dobrou o efetivo e determinou uma integração maior com o Judiciário. Como observou Arantes em seu estudo, “uma das grandes novidades representadas pelas operações diz respeito à superação das históricas dificuldades de triangulação entre juízes, promotores e policiais no tratamento criminal comum da corrupção.”
Com Polícia Federal, Ministério Público e Justiça agindo juntos, o cerco se fechou sobre grandes criminosos que acreditavam que nunca seriam atingidos. O combate à corrupção além de recuperar recursos públicos reforça a democracia e sua capacidade de enfrentar legalmente problemas que podem miná-la.
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