Cipó de aroeira

Estou inconformado com os rumos que tomaram as discussões neste segundo turno. 

O Brasil demorará muitos anos para se livrar do ódio que a direita, com o apoio da mídia, disseminou entre nós. 

Nunca na história desse país, como diria o presidente Lula, vimos tanta baixaria, tanta calúnia, tanta mentira sendo vendida como verdade nos meios de comunicação e na internet. 

Nunca estivemos tão perto de abraçar o fascismo e retroceder no tempo. 

Estamos voltando à Idade Média com esse discurso moralista e religioso que tem pautada ambas as campanhas. 

Independente de quem ganhe as eleições no próximo dia 31 de outubro, a democracia brasileira sairá perdedora.
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Se é verdade ou não que Monica Serra, mulher de José Serra, cometeu um aborto na época em que foi professora da Unicamp, pouco importa. 

Isso deveria dizer respeito somente ao casal e a mais ninguém. 

Se Monica abortou, certamente teve suas razões. 

Cheguei a publicar (e depois despubliquei por achar a informação suspeita, inconsistente e irrelevante) algo sobre isso por aqui. Hoje, a Folha de S. Paulo confirmou o caso e ouviu outras fontes que não apenas a ex-aluna de Monica, como vocês podem ler aqui.

Continuo achando que o assunto não merece a nossa atenção. Mas, neste momento crítico da campanha, em que corremos o risco de abortar um projeto de nação que está dando certo para entregar o País nas mãos de um grupo historicamente comprometido com o atraso, a repressão e a venda do Estado, não posso deixar de chamar a atenção para a ironia do destino que tal notícia traz à tona. 

É a justiça cósmica obrigando a família Serra a rever publicamente seus valores. 

Não foi, afinal, Monica Serra quem disse que Dilma era "a favor de matar criancinhas"?

Como cantava Geraldo Vandré, é a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar:



L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

Vim de longe, vou mais longe
Quem tem fé vai me esperar
Escrevendo numa conta
Pra junto a gente cobrar
No dia que já vem vindo
Que esse mundo vai virar
Noite e dia vêm de longe
Branco e preto a trabalhar
E o dono senhor de tudo
Sentado, mandando dar
E a gente fazendo conta
Pro dia que vai chegar
Marinheiro, marinheiro
Quero ver você no mar
Eu também sou marinheiro
Eu também sei governar
Madeira de dar em doido
Vai
 descer até quebrar
É a volta do cipó de aroeira
No lombo de quem mandou dar

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