Na reta final, Serra abre ofensiva contra pesquisas

Estratégia foi acertada junto com líderes da sigla no Paraná, onde Beto Richa impediu na Justiça a divulgação de pesquisas

A menos dez dias do segundo turno da eleição presidencial, o PSDB se lançou em uma ofensiva para tentar evitar que a repercussão das pesquisas que dão a dianteira à petista Dilma Rousseff abalem o ânimo da campanha na reta final da disputa. Enquanto o partido definia planos de ação na área jurídica e de comunicação, o candidato tucano José Serra entrou pessoalmente em campo para reforçar o discurso de que será capaz de desmentir os números nas urnas no próximo dia 31.

O plano foi montado em conjunto com líderes do PSDB no Paraná, onde o governador eleito Beto Richa (PSDB) conseguiu impedir na Justiça a divulgação de pesquisas na reta final do primeiro turno. Nesta sexta-feira, o PSDB obteve autorização da Justiça para acessar dados da última pesquisa Vox Populi/iG, em que Dilma aparece 12 pontos à frente do tucano. A ideia contou, por exemplo, com a participação do deputado Gustavo Fruet (PSDB), que integrou a chapa de Richa como candidato ao Senado mas não conseguiu se eleger.

Na campanha nacional, entretanto, ficou acertado que a abordagem não será tão drástica quanto a aplicada pelos tucanos do Paraná. O partido já descartou, por exemplo, a tentativa de impedir na Justiça a divulgação de números.

Um dia antes de o PSDB conseguir acesso à pesquisa Vox Populi, Serra falou pessoalmente com Richa sobre a estratégia de impedir a divulgação de pesquisas no Paraná. A conversa ocorreu em uma van que transportou os dois tucanos a um evento em Maringá (PR), na última quinta-feira. “O Serra me perguntou o que tinha ocorrido aqui. Eu disse que a decisão foi da equipe de comunicação junto com equipe jurídica”, contou Richa ao iG. “No nosso caso, o tribunal deu uma decisão por sete votos a zero”, completou.

Richa explicou a Serra que, ao impedir a divulgação de pesquisas desfavoráveis, evitou a perda de apoios. “As pesquisas exercem um efeito principalmente sobre as lideranças e prefeitos. Esse pessoal não quer perder e quando vê a pesquisa indicando uma coisa pula de um barco para outro”, afirmou o governador eleito, destacando ainda o peso das pesquisas na arrecadação de campanha. O tucano paranaense, no entanto, reconheceu que perdeu votos ao impedir a divulgação da pesquisa. “Saiu no Jornal Nacional e na imprensa escrita que era uma medida antidemocrática. Isso prejudicou um pouco a minha campanha”, disse Richa.

Discurso 
Líderes tucanos em todo o País replicaram nos últimos dias o discurso crítico em relação às pesquisas. Além disso, partidários de Serra têm replicado a informação de que números internos apontariam um empate técnico entre o tucano e a rival petista. Alguns chegam a dizer que Serra estaria ligeiramente à frente da adversária.

Em geral, o tom é o mesmo usado por Serra nesta sexta-feira, durante uma visita a Porto Alegre. Na ocasião, o candidato a presidente disse que há “uma crise nas pesquisas”. Na mesma linha, o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PSDB-SE), declarou nesta tarde que “todas as pesquisas estão erradas”.

Richa, por exemplo, também afirma que Serra tem desempenho semelhante ao de Dilma de acordo com números coletados pelo PSDB. A conclusão, diz ele, resulta de trackings telefônicos realizados pelo partido. O governador eleito também afirma que as pesquisas também exercem influência sobre os financiadores de campanha. “O pessoal para de doar”, disse o governador eleito do Paraná.

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