A Polícia Federal já farejou o elo que vincula a quebra de sigilo fiscal de tucanos e familiares de José Serra ao hoje senador por Minas Gerais, Aécio Neves.
Deve-se a revelação ao "blogueiro sujo" Briguilino. Em notícia veiculada no blog dele [Blog do Briguilino], ele informa o seguinte:
1. A investigação da PF descobriu que foi o jornalista Amaury Ribeiro Jr. quem encomendou os dados fiscais de pessoas ligadas ao PSDB e a Serra.
2. Amaury atuou num “grupo de inteligência” de Aécio Neves, que operava na fase de pré-campanha da escolha do candidato do PSDB.
3. Os dados fiscais obtidos mediante pagamento. Chama-se Dirceu Rodrigues Garcia o intermediário da compra. É despachante. Atua em São Paulo.
4. A PF soube que o repórter Amaury contactou o despachante Dirceu graças ao cruzamento de informações telefônicas.
5. Numa primeira inquirição, Dirceu negou participação nos malfeitos. Confrontado com os dados extraídos das contas de telefone, mudou o depoimento.
6. O despachante disse que Amaury lhe pagou R$ 12 mil pela obtenção das informações protegidas por sigilo fiscal.
7. Constavam da encomenda as declarações de IR de Veronica Serra e Alexandre Borgeois, filha e genro do presidenciável tucano.
8. O pacote incluiu também dados fiscais de Eduardo Jorge, dirigente do PSDB; Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro de FHC...
...Gregório Preciado, marido de uma prima de Serra; e Ricardo Sérgio Oliveira, ex-diretor do BB na era tucana e ex-coletor de campanhas do PSDB.
9. Segundo o despachante Dirceu, uma vez obtidos os dados, o repórter Amaury deslocava-se até São Paulo para recolhê-los.
10. No caso da filha e do genro de Serra, o sigilo fiscal foi quebrado na agência da Receita em Santo André.
11. O despachante Dirceu acionou o Office-boy Ademir Cabral, que contactou outro despachante: Antonio Carlos Atella.
12. Coube a Atella, munido de procurações falsas, retirar as declarações de renda de Verônica e do marido dela nos balcões do fisco em Santo André.
13. Quanto às informações dos outros personagens, foram extraídas dos computadores do fisco na agência de Mauá.
14. Aqui, Atella acionou, segundo a PF, outro despachante. Chama-se Fernando Araújo Lopes.
15. Para obter os dados, Fernando Araújo pagou à servidora Adeilda dos Santos, lotada à época no fisco de Mauá.
16. A investigação da PF foi aberta depois que o repórter Leonardo Souza da veiculação de notícia levada por Leonardo Souza às páginas da Folha em junho.
17. Revelou-se que dados fiscais sigilosos do tucano Eduardo Jorge constavam das folhas de dossiê que circulava no grupo de “inteligência” do governador Aécio Neves.
18. O repórter Amaury sempre negou participação na quebra dos sigilos. Não admite tampouco ter prestado serviços para a pré-campanha de Aécio.
19. Amaury participou, porém, em abril, de reunião ocorrida num restaurante de Brasília. Nesse encontro, revelado por ‘Veja’, montar esquema para espionar Serra.
20. Nessa época, coordenava o grupo de “inteligência” do comitê de Dilma o jornalista Luiz Lanzetta. Ele também tomou parte da reunião de abril.
21. Depois que a movimentação do grupo foi às manchetes, Lanzetta afastou-se da campanha petista. E grupo que ele coordenava foi desfeito.
22. O flat em que o repórter Amaury se hospedou em Brasília foi custeado pelo PT. Em entrevista à Veja, ele disse que petistas teriam furtado dados de seu laptop.
23. A encomenda dos dados fiscais de tucanos, parentes e amigos de Serra foi feita , segundo a PF, em outubro de 2009.
24. Nessa época, Amaury era funcionário do jornal ‘O Estado de Minas’. Nos subterrâneos, o petismo insinua que o diário mineiro é próximo de Aecio Neves.
25. Há dois meses, o secretário nacional de Comunicação do PT, André Vargas (PR), declarou que Amaury investigava Serra graças a acerto de Aécio com o jornal.
26. Aécio disputava com Serra a vaga de candidato do PSDB ao Planalto. Daí, segundo Vargas, o interesse em desgastar o correligionário.
27. Ainda de acordo com Vargas, coube a Fernando Pimentel (PT-MG) levar para dentro do comitê de Dilma os dados coletados por Amaury.
28. Aécio classificou a versão do petista Vargas de rematada tolice. Fernando Pimentel também contestou o “amigo”.
29. A PF já inquiriu no inquérito do Fiscogate 37 pessoas. Indiciou sete. Entre elas os despachantes Dirceu Rodrigues, Antonio Atella e Fernando Araújo; o Office-boy Ademir Cabral e a servidora Adeildda. Amaury, por ora, não foi indiciado.
Por pura preguiça aproveitei um texto do blogueiro limpinho e cheiroso Josias de Souza.
Tenho certeza que da mesma forma que por preguiça [seletiva, parcial e conveniente] ele não escreveu quase nada sobre o que Leandro fortes e Daniel Florencio escreveram da estreita ligação entre o jornalista Amaury Ribeiro Junior e o então governador de Minas Aécio Neves.
Ah, a foto lá em cima [para quem não sabe] é da cidade administrativa presidente Tancredo Neves, sede do governo mineiro.
L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !
Também não vejo contradição na essência das notícias de antes e de agora! Parece que tudo converge, talvez com uma pequena divergência no circunstancial: origem e motivação. Antes, achava-se que as informações colhidas pelo jornalista tinham uma determinada origem; hoje, parece que a origem é outra. Inexistentes as prévias do PSDB, desnecessário o conjunto de informações sobre o José Serra. Sem saber o que fazer, talvez tenha tentado repassá-lo para a "agora campanha" da candidata Dilma. Descoberto, justificou que era material para um livro a ser lançado.
ResponderExcluirNesse caso, como em outros, a campanha do Serra, incluindo a velha mídia, leva vantagem porque não tem escrúpulos. A PF precisa dar esclarecimentos oficiais, em resposta ao noticiário da Folha. Igualmente, a CNBB precisa fazer ler nas missas de domingo em todas as igrejas do país um comunicado oficial aos católicos, e não apenas dar esclarecimento à imprensa.
ResponderExcluirJa li há um tempo atrás do Amaury Jr descendo a lenha na campanha da Dilma e no PT, com um vies bem PSDB, ou pelo menos PSDB/Aécio. Entendi que ele não queria se comprometer nenhum pouco com o PT.
ResponderExcluirAcho que ele realmente não fez parte da Campanha e nem da pré-camapanha da Dilma.
Tô me divertindo com esse enredo. Quanto mais a FALHA e o PIG se mexem para ajudar o beato zé serra, mais ele vai se afundando. Não é à toa que o aecinho se aparenta como um militante "supostamente" bem mais engajado na campanha do zé para que ninguém o acuse de falta de vontade.
ResponderExcluirEsta história de segurar as conclusões para após as eleições deve ser piada. Maior guerra suja e os caras com este tipo de melindre. E o direito a informação? E as pessoas que decidiram seu voto por solidariedade às vítimas da violação, não tem direito a repensar seu voto, a perceberem que foram enganadas ou usadas?
ResponderExcluirDepois da reportagem da Folha, a Polícia Federal tem a obrigação moral de divulgar suas conclusões.
ResponderExcluirSe vai ter alguma influência nas eleições, paciência, não foi ela que colocou o bloco na rua, foi o Eduardo Jorge.
Dane-se o corporativismo, se o Amaury Jr tem culpa o cartório, ele que assuma suas responsabilidades e esclareça de vez esse assunto da quebra de sigilos.
Para mim, a suspensão da publicação do livro do Amaury sempre me pareceu incompreensível, mesmo com a desculpa que fazia parte do acordo com a Record.
É fundamental para o povo brasileiro o esclarecimento desse caso antes das eleições, doa a quem doer.
A reportagem capenga da Folha, que não cumpriu um dos princípios básicos do jornalismo, que é ouvir o outro lado, já terá seus efeitos eleitorais, queiram ou não queiram.
Com a palavra a Polícia Federal, dita republicana e o PT.
O pior na matéria da Folha é que o mal já está feito - em primeiro plano - e será repercutido pelos outros veículos como a Globo, a Veja etc. Mesmo vindo a público para desfazer a confusão propositada da Folha na sua manchete, a PF e nem a Dilma consiguirão atingir as mesmas pessoas. Do mesmo lado da manchete está o bom desempenho do tal gerenciamento de percepcção (perception management) coordenado pela Rede Globo e com a participação do PIG. A Folha simplesmente fornece material de campanha para o Serra colocar no horário eleitoral, à sua maneira, inescrupulosa, como sempre, e o pronto rebate não terá o mesmo efeito de diluir a gosma podre que se estabelece no momento do jornalismo brasileiro.
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