Na edição de hoje, O Globo chega a lambuzar-se de prazer ao anunciar que a Petrobras pode (vejam bem, pode) ser multada por não cumprir cláusulas de nacionalização dos equipamentos utilizados na exploração de petróleo.
Pode até acontecer, em um ou outro poço, e não há como dizer se algo é verdade, porque o que aconteceu é que foram pedidos esclarecimentos à empresa e ela está dentro do prazo de contestação.
Mas isso não impediu o jornal dos Marinho de dar manchete a uma matéria velha, que já foi publicada pelo Estadão no dia 2 deste mês, ou 18 dias atrás.
E como se não bastasse a vergonha de “requentar” matéria por objetivos políticos, o jornal, é claro, não conta a história toda.
Sabem por que é tão difícil cumprir as metas de nacionalização dos equipamentos de petróleo?
Porque o senhor Fernando Henrique Cardoso criou, em 1999, logo que as primeiras multis vieram beliscar nosso petróleo, um programa chamado Repetro. Por ele, os equipamentos necessários para a perfuração e exploração que viessem de fora ficavam isentos de qualquer imposto, federal ((Imposto de Importação, PIS, Cofins e IPI) ou estadual (ICMS). Dá para imaginar o que aconteceu com os fabricantes nacionais, já defasados tecnologicamente?
De outro lado, a “lógica de mercado” – inclusive na Petrobras – era a de comprar onde fosse mais barato. E aí, o barato saiu-nos caro em matéria de desmonte da nossa indústria.
Basta um exemplo para que vocês vejam a que ponto se chegou. A indústria naval brasileira – da qual a Petrobras é a maior cliente – chegou a 1998 com menos empregados e menos encomendas do que em 1960, 30 anos antes!
Só em 2001, assim mesmo timidamente, o quadro começa a se inverter, com o lançamento do primeiro programa de modernização da frota da Petrobras.
Como você pode ver no gráfico ao lado, a produção e o emprego da indústria naval brasileira só disparou mesmo a partir do Governo Lula.
Mas para essa destruição que o governo do “príncipe” fez com a maior indústria de transformação do nosso estado, o Rio de Janeiro, O Globo fica caladinho.
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