O câmbio vai continuar se valorizando, os juros permanecerão altos e a liquidez persistirá no mundo. O mesmo vale para as políticas cambiais e de juros administradas nos Estados Unidos e China – ou seja, as guerras comercial e cambial seguirão o seu curso.
Devemos e podemos fazer mais para impedir uma valorização maior do real. Mas, enquanto não mudarmos nossa política monetária, não haverá solução no curto prazo. Ela só é possível no médio prazo, com menos impostos e dinheiro mais barato, melhor infraestrutura e logística, mais educação e, principalmente, inovação tecnológica.
Já é hora de o governo e de todo país priorizar - de fato - a educação e a inovação. Temos de fazer a reforma tributária, implantar a nova fase da política industrial e evitar todo tipo de dumping e fraude comercial, como, por exemplo, as famosas triangulações via MERCOSUL. E, inclusive, fazer avançar a integração regional. Isso significa dar um salto no próprio bloco comercial do continente (leia mais neste blog). E, como sabemos, nada disso se dá no curto prazo.
Taxas imbatíveis
Daí, a urgência de uma mudança na política de juros, que hoje paga quase 6% de juros reais. Com a taxa Selic a 12,50% e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 6,71%, no acumulado de 12 meses até junho, os juros reais no Brasil tornam-se praticamente "imbatíveis", segundo analisa boa parte dos estrategistas do mercado financeiro.
Com essa taxa, não há câmbio que se sustente! A título de exemplo, a Índia, um país emergente e do grupo dos BRICS como o Brasil, com seus 9,44% de inflação anuais tem juros de 8%, ou seja, negativos. Por outro lado, como o Brasil está crescendo, oferece oportunidades de investimento, garantia e segurança jurídica - fundamentos razoáveis no mundo de hoje - o capital, como ave de rapina, não tem dúvidas: ruma para cá.
Basta ver que nosso país saltou do 15º lugar para o 5º, na lista mundial do investimento direto estrangeiro, o famoso IDE, levantado pela UNCTAD, a agência da ONU para o comércio e o desenvolvimento.
Não deveríamos ter permitido a venda da Repsol
Por aqui, o IDE aumentou 84,6% em 2010 na comparação com o ano anterior, totalizando US$ 48,4 bi, de acordo com esse estudo da UNCTAD chamado Investimento no Mundo 2011. E, mesmo que US$ 7 bi contabilizados neste ranking sejam resultantes da venda da filial brasileira da Repsol espanhola para a chinesa Sinopec - o que nunca deveríamos ter permitido, comprando nós a Repsol - o grosso dos valores do IDE representa investimentos voltados à produção.
Esse volume de IDE veio, portanto, para a criação de fábricas e para diversas operações empresariais internacionais, como fusões e aquisições, compra de participações acionárias, empréstimos para filiais e reinvestimento dos lucros. Ainda bem.
Devemos e podemos fazer mais para impedir uma valorização maior do real. Mas, enquanto não mudarmos nossa política monetária, não haverá solução no curto prazo. Ela só é possível no médio prazo, com menos impostos e dinheiro mais barato, melhor infraestrutura e logística, mais educação e, principalmente, inovação tecnológica.
Já é hora de o governo e de todo país priorizar - de fato - a educação e a inovação. Temos de fazer a reforma tributária, implantar a nova fase da política industrial e evitar todo tipo de dumping e fraude comercial, como, por exemplo, as famosas triangulações via MERCOSUL. E, inclusive, fazer avançar a integração regional. Isso significa dar um salto no próprio bloco comercial do continente (leia mais neste blog). E, como sabemos, nada disso se dá no curto prazo.
Taxas imbatíveis
Daí, a urgência de uma mudança na política de juros, que hoje paga quase 6% de juros reais. Com a taxa Selic a 12,50% e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 6,71%, no acumulado de 12 meses até junho, os juros reais no Brasil tornam-se praticamente "imbatíveis", segundo analisa boa parte dos estrategistas do mercado financeiro.
Com essa taxa, não há câmbio que se sustente! A título de exemplo, a Índia, um país emergente e do grupo dos BRICS como o Brasil, com seus 9,44% de inflação anuais tem juros de 8%, ou seja, negativos. Por outro lado, como o Brasil está crescendo, oferece oportunidades de investimento, garantia e segurança jurídica - fundamentos razoáveis no mundo de hoje - o capital, como ave de rapina, não tem dúvidas: ruma para cá.
Basta ver que nosso país saltou do 15º lugar para o 5º, na lista mundial do investimento direto estrangeiro, o famoso IDE, levantado pela UNCTAD, a agência da ONU para o comércio e o desenvolvimento.
Não deveríamos ter permitido a venda da Repsol
Por aqui, o IDE aumentou 84,6% em 2010 na comparação com o ano anterior, totalizando US$ 48,4 bi, de acordo com esse estudo da UNCTAD chamado Investimento no Mundo 2011. E, mesmo que US$ 7 bi contabilizados neste ranking sejam resultantes da venda da filial brasileira da Repsol espanhola para a chinesa Sinopec - o que nunca deveríamos ter permitido, comprando nós a Repsol - o grosso dos valores do IDE representa investimentos voltados à produção.
Esse volume de IDE veio, portanto, para a criação de fábricas e para diversas operações empresariais internacionais, como fusões e aquisições, compra de participações acionárias, empréstimos para filiais e reinvestimento dos lucros. Ainda bem.
Zé Dirceu
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