Por que a Veja é contra a CPMI do Demóstenes Cachoeira?

Resposta de Marco Maia - Presidente da Câmara dos Deputados - a revista Veja.


Tendo em vista a publicação, na edição desta semana, de mais uma matéria opinativa por parte da revista Veja do Grupo Abril, desferindo um novo ataque desrespeitoso e grosseiro contra minha pessoa, sinto-me no dever de prestar os esclarecimentos a seguir em respeito aos cidadãos brasileiros, em especial aos leitores da referida revista e aos meus eleitores:
- a decisão de instalação de uma CPMI, reunindo Senado e Câmara Federal, resultou do entendimento quase unânime por parte do conjunto de partidos políticos com representação no Congresso Nacional sobre a necessidade de investigar as denúncias que se tornaram públicas, envolvendo as relações entre o contraventor conhecido como Carlinhos Cachoeira com integrantes dos setores público e privado, entre eles a imprensa;
- não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um ato que vise tão somente confundir a opinião pública no momento em que o judiciário prepara-se para julgar as responsabilidades de diversos políticos citados no processo conhecido como "Mensalão";
- também não é verdadeira a tese, que a revista Veja tenta construir (também de forma totalitária), de que esta CPMI tem como um dos objetivos realizar uma caça a jornalistas que tenham realizado denúncias contra este ou aquele partido ou pessoa. Mas posso assegurar que haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de arapongagem;
- vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas. Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos;
- afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI? Por que a Veja, há duas semanas, não publicou uma linha sequer sobre as denúncias que envolviam até então somente o senador Demóstenes Torres, quando todos (destaco "todos") os demais veículos da imprensa buscavam desvendar as denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da imprensa? Vai mal a Veja!;
- o que mais surpreende é o fato de que, em nenhum momento nas minhas declarações durante a última semana, falei especificamente sobre a revista, apontei envolvidos, ou mesmo emiti juízo de valor sobre o que é certo ou errado no comportamento da imprensa ou de qualquer envolvido no esquema. Ao contrário, apenas afirmei a necessidade de investigar tudo o que diz respeito às relações criminosas apontadas pelas Operações Monte Carlo e Vegas;
- não é a primeira vez que a revista Veja realiza matérias, aparentemente jornalísticas, mas com cunho opinativo, exagerando nos adjetivos a mim, sem sequer, como manda qualquer manual de jornalismo, ouvir as partes, o que não aconteceu em relação à minha pessoa (confesso que não entendo o porquê), demonstrando o emprego de métodos pouco jornalísticos, o que não colabora com a consolidação da democracia que tanto depende do uso responsável da liberdade de imprensa.

5 comentários:

  1. Há muito que a revista Veja tem demonstrado interesses políticos escusos em suas matérias, ferindo a ética jornalística. É lamentável que um veículo desses, que entra na vida de muitas famílias, aja de forma mesquinha. Por isso sempre me recusei a ser assinante dela.

    A CPMI deve acontecer, assim como aconteceu várias. Não importam os envolvidos.

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    1. Comentários como estes ferem a ética da democracia e do estado democrático de direito.

      Se opor ao governo, seja lá qual for, não é um interesse político escuso em qualquer lugar do mundo. Pelo contrário, os órgãos de imprensa e os cidadãos têm o direito de expressar sua opinião política e ideológica. É assim que funciona numa democracia.

      Aqueles que no passado combatiam a censura do governo militar aos órgãos de imprensa, hoje defendem uma censura ainda mais rígida.

      Denunciar os mal feitos do governo e de nossas autoridades é dever da imprensa e do cidadão.

      Veja, assim como Carta Capital, são a voz de milhões de seus assinantes que tem nestas publicações o meio pelo qual podem ser ouvidos.

      Logicamente, em uma ditadura, os governantes não querem ouvir a voz de ninguém a não ser daqueles que aplaudem constantemente suas ações.

      O governo lulo petista, até chegar ao poder, sempre se utilizou da liberdade de imprensa a seu favor, nada contra. Agora no poder se sente incomodado com as críticas feitas pela imprensa.

      A CPMI deve acontecer sim, não deve ser impedida de ser instalada, como várias foram impedidas pela tropa de choque lulo petista no Congresso Nacional. Os culpados devem ser punidos. Até hoje nunca o foram.

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  2. Acho que era preciso aguardar um pouco. Acho uma temeridade abrir uma metralhadora giratória agora que vai perturbar tudo. Há um ambiente de preocupação. Quem tem experiência de CPI sabe que pode ser um instrumento de perturbação para o governo.

    Romero Jucá, senador (PMDB-RR), ex-líder do governo, que se recusa a assinar o pedido de criação da CPI do Cachoeira

    Esta afirmação de Romero Jucá demonstra bem quem é contra a CPI. São os lacaios do lulo petismo que tem o rabo preso.

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    1. Laguardia, é óbvio que o Pig e você são contra a CPMI por que será? Desde 2003 foram a favor de todas cpis contra o governo do PT, qual o motivo de não quererem esta? kkkkkkkkkkkkkk

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    2. Joel Leonielidas

      TODOS, repito TODOS os meus comentários são fvoráveis a CPMI. Não só neste caso mas nos outros que você é contra. SEMPRE defendi CPI nos casos de corrupção. No caso de Antônio Palocci, Fernando Pimentel, Ideli Salvati, Erenice Guerra etc,

      Veja quem é contra a CPI:
      Acho que era preciso aguardar um pouco. Acho uma temeridade abrir uma metralhadora giratória agora que vai perturbar tudo. Há um ambiente de preocupação. Quem tem experiência de CPI sabe que pode ser um instrumento de perturbação para o governo.

      Romero Jucá, senador (PMDB-RR), ex-líder do governo, que se recusa a assinar o pedido de criação da CPI do Cachoeira

      Seja honesto. Me diga quando e onde eu falei que era contra a CPI. Agora tenho por escrito que você se diz contra toda e qualquer CPI. Mudou de idéia ou te mandaram mudar de idéia kkkkkkkk

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