É possível que sim
É presumível que Lewandowski tenha vazado para a mídia o pedido de Joaquim Barbosa para afastar do STF a mulher de um jornalista do Estadão a quem chamou de “palhaço” porque ele ousou perguntar sobre a famosa reforma de 90 000 reais nos banheiros de seu aparamento funcional.
Se foi isso, Lewandowski respondeu com vendetta à vendetta de JB. Não apenas ao vazar a manobra maldosa subterrânea de JB mas, ainda mais, ao dizer não. Num momento de explosão truculenta nas últimas sessões do Mensalão, JB acusou Lewandowski de promover “chicana”.
A argumentação de Barbosa para pedir a cabeça da funcionária é um escárnio: por ela ser mulher de um jornalista, haveria um problema de ética em ela trabalhar no STF.
É claro que este problema não existiria se o marido dela fosse, por exemplo, Merval Pereira. Digamos assim: o marido tem o nome errado.
JB falando de ética? É ético ele arrumar um emprego para seu filho na Globo, a sonegadora bilionária – e impune, até aqui – de impostos? É ético ele inventar que é dono de uma empresa para evitar impostos na compra de um apartamento em Miami? É ético ele bancar viagens de jornalistas em viagens que faz ao exterior em aviões da FAB apenas para conseguir cobertura positiva?
Muitas barbaridades são cometidas em nome da ética: um olhar para a biografia de Joaquim Barbosa – a real, não a fabricada pela mídia corporativa chapa branca dedicada a usá-lo com finalidades inconfessáveis — mostra isso.
Paulo Nogueira
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