Pequenos espaços, grandes restaurantes

Grandes achados

Os espaços são pequenos. O que eles guardam, porém, não deixam a desejar diante dos gigantes. O Comes & Bebes de hoje traz restaurantes que apostam em espaço físico reduzido para aproximar os clientes e garantir bons pratos. Em cidade como Fortaleza – cheia de grandes aglomerados de estabelecimentos, shoppings e pátios – encontrar um espaço aconchegante e diferenciado para uma boa refeição pode ser um grande achado.
Um bom exemplo de restaurante pequeno no espaço, mas imponente na qualidade é o La Vilani. Situado no bairro Mucuripe, o estabelecimento fica na estreita rua Olga Barroso ao lado da travessa Júlio Pinto (pertinho da avenida Abolição). O lugar é também a casa de Vilani Rodrigues, chefe de cozinha e criadora do cardápio, e de Vânia Rodrigues, irmã de Vilani e responsável pelo atendimento aos clientes. “Nosso diferencial é a comidinha caseira feita na hora e o contato direto com o público”, conta.

 O restaurante comporta, no máximo, 45 clientes. “Temos sete mesas  no salão principal e quando é preciso colocamos mais três mesas em outro espacinho, mas só”, afirma Vilani. Ela diz gostar da relação próxima à clientela e afirma que não pensa em ampliar o espaço. “Aumentando, teria que colocar muita gente na cozinha e prefiro ter o controle maior, estar mesmo à frente”.

Inaugurado em 1993, o espaço inicialmente era um barzinho, mas há 14 anos virou restô. “A rua é estreitinha, mas não é perigosa. A relação com a vizinhança é muito tranquila”, garante a chef, contando não pretender mudar o La Vilani de lugar. “Aqui é muito agradável. Já fui convidada a mudar para Varjota, Praia do Futuro, mas minhas raízes estão aqui”.

Sugestão de prato: Peixe grelhado ao molho de camarão, acompanhado de arroz branco. Custa R$ 54, serve duas pessoas.
 
Cantinho do Faustino
“Eu acredito que quanto menor, melhor”, afirma o chef e proprietário José Faustino Paiva. Em cantinho menor, Faustino garante, é possível manter maior contato com os clientes. Para o chef, bom mesmo é poder sentar à mesa com a freguesia. “A nossa ambição é por qualidade e não por quantidade”. Ele disse se espelhar em “boas casas pequenas” que ele conheceu tanto no eixo Rio-São Paulo quanto na Europa.

Outro diferencial é o investimento na gastronomia cearense. “Busco fortalecer nossa gastronomia cearense, valorizar o que é local”, conta Fausto. No cantinho, a lotação máxima é de 60 lugares e, atualmente, o restô funciona somente no segundo andar em ambiente ao ar livre.

Sugestão de prato: Lagosta ao mocororó – lagosta grelhada (300 gramas) com purê de abóbora com molho de caju e arroz mocororó. Custa 90 reais, serve duas pessoas.

O Banquete
Nascido com a proposta de ser o “restaurante secreto” de Fortaleza, O Banquete funciona sob os cuidados da chef Liliane Pereira. O espaço é acoplado à escola de filosofia Nova Acrópole e, desde 2011, oferece cardápio diferenciado aos clientes. Com lotação máxima de 34 clientes, o espaço foi pensado para seguir o modelo europeu de bistrô, permitindo maior interação e personalização do atendimento.

“Gosto muito de criar pratos, de ousar na cozinha, de conversar com os clientes, num espaço muito grande, eu não ia conseguir isso”, conta Liliane. A chef acredita que locais como O Banquete ainda geram curiosidade no público e que dificilmente lotaria se fosse muito grande. “O público ainda está abrindo à cabeça para o que não é tradicional, preferimos um espaço menor para manter o padrão de qualidade”.

O Banquete é também espaço cultural e tem promovido eventos que mistura o bom da culinária com toques de história e arte. Liliane diz não ter intenção de aumentar o espaço e quem sabe abrir outro Banquete um pouco maior em outro local, “mas que não passe de 60 clientes”.
Sugestão de prato: Pavarotti (Delicada cama de tomate concasé com polenta sob suculento filé de ossobuco com crocante de couve folha) - R$ 27,90. Entrada mais o prato.

Suvaco de Cobra
O espaço surgiu dentro dos limites de uma casa de família. “Usamos o espaço que tínhamos que eram a lateral e o quintal da minha casa”, conta o proprietário Charton Nogueira. Há oito anos funcionando no mesmo local, o espaço passou por algumas pequenas reformas, mas nada alterou muito a cara do Suvaco de Cobra. “Reformas são feitas, mas sempre mantendo a originalidade, para não perder essa característica de lugar estreito”.
 No Suvaco, a lotação é de, no máximo, 70 pessoas distribuídas nas 23 mesas do local. “A opção por um espaço pequeno tem o lado bom que é conseguimos sempre lotar a casa, o ruim é que muita gente volta porque não tem espaço”. Segundo Charton, as pessoas normalmente preferem não esperar vagar as mesas e acabam indo embora. “O fortalezense ainda não tem muito a cultura de esperar”.
Sugestão de prato: Batata recheada com bacalhau. Custa R$ 19.
Serviço
La Vilani
Onde: Rua Olga Barroso, 331 – Mucuripe. 
Horário de funcionamento: Terça a sexta (11 horas às 14h30 e de 18 horas às 22 horas). Sábado (11 horas às 22 horas) e domingo (11 horas às 17 horas).
Outras informações: 3263.5056.
Aceita Visa, Master Card e American Express.
Cantinho do Faustinho
Onde: Rua Bauxita, 58 – Mucuripe.
Horário de funcionamento: Terça a sábado das 11h30 à meia-noite. (Domingo só almoço).
Outras informações: 3263.3766.
Aceita Visa, Master, Dinners, American Express.
O Banquete
Onde: Rua Vicente Leite, 2451 – Dionísio Torres. 
Horário de funcionamento: 12 horas às 15 horas.
Outras informações: 3257.2777
Aceita todos os cartões, exceto Dinners.
Suvaco da Cobra
Horário de funcionamento: Terça, quarta e domingo (19 horas às 00 horas). Quinta, sexta e sábado (19 horas a 01h).
Outras informações: 3494-7556.
Aceita Master card, Visa e Hiper Card.