Logo, logo serão muito mais
A Presidenta Dilma Rousseff participa, amanhã, na Petrobras, de um comemoração pelo atingimento da marca da extração de 500 mil barris de petróleo do pré-sal brasileiro.
É bom a Presidenta andar rápido, porque não apenas a marca foi atingida semana passada (520 mil barris num único dia) como, também porque, nos próximos dias, será ligado o poço 7-LL-22D-RJS no campo de Lula Nordeste, o primeiro dos três que, até o final de setembro, estão produzindo no navio-plataforma Cidade de Paraty.
A produção vai passar, com ele, de 550 mil, num cálculo bem conservador, já que os poços daquele campo estão produzindo perto de 30 mil barris diários.
Até o final do ano, estaremos bem perto da marca de um milhão de barris diários, com a entrada de poços que estão por ser conectados.
Certamente acima dos 750 mil barris diários previstos e chegando aos 900 mil que marcam o triplo da produção com que iniciamos 2014.
E isso não tem Libra, não tem Franco (agora chamado de Búzios) que são os megacampos que começam a operar na segunda metade desta década.
O perfil da exploração de petróleo no Brasil está mudando e só início do pré-sal – são apenas sete anos desde a descoberta, o que é nada em exploração de petróleo – já representar, no final de 2014, a metade de tudo o que havíamos conseguido em 60 anos de Petrobras.
A Bacia de Campos, a nossa maior reserva antes do pré-sal, levou 26 anos, desde sua descoberta, em 1974, para chegar à marca de um milhão de barris diários.
A Petrobras também terá de mudar, por isso.
Cada vez mais terá de ser uma empresa focada em campos de médio, grande e imensa capacidade e em áreas com potencial crescente de produção, ou seja, as novas fronteiras.
Cada vez mais , por isso, precisará ampliar seu esforço em tecnologia e na criação de uma cadeira de suprimento – de equipamentos e profissionais – local e capacitadíssima.
A Petrobras não é negócio para ser avaliado com a alma de “10% ao mês” com que o Coronel Ponciano de Azeredo Furtado, genial criação de José Cândido de Carvalho em seu O Coronel e o Lobisomem definia os gerentes de banco, ou “tamboretes”, como ele dizia.
É para almas de quem, como ele escreveu, as tem ”altas, em feitio de palmeira”.
É por isso que o pessoal dos “tamboretes” e do “10% ao mês” de nosso jornalismo econômico não entende o que se passa e “come-mosca”, graças a Deus, de termos incorporado à nossa empresa o maior campo de petróleo do século 21, como fizemos semana passada.
É que os tamboretes são muito baixinhos e não lhes permitem olhar o horizonte e o futuro, só o balancete do trimestre.
É onde suas almas alcançam.
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