Ela passa para a história das disputas e das campanhas eleitorais presidenciais como a semana em que uma das candidatas, a ex-senadora Marina Silva, que concorre abrigada temporariamente no PSB se autodesconstruiu.
Ela é a autora dessa façanha, ainda que pretenda se fazer de vítima e atribuir aos adversários suas inconsistências, contradições, falta de firmeza, oportunismo e sua rendição as conveniências eleitorais sem qualquer parâmetro programático ou político.
Enfraqueceu a sua candidatura à Presidência da República sozinha com seu pragmatismo sem nada programático. Aliás, o contrário do que ela anunciou quando se aliou ao ex-governador Eduardo Campos dia 4 de outubro do ano passado. Enfraqueceu, deixou mambembe sua candidatura com o vazio de seu discurso, a insegurança nas propostas, as mudanças de posição e a fraqueza para expor ideias que incorporou via assessores tucanos e ou liberais extremados.
Marina atribui ao PT deformação de propostas, quando ela as assinou
Exemplo maior disso é a tentativa de atribuir a presidenta Dilma e a campanha do PT a deformação de suas propostas, quando elas estão todas no programa que ela assinou e registrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que, espera-se, tenha lido antes de assinar e entregar lá.
Mais do que isso, a parte atingida por deformações são posições que Marina Silva defendeu durante uma vida toda, como senadora e ministra, quando era petista. Renegá-las agora sem expor o que pretende fazer – fora as ideias gerais sobre macroeconomia, que repete mecanicamente – é se expor ao ridículo perdendo apoio, como as últimas e várias pesquisas comprovam.
Ao aderir ao programa neoliberal em toda a linha e fazer aliança com o capital financeiro-banqueiro que a apoia, Marina, seus assessores e partidos de sua coligação deveriam ter avaliado o custo eleitoral e político dessa opção. Principalmente, porque a maioria do eleitorado é favorável a participação e intervenção do governo e do Estado na economia e simbolicamente se opõe a a ter, a conceder um papel mais relevante aos bancos e ao poder econômico no governo do país.
Políticas de candidata já foram rechaçadas três vezes em eleições nacionais
As propostas que Marina e seus porta-vozes apresentaram são, em geral, recessivas e de arrocho fiscal e salarial. São as que o Brasil já conhece, rechaçou em três eleições nacionais (2002, 2006 e 2010), são as que levarão o país inevitavelmente ao desemprego e a queda da renda em geral. E sem nenhuma segurança de retomada do crescimento, como comprovam a experiência passada nossa na era tucana e a atual experiência europeia.
Pré-sal, transgênicos, homofobia, casamento entre parceiros de mesmo sexo, independência do Banco Central (BC), alianças e reforma política - essas são as questões que levantadas, expostas e levadas ao debate pela campanha do PT expuseram a fraqueza e a debilidade da candidata da aliança PSB-REDE-PPS.
Com a melhora da avaliação do governo, da presidenta Dilma, de sua forma de governar, a eleição entra na reta final com a chefe do Estado candidata à reeleição 8 pontos na frente de Marina no 1º turno e 1 ponto atrás no 2º turno, conforme a pesquisa IBOPE da 5ª feira desta semana que termina.
Tendência é adversária cair mais e Dilma se consolidar à vitória
Como teremos ainda três semanas de programas de TV e rádio, de entrevistas, de debates, de disputa de ideias, de exposição de propostas e balanço de governo, de arregimentação e mobilização da imensa e forte militância do PT, a tendência da candidatura Marina é cair mais e de a da presidenta Dilma abrir uma vantagem maior ainda no 1º turno e se consolidar como opção no 2º turno.
Aliás, o próprio esvaziamento da candidatura do postulante tucano, senador Aécio Neves (coligação PSDB-DEM) e a debandada de seus apoiadores não necessariamente favorecerá Marina Silva. Outro fator decisivo para a eleição – e para a reeleição da presidenta Dilma – é a queda da inflação e a retomado do crescimento anunciada na prévia Índice do Banco Central-Brasil (IBC-BR) que aponta para um índice de melhoria da economia de 1,5% em julho, o maior dos últimos 6 anos.
Somados, melhoria da avaliação da presidenta e do governo indicam que agora a disputa eleitoral depende tão somente de nossa capacidade de formar opinião e convencer o país que faremos um governo, como tem anunciado a presidenta, com nova equipe, nova forma de governar, com avanços reformistas que viabilizem realmente um novo ciclo de desenvolvimento com mais democracia e justiça social.
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