Mostrando postagens com marcador Dilma Reeleita. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Dilma Reeleita. Mostrar todas as postagens

PT 34 anos - e Dilma no tom certo

..."Os pessimistas dizem que esse governo poderia ter feito mais, mas digo, com realismo e humildade, que um governo que quer o bem do povo sempre está em seu começo. Sempre deixo claro que é preciso fazer mais. Nos governos sérios como os nossos, cada conquista assegurada, cada obra realizada, cada serviço público melhorado sempre é só o começo " presidente Dilma Roussef na festa do partido e lançamento da sua reeleição.

Todos nós, torcendo para que o Joaquim Barbosa seja candidato a presidente.

Dilma será aclamada pelo PT

E reeleita pelo povo, com a ajuda de Lula

Leia abaixo como o jorna-lista Josias de Souza escreve e descreve a notícia:

Em evento transmitido ao vivo pela internet, o PT lançará na noite desta segunda-feira (10) a recandidatura presidencial de Dilma Rousseff. A caminho de Nova York, Lula não dará as caras. Sem ele a tiracolo, Dilma será estrela solitária dos festejos de 34 anos do partido. A aclamação está marcada para as 19h. Ocorrerá num auditório do Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, o maior e mais disputado colégio eleitoral do país. A festa é tratada pelo petismo como ato inaugural da campanha de 2014.
Na prática, será o segundo lançamento de Dilma. O primeiro ocorreu há um ano, em 20 de fevereiro, também na capital paulista. Deu-se num seminário organizado para celebrar os 10 anos do PT no poder federal. Respondendo a um discurso que o presidenciável tucano Aécio Neves fizera no Senado, Lula antecipara o jogo sucessório: “Eles podem se preparar, podem juntar quem eles quiserem, porque se eles têm dúvidas, nós vamos dar como resposta a eles a reeleição da Dilma em 2014.”
Nessa época, a estratégia do líder máximo do PT era nítida. Resumia-se a dois lances. No primeiro, Lula erguia a mão de Dilma para furar no nascedouro o balão dos que pediam o seu retorno. No segundo, o patrono da presidenta reeditava prematuramente a gincana do “nós” contra “eles”, que convertera as últimas cinco sucessões presidenciais numa disputa monopolizada por PT e PSDB.
Desde então, a conjuntura sofreu uma guinada que tornou o processo menos maniqueísta. Quatro meses depois do discurso de Lula, a juventude como que “desantecipou” a campanha nas ruas de junho. Dilma foi, por assim dizer, rebaixada. De candidata imbatível, tornou-se uma postulante apenas favorita.
Nascida de uma costela do governismo, a candidatura de Eduardo Campos (PSB), potencializada pela parceria com Marina Silva (Rede), ofereceu ao eleitorado uma opção à dicotomia tucano-petista. O processo tornou-se no mínimo mais complexo para o PT. A fórmula do “nós” contra “eles” ganhou a variável do nós contra nós mesmos. É algo que Lula receia. Em privado, ele diz que, num eventual segundo turno, Campos seria um adversário mais temível do que Aécio.
No ato político desta segunda-feira, além de celebrar seu aniversário, o PT festejará os 11 anos de poder. Em estratégia concebida pelo marqueteiro João Santana, o petismo mistura deliberadamente os oito anos de Lula com os três de Dilma. Faz isso para tentar mitigar os fracassos de Dilma, gerente de um governo sem marcas, com os êxitos de Lula, celebrizado como o presidente do social.
A oposição farejou a esperteza. E tenta neutralizá-la. Eduardo Campos diz que se orgulha de sua participação nos dois reinados de Lula. E acusa Dilma de ter tirado o Brasil dos trilhos. Aécio Neves sustenta a tese segundo a qual 2014 não será uma disputa do legado de FHC contra a herança de Lula. Segundo ele, o eleitor decidirá se Dilma merece continuar a partir do que ela fez ou deixou de fazer.
Considerando-se o último Datafolha, divulgado em dezembro, o vocábulo que guiará a disputa de outubro será “mudança”. Nada menos que 66% do eleitorado deseja que o próximo presidente tome decisões majoritariamente diferentes das que Dilma vem tomando. O PT sustenta que Dilma conduzirá as mudanças. As forças de oposição tentam convencer a plateia de que o ciclo do PT em Brasília se esgotou.
Por ora, o principal adversário de Dilma não é Aécio nem Campos. Sua grande rival é a conjuntura econômica. Em 2010, Lula gastou os tubos para eletrificar Dilma, comparada à época a um “poste”. Nesta semana, a ex-poste terá de definir com sua equipe econômica cortes bilionários no Orçamento. Ante um cenário de economia claudicante, Dilma cozinha os problemas em panela de pressão, torcendo para que a tampa resista até 2015.
Com os dedos cruzados, Dilma torce pelo êxito da seleção de Felipão na Copa e reza para que a besta coletiva não produza nas ruas um grande estrago. O monstro não tem bandeiras definidas. Mas, a despeito da pauta fluida, mostrou do que é capaz em junho de 2013.
Nas duas eleições que venceu, Lula sempre teve em FHC o Outro a ser apedrejado e humilhado. Tratou-o como o demônio a ser exorcizado também na disputa em que fez a sucessora. Hoje, o PT é o seu próprio Outro, o seu próprio demônio. Onze anos de administração produziram o hábito da reincidência, da repetição. As novidades de Dilma —Mais Médicos, Minha Casa Melhor…— são meras tentativas de produzir, em ritmo de truque cinematográfico, marcas capazes de atenuar a sensação de paralisia e enfado.
A sorte de Dilma e do PT é que ainda não surgiu na oposição um discurso com força para animar uma reviravolta. Aécio e a dupla Campos-Marina levaram ao noticiário um lote de críticas à atual gestão. No essencial, os documentos são assemelhados. Fazem um diagnóstico acurado. Mas faltou detalhar a receita. O que permite ao PT difundir o medo de que, se forem chamados a acudir o paciente, seus rivais vão mandar reforçar o purgante.

Assim caminha a reeleição

Desde a eleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1994, não ocorrem surpresas nas disputas presidenciais. O favorito ganha sem maiores problemas. FHC não era o favorito, mas todos sabiam que o sucesso do Plano Real o tornaria imbatível. Foi o que aconteceu. Em 1998, FHC ainda vivia das glórias do Plano Real e Lula (PT) ainda não tinha uma narrativa que convencesse os indecisos.
Em 2002, FHC foi esquecido da campanha de José Serra (PSDB) e o favoritismo de Lula se confirmou. Tanto pela fadiga de material do governo tucano quanto pelos movimentos destinados a capturar os indecisos. Em 2005, Lula saiu do inferno do mensalão do PT para ganhar uma eleição em que a falta de opção e o êxito das políticas sociais faziam diferença. Em 2010, o favoritismo de Dilma (PT) era evidente mesmo quando ela ainda patinava nas pesquisas. Lula era capaz de eleger qualquer um.
Considerando o retrospecto, as eleições deste ano para o Palácio do Planto apresentam um favorito óbvio: em condições normais, Dilma Rousseff será reeleita a partir de algumas vantagens claras. Além de ter uma boa popularidade que deve continuar a crescer, Dilma conta com mais tempo de televisão, mais coalizões e a máquina governamental a seu favor.
Lula permanece carismático e o mais poderoso cabo eleitoral. A oposição ainda não construiu a narrativa da mudança nem a maioria do eleitorado parece cansada de Dilma. Assim, tudo caminha a favor de sua reeleição.


Tal fato seria líquido e certo se, como sempre, não ocorressem surpresas. Todas as eleições têm surpresas. O que importa saber é se as surpresas poderão mudar o curso dos acontecimentos. Nesse sentido, as eleições presidenciais de 2014 têm características bem peculiares. De um lado, o favoritismo inconteste de Dilma. De outro, os efeitos das manifestações de rua de 2013, que podem se repetir. Dois outros aspectos devem ser considerados: o estado da economia e o funcionamento do Brasil na Copa do Mundo.
Aparentemente, os fatores de risco parecem identificados. O governo sabe que o fim do “tapering” terá efeitos na política cambial. Sabe também que provavelmente seremos rebaixados pelas agências de risco, mas nada que ameace nosso investment grade. Sabe também das manifestações e prepara uma força policial de 10 mil soldados para atuar especificamente na questão.
E sabe, ainda, que nossos aeroportos e nossa estrutura viária urbana serão testados ao limite durante a Copa. Saber os fatores de risco é uma vantagem para Dilma. Resta provar que ela e o governo terão competência para gerenciá-los.

Marcos Coimbra - Janeiro sempre apontou o favorito no ano das presidenciais. Na perspectiva atual, Dilma Rousseff já ganhou


Desde o fim da ditadura, em todas as eleições que fizemos, as pesquisas disponíveis em janeiro conseguiram antecipar o que as urnas mostraram.
Em três, os favoritos no início do ano eleitoral terminaram vencendo. Em janeiro de 1998, Fernando Henrique Cardoso liderava e nenhum adversário apresentava  fôlego para derrotá-lo. Lula chegou a quase empatar nas pesquisas de junho, mas a vantagem do tucano prevaleceu.
Nas duas oportunidades em que Lula teve sucesso, a mesma coisa: em janeiro de 2002, obtinha índices parecidos à votação que recebeu no primeiro turno. José Serra, Anthony Garotinho e Ciro Gomes, cada um de sua vez, cresceram, mas nenhum se firmou. Quatro anos mais tarde, algo semelhante. De janeiro de 2006 para a frente, o petista nunca perdeu a dianteira.
Em 1989, 1994 e 2010 o líder de janeiro não venceu. Mas, adequadamente interpretadas, as pesquisas identificaram o que acabou acontecendo. A eleição mais difícil de prever foi a primeira. Ninguém apostava na vitória de Fernando Collor.
Era, no entanto, uma hipótese admissível. O desejo de renovação do eleitorado, sua disposição para o risco, a rejeição ao governo José Sarney, tudo se conjugava para torná-la possível. Feitas em maio de 1988 e janeiro de 1989, pesquisas da Vox Populi indicavam que quase 40% do eleitorado queria votar em “um candidato novo, desvinculado dos partidos tradicionais”. Collor surgiu como oferta para aquela procura.
Em 1994, o fraco desempenho de Fernando Henrique nas pesquisas de janeiro só enganava quem desconhecia a formidável armação em curso. Nada menos que um plano anti-inflacionário havia sido sincronizado com o calendário eleitoral, de forma a turbinar a candidatura do ministro da Fazenda que por ele era responsável.
(E ainda há quem, na oposição hoje, se diga “indignado” quando, por exemplo, o governo Dilma Rousseff anuncia, para 2014, metas mais ambiciosas para programas como o Minha Casa Minha Vida, achando que é “intervenção” do governo na eleição. Quem viu o tamanho da “intervenção” que foi o Plano Real só pode achar cômica a acusação.)
Quanto a 2010, a vantagem que Serra apresentava em janeiro tinha a consistência de uma quimera, na qual talvez apenas seus amigos na “grande imprensa” acreditavam. Qualquer um medianamente versado na análise de pesquisas percebia que Dilma seria eleita.
Assim, em todas nossas eleições modernas, seja quando apontaram o nome do vencedor, seja quando deixaram claros os sentimentos com que o eleitorado estava indo para as urnas, as pesquisas feitas a distância em que estamos da eleição foram capazes de mostrar o que terminou por ocorrer.
Há alguma razão para imaginar que, em 2014, será diferente? Considerando o cenário provável (em que enfrentaria Aécio Neves, pelo PSDB, e Eduardo Campos, pelo PSB) Dilma tem, nas pesquisas recentes, mais vantagem que Fernando Henrique em 1998 e Lula em 2002 e 2006, em momento semelhante. Seus 42% superam os 35% do tucano e os 30 e poucos pontos porcentuais de Lula em janeiro daqueles anos (dados do Datafolha e do Ibope).
Ou seja: se repetirmos, este ano, o padrão daquelas eleições (das quais duas de reeleição), ela deve ser considerada favorita absoluta.
Poderíamos, ao contrário, ter algo análogo às eleições de 1989, 1994 e 2010?
Nada indica que exista hoje um sentimento parecido àquele da primeira. O eleitor brasileiro típico não aceita aventurar-se na procura de mudanças vagas e calcula que tem muito a perder se acreditar na conversa de candidatos que mal sabem quem são. Um “novo Collor” é, a bem dizer, impossível.
Existe, nas oposições, alguém que possa ser um “novo Fernando Henrique”? Têm elas instrumentos para voltar a fabricar um personagem como aquele de 1994? Fora do governo, é certo que não.