Anna, a voz da Rússia: vida e obra de Anna Akhmátova

RÉQUIEM 1935 - 1940
Não, não foi sob um céu estrangeiro, nem ao abrigo de asas estrangeiras - eu estava bem no meio de meu povo, lá onde o meu povo em desventura estava.
Não estou com aqueles que abandonaram a terra às dilacerações do inimigo.
Às suas grosseiras lisonjas não cedo.
A eles não darei minhas canções.
Para mim, o exilado é digno de dó, como quem está preso ou está doente.
Sombria é a tua estrada, peregrino, vermes infestam o teu pão estrangeiro.
Mas aqui, em meio à fumaça do incêndio, que consome o que resta da nossa juventude,
sabemos que nem um pouquinho nos afastamos de nós mesmos.
E sabemos que, na hora do acerto final, cada um de nossos momentos estará justificado...
Não há no mundo gente mais sem lágrimas, mais simples e orgulhosa do que nós.
Assim como o futuro amadurece no passado, o passado apodrece no futuro - terrível festival de folhas mortas.
O presente e o passado estão ambos talvez presentes no futuro e o futuro contido no passado.
O que pode ter sido e o que foi apontam para um só fim, que está sempre presente.

*Benjamin Steinbruch: analistas ou terroristas do mercado financeiro?

Se os empresários do setor produtivo fossem orientar suas ações e investimentos com base em opiniões de analistas do mercado financeiro, estariam fritos. Às vezes fico me perguntando se eles seriam analistas ou terroristas. 

Curioso é que, por mais pessimismo que exalem, com poucas exceções, não conseguiram prever a megacrise que começou dentro do próprio mercado financeiro norte-americano no fim da década passada e que até agora contamina a economia global. 

Dias atrás, o Banco do Brasil divulgou seu balanço e apresentou um lucro recorde de R$ 10 bilhões no primeiro semestre. Além disso, a instituição mostrou uma redução de seu índice de inadimplência de 2% para 1,87%. 

Todos os analistas previam o contrário, que a inadimplência aumentaria porque o banco estaria adotando uma política arriscada de concessão de crédito - na contramão do setor financeiro privado, que está encolhido, o BB aposta em uma política anticíclica e aumenta sua participação no crédito geral do País. 

Ao comentar as ressalvas dos analistas, o presidente do Banco do Brasil, Ademir Bendine, disse o seguinte: "Se projetássemos o banco com a visão dos analistas, teríamos quebrado o banco faz muito tempo". 

O fato é que o Banco do Brasil, corretamente, opõe-se ao catastrofismo doentio vigente no setor financeiro, um comportamento que não pode ser e não é adotado no setor produtivo da economia. 

Um amigo que sempre operou no setor financeiro tinha essa mentalidade muito crítica sobre o rumo da economia. Meses atrás, sem deixar o mercado financeiro, ele assumiu uma posição importante em uma empresa industrial que vai se instalar no País. Fiquei surpreso ao ver como mudou o discurso desse amigo, que passou a falar com entusiasmo das potencialidades do mercado brasileiro de consumo. 

Mesmo em períodos de incerteza, como agora, o empresário precisa olhar para o futuro. Não faz sentido ficar sentado de braços cruzados esperando o clima melhorar para então decidir a direção de seus negócios. Quem não programar investimentos agora perderá as oportunidades que virão no momento de retomada firme da economia. 

É assim que devem pensar os empresários e também os dirigentes das grandes instituições financeiras. Essas, numa situação de extrema solvência, não precisam conter o crédito, deixar de estimular a economia e jogar na retranca. 

Dirão os analistas que a falta de confiança também advém dos empresários do setor produtivo. Na indústria, por exemplo, o índice de confiança da Fundação Getulio Vargas mostra uma queda constante desde 2011. 

Isso é verdade. Ninguém pode dizer, obviamente, que as economias brasileira e mundial vivem um bom momento. Internamente, a preocupação central do momento é a disparada do câmbio, que melhora a competitividade das exportações, mas pode ter impacto inflacionário. 

É evidente, porém, que na origem dessa queda de confiança está a redução geral das margens na economia. O corte drástico nos juros exorbitantes praticados no País durante décadas teve forte impacto nos ganhos dos investidores e nos resultados financeiros. Nas empresas em geral, a taxa de retorno caiu sensivelmente. Segundo o anuário "Valor 1000", o lucro líquido das mil maiores empresas do País caiu 32,4% no ano passado, depois de já ter baixado 7,6% em 2011. 

Diante desse quadro, cabe ao empresário, com planejamento e responsabilidade, estar sempre em busca de oportunidades para ampliar e melhorar a produtividade de seus negócios, sem medo de recorrer ao crédito, em suas várias modalidades. Isso porque a chance de o Brasil dar errado no futuro é muito próxima de zero.

O País é uma grande democracia, há liberdade total de pensamento e manifestações, um megamercado interno, é a sexta maior economia do mundo, está absolutamente solvente nas suas contas externas, mantém a inflação sob controle, embora um pouco alta, e fez nos últimos 20 anos um dos mais vistosos programas do mundo de distribuição de renda e redução de pobreza. 

Há muitos defeitos, alguns muito graves, a corrigir no País. Mas que tal olhar um pouco mais para as qualidades?

*Diretor-presidente da CSN, presidente do conselho de administração da empresa e primeiro-vice-presidente da Fiesp

Brigulinks

JoelNeto: Eu não me envergonho por causa de gente sem-vergonha

O perfil dos médicos cubanos é o seguinte: em geral, eles têm mais de uma década de formados, passaram por missões em outros países, fizeram residência, parte deles ( 20%) cursaram mestrado e 40% obtiveram mais que uma especialização.
Para quem está preocupado com o cidadão e não apenas com a corporação, a pergunta essencial é: essa formação é suficiente?
Aproveito essa pergunta para apontar o que vejo como uma absurda incoerência - uma incoerência pouca conhecida da população - de dirigentes de associações médicas. Um dos dirigentes, aliás, disse publicamente que um médico brasileiro não deveria prestar socorro (veja só) se um paciente for vítima de um médico estrangeiro. Deixa morrer. Bela ética.
Provas têm demonstrado que uma boa parte dos alunos formados nos cursos de medicina no Brasil não está apta a exercer a profissão. Não vou aqui discutir de quem é a culpa, se da escola ou do aluno. Até porque para a eventual vítima tanto faz.
Mesmo sendo reprovados nos testes, os estudantes ganham autorização para trabalhar.
Por que essas mesmas associações, tão furiosas em atacar médicos estrangeiros, não fazem barulho para denunciar alunos comprovadamente despreparados?
A resposta encontra-se na moléstia do corporativismo.
Se os brasileiros querem tanto essas vagas por que não se candidataram?
Será que preferem que o pobre se dane apenas para que um outro médico não possa trabalhar?
Sinceramente, sinto vergonha por médicos que agem colocando a vida de um paciente abaixo de seus interesses.
Gilberto Dmensistaier

Os merdinhas que hostilizaram os Médicos cubanos, não envergonham o Ceará

[...] Somos muito mais que estes umbiguentos egoístas e ingratos - a maioria deles se formaram as nossas custas - que hoje, convenientemente esquecem que foi o Povo quem custeou seus estudos. PS: Prima Eudocia, não me surpreendi você ter me excluído do teu circulo da amizade aqui. Sabemos que realmente nunca fomos amigos. E o motivo principal é exatamente o que está escrito acima, cai como uma luva para tu.

Preste atenção na imagem:
E, por favor responda:
Se tivessem vergonha, esse ínfimos cearenses deveriam reconhecer o erro?...

Tempo é dinheiro




[...] Meu salário, por exemplo:
dura quinze minutos trinta e dois segundos e sete centésimos

Coincidência, o escambau


Um artigo do senador-presidenciável tucano Aécio Neves (PSDB-MG), publicado na Folha de S.Paulo com o título "Confiança", e mais dois outros artigos publicados hoje pelo mesmo jornal têm o mesmo tema, a "crise de confiança" que estaria imperando no Brasil na visão da oposição e dos analistas e economistas egressos da era do tucanato regido sob a batuta do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

"O que está acontecendo com o Brasil? Trabalhadores, empresários, donas de casa, muita gente já não esconde a preocupação com os rumos do país e anda fazendo a mesma pergunta. Onde foi parar aquela euforia, inflamada por um discurso que apregoava um patamar de desenvolvimento jamais visto na nossa história?", pergunta o senador na abertura de seu texto.

Os dois outros artigos tratam da mesma questão: "confiança". Mas um deles, o do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, de certa forma responde à pergunta de Aécio. "Micro e pequenos empresários, responsáveis por 99% dos negócios em funcionamento no país, continuam apostando no crescimento da economia e dos seus empreendimentos. Olhando para os avanços obtidos nos últimos anos e para o potencial do nosso enorme mercado, mantêm-se firmes", diz o presidente da CNI.

O outro texto é do Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, e o tema é o mesmo: a crise de confiança no governo e ceticismo quanto ao êxito das concessões público-privadas. Aliás, a esse respeito, a Folha de S.Paulo trouxe como principal manchete que estas concessões custarão ao governo R$ 70 bi. Esta manchete é pura picaretagem. A Casa Civil da Presidência da República divulgou nota contestando dados e valores, o que obrigou a Folha a fazer todo um malabarismo para tentar justificar o que ela publicou ontem.

O que quero chamar a atenção de vocês é para o tema dos três articulistas: crise de confiança. Que coincidência? Coincidência, ou o jornal pediu aos três articulistas textos na mesma linha que ele dissemina diariamente, fazendo de tudo para criar uma crise de confiança artificial 

O texto é de José Dirceu. O título é meu