Mataram, esfolaram, exibiram e agora vão dar sumiço ao cadáver. O que você acha dessas ignomínias?

Se essas agressões viram moda, ninguém garante que os brasileiros não venham a passar por isso


"Se é verdade que Kadhafi foi deposto porque lutava contra a oposição de Benghazi, é verdade também que o desaparecimento de um clérigo libanês xiita (na Líbia) também contribuiu para o desenlace". 

Charles Glass, London Review of Books

Depois de exibir os corpos como troféus de guerra, o conselho títere vai dar sumiço a eles


Como você já sabe, o corpo de Muammar Kadhafi será sepultado nesta terça-feira em LUGAR SECRETO, provavelmente no deserto. Foi o que decidiu o conselho títere que ganhou o governo graças aos 40 mil foguetes despejados sobre a Líbia pelos aviões e navios dos Estados Unidos, França, Inglaterra e satélites menos cotados.

Essa decisão não me surpreende e está em consonância com a execução sumária, ao arrepio de todas as leis, de todos os códigos éticos e de todos os direitos humanos.

Até ontem, essa mesma súcia havia garantido que o corpo de Kadhafi seria entregue a seus familiares e sepultado no coração do seu clã, em Sirte. Teria destino semelhante ao de Saddan Hussein, que foi enterrado no domingo, 31 de dezembro de 2006, em Awja, sua cidade natal, perto de Tikrit, na presença de alguns familiares e membros de sua tribo, um dia depois de sua execução na forca.

Como você vê, esses bandos que se jactavam de defensores dos valores democráticos e dos direitos humanos não são nem um pouco diferentes dos bandidos do Rio de Janeiro, que costumam sumir com os corpos de suas vítimas em "microondas", como aconteceu com o jornalista Tim Lopes.

Por que o conselho títere mudou de idéia? Curiosamente, as notícias divulgadas pela mídia não dão detalhes. Quanto menos se alongarem sobre mais esse espetáculo de perversidade, melhor. A mídia está comprometida até a medula com essa trama e não tem como opor reparo à barbárie festejada em prosa e versos pelas cortes ocidentais.

Esconder corpos de adversários é uma prática censurada no mundo todo. Aqui mesmo, centenas de familiares ainda esperam saber onde os esbirros da ditadura ocultaram os cadáveres de suas vítimas, eliminados segundo a mesma mise-en-scène - isto é, com a alegação de mortos em combate.

Na Líbia, porém, o requinte de perversidade ganha direito ao livro dos recordes. Esses mesmos que ameaçam usar a "charia" como fundamento de todas as leis da "nova Líbia", isto é, querem instalar uma teocracia medieval, deixaram de cumprir uma das causas pétreas do Alcorão: o morto deveria ganhar sepultura no prazo de 24 horas.

E agora será mais uma vez sequestrado, sem que os moleques dos governos ocidentais dêem um pio, e se não piam é porque, ou estão por trás dessa idéia de dar sumiço ao cadáver, ou não querem perder posição em relação ao que, para eles, é o principal: precisam que os títeres formalizem a entrega do melhor petróleo do mundo, extraído dali, perto da Europa.
 
Al Qaeda e Hezbollah a serviço dos  EUA, quem diria? 

A essa altura, nessa esdrúxula aliança que juntou no mesmo balaio os imperialistas conhecidos e os fundamentalistas da Al-Qaeda e do Hezbollah devem estar disputando palmo a palmo quem manda mais, quem vai levar mais vantagem com a desnacionalização do petróleo e as fraudes periféricas.

Para você, que vibrou com a morte de Kadhafi, seguindo de olhos fechados a voz do dono, eu só queria informar o que não vão te dizer mesmo: quando a aviação e a marinha dos países agressores começaram a atacar, eles viram que se dependesse dos "rebeldes" de Benghazi, a conta ficaria alta e não daria resultado.

Nessa época, Kadhafi se recusou a ajudar os talibãs no complô para derrubar o governo do Partido Democrático Popular do Afeganistão, como fez a Arábia Saudita e o Paquistão, o que lhe valeu a sentença de morte dos muçulmanos radicais, embalados pelo impulso do jihad feudalista.
Foi então que Barack Hussein Obama autorizou negociações diretas com o general Abdel Hakim Belhaj, emir (chefão) do Grupo de Combate Islâmico Líbio, treinado pela CIA, na mesma cartilha de Bin Laden, junto com os mujahideens que combateram o governo progressista e secular do Afeganistão nas décadas de 70 e 80.
Os patrocinadores do movimento contra Kadhafi usaram também as velhas rixas entre Kadhafi e o Hezbollah, o "partido de Deus" do Líbano, que em 2003, num só dia, mandou pelos ares, com um caminhão-bomba, 232 "marines" norte-americanos e, em outro atentado, 52 soldados franceses, que estavam acampados em Beirute.

Nascido em 1982 e treinado pela Guarda Revolucionária do Irã, esse grupo xiita faz parte agora do governo libanês ao lado da burguesia financeira. Foi sob sua influência que o Líbano votou no Conselho de Segurança da ONU a favor da intervenção militar da OTAN na Líbia e ainda aliou-se sem qualquer constrangimento às ações seguintes, emprestando pessoal e treinando os marginais e mercenários contratados para serem "rebeldes".

Há especialistas que dizem que tanto quanto as bombas e foguetes da aviação ocidental a participação da milícia xiita libanesa foi decisiva, principalmente na tomada de Trípoli.

Uma aliança dessa natureza não me surpreende. Os "terroristas" sempre foram criações reais ou fictícias do complexo industrial-militar-financeiro de Washington, pois sua existência, devidamente explorada e exacerbada, justifica o trilhão de dólares que os Estados Unidos destinam ao seu orçamento militar anualmente, favorecendo aquelas empresas de que muitos dos políticos de lá são sócios ou assalariados.

E quando essas agressões baterem em sua porta?

Você ainda vai me cobrar porque estou esses dias todos falando do massacre da Líbia e de todas as ignomínias assimiladas por nossa opinião pública como decorrentes naturais de uma "santa cruzada" de alguns governos para livrar o povo árabe de "ditadores sanguinários".

É como se eu tivesse muito mais sobre o que escrever e preferisse o samba da nota só.

No entanto, meu empenho é demonstrar como estamos vulneráveis, nós brasileiros, na medida em que todas as trapaças internacionais são aceitas sem qualquer reação de nossa parte. Esses crimes ganham roupagem do bem e podem ser aplicados em qualquer lugar e hora, a juízo dos moleques da Casa Branca.

Ou você acha que esses mesmos donos do mundo vão deixar nossas riquezas em paz? Ou você não sabe da pirataria na Amazônia e das articulações nos centros do poder sobre a potencialidade do petróleo abaixo da camada de sal?

Provavelmente você não sabe que a Convenção do Direito do Mar (1982) reconhece a soberania dos Estados até o limite de 12 milhas marítimas do litoral - o Mar territorial, o direito sobre os recursos naturais até o limite de 200 milhas - conhecida como Zona Econômica Exclusiva (ZEE) - e o controle sobre a plataforma continental. Nosso pré-sal está a mais de 400 Km do litoral e a crise energética bate à porta da Europa, EUA e Japão: entendeu ou precisa de mais explicações?

ONU só serve para "legitimar" os donos do mundo
Para agravar, estão sucateando nossas forças armadas, relegando-as a mosquetões da I guerra, numa hora em que os neocolonialistas só respeitam mesmo quem tem (ou parece ter) arsenal nuclear e/ou tecnologia avançada de guerra.

O que está acontecendo na Líbia cristaliza uma nova doutrina de intervenção, com cobertura desse apetrecho chamado ONU, uma organização subordinada às grandes potências - que até hoje observa as mesmas regras de 1948, quando foi criada e tinha 60 participantes, menos de um terço de hoje: isto é, cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança e poder de veto ganham através desse estatuto a condição formal de DONOS DO MUNDO.

Leva-me a escrever também a própria angústia diante da lavagem cerebral que a mídia faz diariamente sobre todos os brasileiros, segundo regras absolutamente tirânicas e avassaladoras. Senão veja: três ou quatro grupos econômicos controlam todos os meios de comunicação, impedindo, inclusive, a existência de rádios comunitárias de baixa potência e ocupando todos os canais da tv a cabo - as lixeiras americanas dominam toda a grade de alternativas. Nem mesmo uma estação argentina ou de outro país vizinho pode ser vista por nós.

Tenho a esperança de que alguns dos leitores de meus escritos procurem aprofundar-se, conhecer melhor os fatos, a fim de que não sejam, eles próprios, as próximas vítimas do embuste e da mistificação.

É por isso que escrevo sobre a conspurcação da África pela fraude ocidental-fundamentalista.
 
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HOMICÍDIOS OCULTOS PELAS ESTATÍSTICAS!

1. O economista Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, concluiu um trabalho intitulado "Mortes violentas não esclarecidas e impunidade no Rio de Janeiro". Ele demonstra que, desde 2007, as estatísticas de segurança no Estado sofreram um processo de pacificação.  Segundo os números oficiais, os homicídios caíram de 7.099 em 2006 para 6.304 em 2007 e 5.064 em 2009. Beleza, uma queda de 28,7%.
     
2. Cerqueira foi atrás de outro número, o das mortes violentas provocadas por causas externas "indeterminadas". O cadáver vai ao legista e ele não diz se foi homicídio, acidente ou suicídio.  Até 2006, a taxa do Rio caía de 13 para 10 mortos para cada 100 mil habitantes. A do Brasil, de 6 para 5, onde permanece. Em 2007, início do governo de Sérgio Cabral, os "indeterminados" passaram a ser 20 para cada 100 mil habitantes. Em 2009 foram 22, ou seja, 3.615 almas. Com 8% da população do país, o Rio produziu 27% dos "indeterminados" nacionais.
     
3. A partir de 2007, os casos "indeterminados" cresceram e em 2009 chegaram a 538, um aumento de 263%. São Paulo, com uma população três vezes maior, registrou 145 casos.  Fazendo um teste com os "indeterminados" anteriores a 2006, o economista estimou que no Rio, na média, pacificavam-se 1.600 homicídios a cada ano. Em 2009, pacificaram-se 3.165. Com a palavra Daniel Cerqueira:
     
4. "Um último número chama a atenção por ser completamente escandaloso", diz Cerqueira. Num  exercício que não é da autoria de Cerqueira, se o Rio tivesse permanecido na taxa de "indeterminados" de 2006 e se 80% dos pacificados de 2009 fossem classificados como homicídios, a feliz estatística daquele ano passaria de 5.064 para 7.956 mortos.

 (Elio Gaspari - Folha de SP/Globo, 23)


A presidenta Dilma Rousseff inaugurou hoje (24) a Ponte Rio Negro, que liga Manaus ao município de Iranduba (AM)


... Com 3,5 quilômetros de extensão, é a maior ponte estaiada do Brasil em águas fluviais, somando 400 metros os trechos suspensos por cabos. Uma multidão enfrentou o calor para participar da cerimônia de inauguração do empreendimento no dia em que a capital amazonense comemorou seus 342 anos.

"Essa ponte mostra que é possível fazer com que aqui se gere empregos e, ao mesmo tempo, se preserve o meio ambiente", disse a presidenta Dilma sobre a obra que levou três anos e dez meses para ser concluída, e gerou 3,4 mil empregos diretos.

O empreendimento começou ainda no governo do ex-presidente Lula, que também participou da inauguração. "Hoje é dia de alegria. Valeu a pena", afirmou ele.

Na cerimônia, a presidenta Dilma Rousseff também assinou Proposta de Emenda Constitucional e Projeto de Lei para prorrogar por 50 anos a Zona Franca de Manaus e ampliá-la à Região Metropolitana. Os textos serão enviados ao Congresso Nacional.

"É o reconhecimento da situação do povo do Amazonas e também do que representam a floresta e a biodiversidade, essa imensa riqueza", ressaltou a presidenta.

Ponte Rio Negro – Após a cerimônia de inauguração, a presidenta Dilma atravessou, de carro, os 3,5 quilômetros da ponte sobre o Rio Negro. O empreendimento custou R$ 1,099 bilhão, o que inclui obras complementares, como a construção de 7,4 quilômetros de acessos viários do lado de Manaus e de Iranduba, e a implantação dos sistemas de proteção dos pilares contra choque de embarcações, de sinalização náutica e de iluminação da ponte e de seus acessos.

Do total de recursos aplicados, R$ 586 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 513 milhões do Governo do Amazonas.

Blog do Charles Bakalarczyk: E o mundo não acabou...

Blog do Charles Bakalarczyk: E o mundo não acabou...:

Na sexta-feira (anteontem, 21OUT), almocei como um condenado em seu último pedido. Afinal, poderia ser minha derradeira refeição. Segundo profecia do pregador evangélico norte-americano Harold Camping, o mundo estava por um fio, literalmente, sua extinção dada como certa por conta de um grande terremoto que se avizinhava - e apenas 3% da população estaria com passagens compradas para o Paraíso. Cético, conclui não integrar a listagem dos poucos “eleitos”, melhor então desfrutar um último prazer à mesa.

Mas o homem apocalíptico não é bom de adivinhação e de matemática. Ou sua linha direta com Deus está

Camping vaticinou o fim do mundo para o dia 21OUT2011. Teve conhecimento do evento, segundo ele próprio, pelo emprego de refinados cálculos matemáticos, sofisticadas leituras bíblicas e animadas conversas com o Criador. Miscelânea de pseudociência, religiosidade e fanatismo, salvo melhor entendimento...

Lula, Dilma e o PT transformaram e transformarão pobres em consumidores

[...] Este é o segredo do sucesso do ex-presidente, da atual e do PT. Simples assim! O mais é conversar prá boi dormir!

-Por muito tempo, os brasileiros mais pobres foram os mais afetados durante as crises econômicas. Hoje, com a renda que recebem do Estado, milhões de brasileiros que viviam na extrema pobreza, transformaram-se em novos consumidores.
Atualmente 13 milhões de famílias, que vivem na pobreza ou extrema pobreza, recebem ajuda estatal de um plano de assistência. Este foi o sustento da esquerda a frente do país mais extenso da América do Sul e um dos mais vitoriosos na luta contra a miséria, segundo estudos.
"Com este dinheiro compro coisas, roupas, calçados, pago serviços, e o melhor: consegui comprar as telhas para colocar minha casa", disse à AFP Maria Alves, de 45 anos, analfabeta e mãe de seis filhos.
As famílias selecionadas para o programa Bolsa Família, com rendimentos entre 39 e 78 dólares por pessoa, recebem do Estado em média 75 dólares mensais, mas a soma pode chegar a 135 dólares de acordo com o número de filhos, segundo números oficiais.
O Brasil, com mais de 190 milhões de habitantes, afirma ter tirado da pobreza mais de 30 milhões de pessoas durante os oito anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Somente entre 2003 e 2008, a extrema pobreza foi reduzida de 12% para 4,8%.
O país conseguiu em cinco anos o que a ONU, em suas Metas para o Milênio, estipulou para 25, disse à AFP André Portela Souza, professor da Fundação Getúlio Vargas e autor do estudo Políticas de Distribuição de Renda no Brasil e Bolsa Família.
"Romper o círculo vicioso da pobreza" Construída na periferia de Brasília, a casa de Maria está longe de ter as comodidades da classe média, composta por um número crescente de brasileiros com renda entre 674 e 2.907 dólares ao mês e motor do crescimento do mercado interno.
Os 204 reais que recebe do Estado mais o que ganha como babá melhoraram sua vida e permitiram que sua filha Cleyde, a primeira na família, completasse o ensino médio.
"Agora quero estudar, mas ainda não posso porque a universidade privada é muito cara e na pública a seleção é muito rigorosa", afirmou a jovem de 22 anos.
"A vantagem destas políticas é que procuram romper o círculo perverso da pobreza, quer dizer, que os filhos dos pobres continuem pobres", disse Souza.
O grande desafio "no longo prazo é a educação dada as crianças e aos jovens, que precisa melhorar muito para cumprir suas funções", acrescentou.
Os brasileiros mais pobres podem fazer o que era reservado as outras classes: consumir, explicou Souza.
Veroneide Lima de Santos, 28 anos, seis filhos e grávida de cinco meses, resume a diferença entre a extrema pobreza e a pobreza: "Agora compro coisas e sonho em ampliar a casa", uma construção precária, mas onde não falta uma televisão, um aparelho de som e uma geladeira.
O programa Bolsa Família, a princípio voltado para a luta contra a fome, foi implementado no governo Lula em 2003 e ampliado por sua sucessora Dilma Rousseff. O governo quer erradicar a pobreza extrema, incorporando ao Bolsa Família 16 milhões de pessoas nos próximos quatro anos.
Em 2011, o Estado investiu neste plano quase 12.000 milhões de dólares, cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2011/10/24/brasil-transforma-os-mais-pobres-em-novos-consumidores.jhtm



Cristina Kirchner fulmina Tucademopiganalhada argentina

[...]  nas urnas
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Cristina Kirchner
Os resultados das eleições argentinas revelarão que, não apenas Cristina Kirchner foi reeleita pelo governo que fez, como a direita simplesmente desapareceu da eleição. Os adversários de Cristina foram Hermes Binner, um socialista, Eduardo Duhald, que já foi presidente e é peronista. Por fim, há também Raul Alfonsín, de centro. Se somarmos as intenções de votos de Binner e de Cristina – segundo os institutos de pesquisa locais, às vésperas do pleito, eles representavam entre 70% a 75% das intenções de votos - vamos ter uma ideia da estrondosa vitória das forças populares, nacionalistas e progressistas na Argentina.

Assim como teremos a exata noção do tamanho da derrota da direita e de toda mídia que lá, como aqui, faz oposição aberta e desesperada aos Kirchner. Podem escrever o que quiseram, até que a ignomínia de que Cristina teria vencido porque ela teria explorado a sua viuvez e seu luto, como insiste a revista Veja. Podem mentir à vontade. Mas a verdade pura e simples está nas urnas, na vontade popular. Não há como negar, lá, como aqui, o povo está onde sempre esteve, com aqueles que o defendem.
Em bom português, a vitória de Cristina foi acachapante – ou seja, esmagadora mesmo. Só perdeu um governo de província dentre 9.  Venceu, ainda, em todas as cidades importantes do país. Mais. Cristina venceu nas disputadas Santa Fé e em Córdoba – um feito inédito. Ganhou 89 das 130 cadeiras em disputa na Câmara e 17 das 24 no Senado, reconquistando a maioria absoluta nas duas casas legislativas, o que muda totalmente o quadro político argentino.

Oposição progressista

O socialista Hermes Binner manteve-se como segunda força parlamentar e se firmou como oposição progressista. Chama a atenção nesse cenário o papel da juventude na recuperação e na vitória de Cristina Kirchner, depois da derrota, em 2008, para os ruralistas e, em 2009, nas eleições nas províncias.
A União Cívica Radical (UCR), de Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-89), ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais, não vencendo em nenhuma província.

A propósito, uma constatação para os que fazem oposição sem posição, na base do moralismo udenista: Elisa Carrió, Coalición Cívica (CC), obteve dez vezes menos votos que quatro anos atrás. Neste domingo, foi a grande perdedora dos votos, chegando a modestos 1,5% dos votos, quando em 2007 obteve 24%. Os resultados indicam meros 400 mil votos ante os mais de 4 milhões que já obteve no passado.

Hegemonia e vitória histórica

Para resumir: a direita desapareceu. Com maioria no Congresso, Cristina Kirchner vai poder, agora, fazer as reformas que a Argentina necessita para consolidar seu crescimento econômico. E o mais importante, o Peronismo tem agora uma líder inconteste. Seus adversários internos foram derrotados, consolidando não apenas sua liderança, mas sua hegemonia no movimento mais importante da Argentina. Uma vitória histórica que consolida a era das reformas e da inclusão na Argentina e na América Latina.
por Zé Dirceu

QUEM GANHA COM A DESMORALIZAÇÃO DA "BASE ALIADA"..., AO PT? O PT, É CLARO!

O texto abaixo foi é mais uma brilhante "análise" do Sr. Cesar Maia [aquele que previu a vitória de José Serra a presidência em 2010, no 1º turno].  Quanta babaquice, quanta falta do que inventar...

                
1. Desde a eleição de 1989, fala-se que o PT teria organizado internamente um serviço especializado em informação e contrainformação. Muitas vezes funcionou. Outras vezes, como no caso dos "aloprados", naufragou. Nas CPIs de Collor e dos Anões do Orçamento, e no caso do Dossiê Cayman (alertando ser falso), etc., se dizia que o serviço de informação do PT funcionou com seus links de militantes nas áreas de investigação federal, PF, MP... A mensagem divulgada na intranet da Abin, em 2005, durante a CPI dos Correios, onde seu diretor chamava os parlamentares de "bestas-feras no picadeiro", e que culminou com o seu afastamento, insinuava uma ação de contrainformação naquele momento, desde dentro do órgão.
                
2. O mensalão de 2005 tirou da direção do PT o "grupo" dito revolucionário e, em função disso, os ex-dirigentes da CUT assumiram o partido de lá para cá. A autoridade de Lula passou a valer para dentro do partido e, em seguida, legitimada com sua popularidade, para fora. O "grupo" se acomodou e se encolheu. A escolha de Dilma, por Lula, fora da máquina partidária, e a montagem de uma base de apoio que vai da direita da direita, à esquerda da esquerda, empurrou o governo para o Centro-Difuso, isolando o "grupo".
                
3. Claro que essa situação não agrada aos "revolucionários". Apesar do PT ser amplamente favorecido na montagem do governo, administrações direta e indireta, empresas, bancos e fundos, a correlação de forças no parlamento não o favorece. São apenas 16,5% dos deputados federais. As votações do Código Florestal e da Emenda 29 (Saúde) mostraram isso.
                
4. Como não há como aumentar a bancada do PT, o caminho trilhado foi debilitar relativamente os aliados, inventando um partido e desintegrando, inclusive, aqueles que não tinham e não têm a confiança do "grupo", como Palocci. A cada ministro -aliado- levado a pique, se via que as ações anteriores (algumas delas identificadas e divulgadas) iam criando o ambiente para o tiro de misericórdia.
               
5. O que se garante nos restaurantes e corredores em Brasília é que os vazamentos de personagens e fatos caem no colo da imprensa vindos diretamente do "grupo", desde dentro do governo. Claro que é mais fácil atacar com fatos reais que com suposições. Independente disso e de qual bola é a da vez, vai se debilitando a "base aliada" e, com isso, transformando os ministérios dos aliados em uma burocracia sem expressão. Alguns são mortos-vivos esperando a reforma ministerial.
               
6. Os ministros -que ficam- perdem o poder que tinham, de decidir, e de nada adianta terem portas abertas aos deputados. Os parlamentares da "base aliada" não têm mais canal com os ministérios de seus partidos e têm que ir buscar no PT -dentro do governo ou no Congresso- a autorização ou a aprovação de que precisam.
               
7. Os 16,5% quantitativos passam a ser o dobro, qualitativos. Os ministérios da base aliada, na substituição dos desviantes ex-ministros, perdem expressão. E o ministério passa a ser de ministros de primeira do PT e de segunda dos demais. Basta acompanhar a agenda da Presidente e ver a frequência de despachos com uns e outros.
               
8. A cada dia fica mais claro que todo esse desmonte interessa ao PT. Poder-se-ia dizer que há razão para esse desmonte. É verdade. Mas essas razões são as mesmas dos últimos anos e com os mesmos personagens. Só que a presença de Lula inibia a ação do "grupo", pois se atingisse a imagem de Lula, o castelo de cartas desmancharia e o PT iria junto. Agora não há esse risco e, com isso, toda ousadia é válida.