Briguilina dominical
Se Alberto Youssef abrir o bico e falar de alguém do Psdb, o juiz Moro o condena a pena de morte e lhe manda para Indonésia. Agora, se ele falar contra alguém do PT e aliados, recebe uma porcentagem em dinheiro. Por enquanto o ladrão recebeu promessa de ganhar 2% do que roubaram da Petrobras.
Estamos sendo roubado duas vezes. Pior, que a segunda vez é por um membro do poder judiciário e do ministério público.
Não me surpreendo, desde sempre afirmo e reafirmo:
O judiciário é o mais corrupto dos poderes. Corrompe a ideia, o ideal de Justiça.
Paulo Moreira Leite: *Operação escancarada
A história é uma dama maliciosa e cheia de surpresas
por Fernando Brito
Quando todos os analistas dizem uma coisa, ela dá uma pirueta e toma o caminho contrário.
Muito se falou sobre o irreversível avanço da direita na Europa.
Pois bem. Na Espanha, o Podemos, liderado por Pablo Iglesias, lidera as pesquisas para as eleições presidenciais ao final deste ano.
Segundo pesquisa publicada pelo El Pais, principal jornal espanhol, o Podemos teria 28,2% dos votos, contra 23,5% dos socialistas e 19% do PP.
Podemos é um partido de esquerda, ou "anti-austeridade".
Austeridade é o conceito que os ricos europeus inventaram para continuar cevando a classe média e os mais pobres.
Enquanto os ricos continuam na boa, pagando cada vez menos impostos, em virtude da facilidade crescente com que escamoteiam seu dinheiro e seus negócios em paraísos fiscais, os governos aumentam a carga tributária sobre os trabalhadores e reduzem os investimentos.
Na Grécia, todas as pesquisas apontam a vitória do Syriza, liderado pelo jovem Alexis Tsipras. A última pesquisa, divulgada nesta sexta-feira, mostra o partido com 6 pontos à frente do partido de centro-direita Nova Democracia, atualmente no poder.
Será a primeira vez, em quase 200 anos, que a esquerda chega ao poder na Grécia.
Em outras ocasiões, lideranças socialistas ou comunistas gregas foram duramente reprimidas, presas, exiladas.
O avanço da esquerda na Europa é uma consequência democrática e natural da crise financeira vivida pelo continente após 2008.
Os europeus assistiram, aterrorizados e perplexos, seus governos esvaziarem os cofres públicos e dar todo o dinheiro a bancos privados.
Ou seja, pobres e classe média se tornaram mais pobres para os ricos se tornarem mais ricos.
A imprensa europeia está cheia de reportagens sobre a explosão da desigualdade na Grécia.
No Liberación desta sexta-feira, há uma matéria sobre o maior magnata grego, Dimitris Melissanidis, dono da Aegean Oil, companhia de petróleo que abastece a marinha americana.
Melissanidis é dono de outras centenas de empresas, em toda a Europa.
A reportagem fala das ameaças de Melissanidis a um jornalista de uma publicação mensal de Atenas, a Unfollow, que havia publicado uma denúncia de sonegação e contrabando de gasolina contra o bilionário, baseado em relatórios do fisco grego.
Mais ou menos a mesma coisa que divulgamos aqui contra a Globo, sendo que a Globo, ao invés de praticar crimes com petróleo, o faz com informação.
O jornalista, Lefteris Charalambopoulos, explicou que a grande mídia grega ignorou as denúncias, e tampouco fez caso das ameaças do bilionário à sua pessoa, cujo áudio vazou para a internet.
A mesma coisa que aconteceu aqui: a grande mídia blinda seus amigos.
Não é a primeira vez que Melissanidis ameaça jornalistas. E não é a primeira vez que a grande mídia o protege.
Essa é uma das coisas que explica a ascensão do Syriza, contra toda a grande mídia grega.
Na última quinta-feira, o candidato da Syriza, Alexis Tsipras, fez um discurso ao lado de Pablo Iglesias, o líder do Podemos, diante de milhares de pessoas, em Atenas.
Juntos, eles cantaram alguns versos de First We Take Manhattan, de Leonardo Cohen, que se transformou numa espécie de hino revolucionário dessa nova juventude "transviada" (tradução da música aqui).
Os analistas dizem que a Grécia nunca viveu uma eleição tão nervosa, tão polarizada entre esquerda e direita, entre o novo e o velho.
A história, essa maliciosa dama, continua aprontando das suas.
Luis Nassif : a lisonja como cooptação
O juiz Sérgio Moro foi eleito "Personalidade de 2014" do jornal O Globo. Quem lhe outorgou título tão eloquente foi um júri extremamente representativo de qualquer coisa. Não propriamente representativo da opinião pública brasileira, também não da opinião pública carioca. Talvez a escolha fosse aprovada pela opinião pública do Leblon, mas não chegou a ser consultada.
O egrégio título, que repercutiu em todas as mídias, foi outorgada por um júri bastante diversificado composto por Aluizio Maranhão, jornalista de O Globo, Ancelmo Gois, colunista de O Globo, Ascânio Seleme, diretor de O Globo, Merval Pereira, colunista de O Globo, Mirian Leitão, colunista de O Globo, e Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, se não me engano cunhado de Merval, colunista de O Globo.
Houve um desbalanceamento na representatividade do júri, de fato. Poderia ter sido mais equilibrado se mesclado com algum colunista de Variedades de O Globo, algum repórter especial de O Globo, quem sabe um editorialista de O Globo, algum cunhado de Seleme, diretor de O Globo. Mas acredito que não afetaria o resultado final, de ser um júri representativo do pensamento dos Marinho.
O jornal aplicou uma fórmula que é a contra face do assassinato de reputação: a lisonja. Quem não se verga pelo medo, cede pela vaidade.
O juiz Sérgio Moro é da mesma natureza do juiz Fausto De Sanctis, da Satiagraha.
De Sanctis enfrentou uma barra mais pesada, porque composta do enorme poder financeiro e dos métodos de Daniel Dantas, do poder ilimitado da mídia e o poder despudorado do Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Um juiz contra todos os poderes, taxado de arbitrário. Tornou-se vilão porque investiu contra o plutocrata errado, que tinha como hobby financiar sites jornalísticos e de meio ambiente, cuidar das aplicações externas das altas rodas cariocas e ser aliado dos economistas do real
Moro enfrenta uma quadrilha poderosa, sim, mas com a mídia amparando-o em todos os movimentos, com parceria com procuradores e delegados em vazamentos altamente seletivos. Tornou-se herói porque escolheu a plutocracia certa. Aliás, não propriamente o plutocrata, mas o alvo político que se quer atingir.
O premiado anterior foi o ex-Ministro Joaquim Barbosa, da AP 470. Mas Joaquim, o "menino que salvou o Brasil" era suficientemente individualista para não se enquadrar em esquemas: seu desequilíbrio é natural, sem precisar de motivações externas.
Com Ayres Britto, foi fácil. Bastou poupá-lo de denúncias, convidá-lo a escrever contracapas de livros, elogiar seus poemas pela frente (enquanto morriam de rir por trás) e depois contratá-lo para presidir o Innovare, prêmio de qualidade, com que as Organizações Globo cativam o poder judiciário.
As manobras de lisonja-ataques tem um poder mortífero sobre o poder judiciário, afetando de todas as maneiras magistrados. Aliás, a maneira com que os juízes mais críticos atenuam os impulsos dos deslumbrados é lembrar que "todos são humanos" – alguns, excessivamente humanos, convenhamos.
A porção ataque foi cometida contar Ricardo Lewandowski, expondo-o a humilhações em ambientes públicos. A porção lisonja inebriou até o austero Celso de Mello, que não parava de fazer catilinárias para a história durante o julgamento da AP 470.
É interessante como o alarido da mídia cria distorções na percepção dos próprios agraciados (ou atacados). Na primeira fase da AP 470, o decano Celso de Mello comportou-se como um jovem acadêmico deslumbrado; Lewandowski sentiu na carne a humilhação.
Encerrada o tempo integral do julgamento, ambos voltaram para seu meio, Lewandowski recebido como o juiz exemplar, que não cedeu ao clamor da turba. Só então caiu a ficha de Celso de Mello que deu-se conta da enorme dissintonia entre a opinião midiática e a opinião interna do Judiciário.
Voltou comedido, incorporou de novo os valores da sobriedade, e enfrentou corajosamente a campanha pesada conduzida pelo O Globo e pela Veja.
Que fique claro, então, o uso dos ataques e da lisonja. Ambos atendem aos interesses de um poder – a mídia – que está longe de ser virtuoso, que tem interesses próprios, frequentemente colocados acima dos interesses gerais, que posa de moralista, quando se trata de atacar adversários, e santifica ímpios, quando é de seu interesse – como foi o caso da construção de imagem de Demóstenes Torres e agora, desse inacreditável Eduardo Cunha.
Que Sérgio Moro não se torne refém desse jogo despudorado de lisonja.
Rir é o melhor remédio
Assalto nos dias de hoje
Ladrão:
- Perdeu, perdeu. É um assalto, passa o celular!!!
Vítima:
- Espera, deixa eu postar no Feice...#Sendoassaltada
Ladrão:
- Me marca viu? ...Marcou?
Vítima:
- Sim!
Ladrão:
- Valew. Agora me dá um celular, vagabundo!
Eduardo Suplicy: Dirceu ainda poderá ter papel significativo no PT
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pretende procurar em breve o ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão. "É possível que eu o procure nos próximos dias para conversarmos um pouco. Afinal o conheço desde a fundação do partido. Tantas vezes interagimos e sempre mantivemos uma atitude de respeito mútuo e cooperação", disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.