O desesperado Jarbas Vasconcelos tratora o PSB

Dissidente do PMDB federal e aliado de Eduardo Campos, de quem se reaproximou em 2012, o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos está incomodado com a demora do PSB e da Rede Sustentabilidade em converter Marina Silva em cabeça de chapa da coligação. "O prazo legal é de dez dias, já se passaram dois. Mas o nosso prazo é outro: dia 19, terça-feira, quando vai ao ar a propaganda eleitoral."

"Política tem lógica", disse Jarbas ao blog. "Marina precisa ser formalizada como candidata rapidamente, com a maior brevidade. O ideal é que ela já esteja gravando os programas e as inserções para televisão na segunda-feira. Temos razões para chorar. A tragédia foi grande. Morreu um dos políticos mais talentosos da sua geração. Mas a gente tem que compatibilizar o choro com o trabalho. Não é hora de remoer divergências. Há coisas maiores em jogo. Estamos lutando contra o destino e o tempo."

Para Jarbas, a agilidade política não é incompatível com as reverências litúrgicas. "A política tem o seu tempo. E às vezes ela cobra agilidade. Não é horar de ficar esperando que o corpo de Eduardo chegue. Isso já está sendo providenciado, com a ajuda do governador de São Paulo. Havia 15 peritos cuidando da liberação dos corpos. O Geraldo Alckmin elevou para 30. Vamos ter o velório e o sepultamento. Mas nada impede que as coisas sejam concomitantes. Não vejo mal nenhum nisso."

Já conversou com Marina? "Ainda vou falar, mas estou esperando o momento oportuno. Não quero parecer intrometido. Participo da coligação do PSB em Pernambuco. Mas, formalmente, não pertenço à coligação nacional. Por isso, não quero me imiscuir nos problemas do PSB."

Vai apoiar a provável candidatura de Marina Silva? "Assumi compromissos com o Eduardo. Transfiro esses compromissos integralmente para Marina, sem nenhuma dúvida. Vou me colocar à disposição dela." Qual seria a sua participação na campanha de Eduardo Campos? "Ele tinha pedido a mim e ao Pedro Simon para acompanhá-lo, no período eleitoral, em compromissos nos grandes centros metropolitanos como Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e outros."

Por quê? "O Eduardo queria mostrar que o PMDB que eu e o Pedro Simon representamos é o PMDB que estava com ele, não o partido do Renan Calheiros e do José Sarney. Esse era o sentido. Recentemente, ele me perguntou se o compromisso estava de pé. Respondi que sim. Ele contava comigo e com o Pedro."

Quais serão os efeitos políticos de uma candidatura presidencial de Marina? Primeiro, não tenho a menor dúvida de que ela terá uma votação expressiva. Haverá um segundo turno. A Marina precisa resolver o problema do Agronegócio. Até os pequenos produtores têm medo dela. Há muito preconceito nisso. Ela precisa deixar claro que não é contra o agronegócio."

A entrada de Marina em cena, agora como cabeça de chapa, prejudica Aécio Neves, o outro candidato da oposição? "Acho que o Aécio pode até se consolidar. Ele vai herdar eleitores de classe média, de classe média alta, que estavam votando em Eduardo. Uma parte desse eleitorado vai para ele. O Aécio tem se conduzido na campanha de maneira bastante razoável."

A comoção provocada pela morte de Eduardo Campos pode ajudar Marina? "É preciso saber tratar desse assunto adequadamente. Não se pode ter a mão pesada nesse negócio de emoção e comoção. Aqui mesmo, na campanha de Pernambuco, se houver abuso será ruim."

Papo de homem

Jovens, lindos, sortudos e fodidos
Bem aventurados são os jovens e suas tardes. Depois do episódio que aconteceu comigo e com o amigo Fred Fagundes, meus olhos nunca mais foram os mesmos para esse período do dia da molecada.

Juntos, estávamos indo ver um apartamento que ele — ainda residente em São Paulo — queria ver para alugar. O cara que ia mostrar o imóvel se demorou e então ficamos esperando na portaria do edifício. Do outro lado da rua, um prédio bonito, cheio dos vidros e dos luxos, porteiro na porta, sacadas enormes, pastilhas brancas e limpas. Lindo, assim, asséptico.

Lá, em uma das varandas, um casal de idade universitária apareceu. Era mais um menos duas da tarde, pouco mais que isso quando eles despontaram em um dos balcões rindo e conversando. Sentaram-se em umas cadeiras de madeira e trocavam ideias. Lá embaixo, debaixo de sol, com trabalho atrasado e esperando o cara que iria mostrar o apartamento pro amigo Fred Fagundes, estávamos nós só a observar.

Aquele pedaço de área construída sobressalente à estrutura da construção era que nem um oásis que nunca alcançaríamos. Dava para escutar uma música tocando lá dentro, o casal batendo papo despretensiosamente lá fora, a garota entrou e voltou com dois copos na mão, sentados em cadeiras e completamente despreocupados. Um gole de bebida aqui, uma risadinha acolá e eles se aproximaram. E quem poderia impedir?

Um beijo, mais um aconchego, outras bitocas, bebericadas nos copos e acenderam um cigarrinho de artista.




BUM! Estouraram. O cheiro tardava, mas chegava até nossas narinas. O bálsamo da vagabundice. Era uma delícia de ver, assistíamos com olhos prósperos. As risadas aumentavam, os toques também e os beijos idem. Duas e meia da tarde. Já em pé, entraram. Foi só depois de alguns segundos de certeza de que não haveria retorno e muito menos um bis, eu olhei pro Fred e ele olhou pra mim. Conjecturamos:

– Bah — esse era o Fred falando, por supuesto — olha isso. Agora eles entraram, vão ver Quero ser Grande na Sessão da Tarde, dar umazinha, comer um lanche que a mãe dela vai fazer enquanto assistem Malhação. E daí ele ou ela vai embora e tudo mais.

uma-tarde-qualquer

Criamos, nesse dia, um padrão.

De lá para cá — isso já faz uns três anos — pessoas relataram-me ter visto a mesma cena em outras circunstâncias, o mesmo paradigma envolvendo outros lugares, pessoas diferentes, contextos apartados. Mas, no final das contas, o script se repetia: jovens, situações gostosas em horários em que muita gente está voltando do almoço e entrando em alguma reunião de arrancar cabelos e a inveja latente.

Ai, como a inveja bate.

Minha invídia pela meninada livre para voar me intriga até os dias de hoje. Como eles podem ir e vir, sentar no quintal e estourar um baseado sem pressa alguma, ter como meta se manter acordado até o final do dia, receber a namoradinha com a casa vazia e a despensa cheia.

Dia desses, o Eduardo Amuri veio ter comigo. Queria uma conversa mais intimista, me chamou num canto:

– Cara, ontem eu estava trabalhando em um Starbucks, cheio de coisas para resolver, queria um lugar que não me atrapalhassem, e-mails caindo pelas tabelas com caráter de urgência distintos, uma loucura. Na mesa ao lado da minha, tinha um casal — desses de cursinho — fazendo exercícios juntos.

O Amuri é um cara muito concentrado e lúcido.

– Eles ficavam ali, rabiscavam metade de um exercício e se pegavam. “Não, não, a gente tem que fazer esse exercício”, ela dizia e rabiscavam mais um pouco. Riam e se atracavam. Aquele barulho de beijo, aquela coisa apetitosa e ridícula.

Eu sei bem qual é a ambientação da cena. E você também.

– E, sabe, eu tava lá e esses dois estavam lá. Cara, eu fiquei com uma inveja danada.

Claro que ficou. Todos ficamos.

Bem aventuradas as cabeças presentes juvenis. Não há real preocupação como as que temos, não há planos complexos como os que costuramos com o nosso cotidiano atribulado. Eles não são, só estão. E, por essa mazela da língua portuguesa, eles apenas aproveitam o estar com amassos e maconha e as tramas rocambolescas da Malhação.

Eu tenho uma inveja genuína de vocês, jovens despreocupados. Aproveitem bem por vocês e por mim, antes que venha a próxima página. A vida despreocupada do jovem começa a acabar quando chega em casa a primeira conta de celular em seu nome. Ora, em algum instante, por alguma cagada, o pai dessa galera vai mandar tudo às favas e trocar o nomezinho que vem na conta do plano de celular. Com isso, o jovem vai ter de começar a se virar e rebolar para bancar os minutos que perdura convidando a menininha pra fumar unzinho ou pra ver qual bróder tá afim de fazer aquele rolê no começo da noite.

Celular, a gasolina do carro, o primeiro emprego, pegar busão para chegar de terno mal cortado no estágio, tomar esporro do chefe, molhar os sapatos na chuva, não conseguir bancar a viagem com os amigos no feriado, a namoradinha vai com a molecada pra praia e, lá, pega outro cara, aluguel do apartamento, a diarista pra limpar a lambança que os amigos escrotos fazem quando vão lá encher a cara e jogar videogame, planejamento financeiro, brochar diversas vezes, comprar os presentes de dia das mães e de dia dos pais, pagar a fiança do amigo bêbado cagado, chorar sozinho em casa que é, de fato, lugar quente.

Cacete, se essa molecada conseguisse imaginar o quão fodidas elas estarão em breve, a quantidade de sofrimento que elas enfrentarão e que moldarão seus próximos atos, a descida vertiginosa de suas expectativas…

Aproveitem a liberdade. Aproveitem a mamata.

JADER PIRES
É escritor e editor do Papo de Homem. Lançou, nesse ano, seu primeiro livro de contos, o Ela Prefere as Uvas Verdes e outras histórias de perdas e encontros.



Rodrigo Vianna: Marina pode atropelar os tucanos?

O sonho dos tucanos (leia aqui) é que Marina Silva apareça forte na próxima pesquisa, mas que depois seja desidratada para abrir passagem a Aécio Neves. Falta combinar com os eleitores.
Com o olhar compungido, Marina Silva surge numa sala apertada, para o primeiro pronunciamento depois da morte de Eduardo Campos. Não fala de temas eleitorais, oferece "apenas" conforto à família do candidato morto. Não tem pompa nem pose, não quer parecer uma "estadista"…
Assisto à cena na Redação. Uma colega, menos afeita aos temas da política, pergunta: "quando será que ela começa a campanha pra valer? Precisa esperar uns dias, né?".
Outro jornalista, mais experiente, responde rápido: "a campanha dela já começou; isso aí que você tá assistindo é o primeiro pronunciamento de campanha".
Poucas horas depois, converso com outro colega – raposa velha em coberturas eleitorais: "o que você achou da fala da Marina?". E ele: "importa pouco o que ela disse; importa muito mais a maneira como aquilo foi dito".  
Marina Silva não precisa falar de política pra fazer política. Essa é a grande força da candidatura dela. Não sei se Marina surgirá na faixa dos 15%, ou acima dos 20% na próxima pesquisa DataFolha (que será divulgada entre domingo e segunda-feira). Mas sei que ela tem uma boa chance de encampar o discurso da "não-política". Um discurso que é – claro – tudo menos "não-político".
Eduardo Campos enfrentava enorme dificuldade para conquistar esse eleitor desesperado por algo "novo". Aécio, então, nem se diga…
Esse era o grande nó da campanha em 2014. Um terço dos eleitores está fechado com Dilma; outra parcela (bastante barulhenta, mas que reúne pouco menos de um terço do total) se dispõe a votar em qualquer um contra o PT; só que há ainda 30% dos eleitores que não querem PT mas também não topam PSDB. Esse é o eleitor desiludido "com tudo que está aí".
Em 1960, esse clima de "mar de lama" terminou em Janio. Em 1989, a desilusão terminou em Collor.
Em 2014, Eduardo achou que poderia ser a terceira via, com um discurso moderado, a meio caminho entre PT e PSDB. Não entendeu, talvez, que esse terço "desiludido" dos eleitores não quer meio-termo, não quer meio do caminho. Quer alguém que seja (ou pareça) outro caminho.
Até duas semanas atrás, estava claro que a sorte de Dilma era ter uma oposição que não representava a "mudança". Aécio é um político jovem, mas tem uma imagem precocemente "envelhecida", até pelas companhias de palanque (Serra, FHC etc). Eduardo era uma liderança nova, mas também pesava contra ele a imagem de "político engravatado".
Marina, não.
Comentaristas atucanados nem esperaram o corpo de Eduardo ser recolhido. Começaram a  espalhar que Marina é a candidata perfeita "para garantir o segundo turno". Acham que ela repetirá 2010, quando os votos marineiros levaram de fato Serra ao segundo turno.
Só que no meio do caminho houve junho de 2013. A sociedade, ali, pareceu pedir mudanças mais profundas no sistema político. Dilma fez a leitura correta: propôs a Reforma Política e a Constituinte; estratégia barrada pelo PMDB. O mal estar se aprofundou desde 2013…
A oposição (com seus comentaristas gagos nas rádios e seus acadêmicos de segunda linha) não compreende por que o eleitor que pede mudança não vota no Aécio. Ora, a maioria do Brasil não quer andar pra trás… Um terço vai com Dilma. Outro terço quer mudança sem tucano nem liberalismo velho dos anos 90.
Marina pode ocupar esse espaço.
O sonho dos tucanos é que ela apareça forte na próxima pesquisa, mas que depois seja desidratada para abrir passagem a Aécio Neves. Falta combinar com os eleitores.
O mais provável é que, se a opção Marina prosperar no PSB (e tudo indica que vai prosperar), a eleição se decida entre Dilma e a ex-ministra do Meio Ambiente.
O que pode barrar Marina? O veto do empresariado, dos ruralistas e das empreiteiras preocupados com o discurso "anti-desenvolvimento" dela. Francamente, esse não é um obstáculo relevante do ponto de vista eleitoral…
Marina pode virar a candidata da "anti-política" (mesmo com apoio da Natura, Itaú, e de economistas liberais – que teriam o papel, justamente, de chancelar os compromissos dela com o chamado "mercado"). Até porque, isso é inegável, Marina carrega – legitimamente – as bandeiras de um novo ambientalismo e de uma juventude que esperam mais do que acordos com o PMDB para mudar o Brasil.
Mais que isso: ela vai carregar a imagem de Eduardo Campos Brasil afora. O jovem que queria "mudar o Brasil". O apelo é forte.
Marina pode ser uma espécie de Jânio de 2014? Ela é mais que isso, certamente.
Evangélica, verde, messiânica. Será que é nesse "novo" que o Brasil vai apostar?
Do outro lado, há Lula e um projeto em parte desgastado. Há uma militância que defende Dilma (sem empolgação) contra os tucanos. Mas terá a mesma disposição para enfrentar Marina? Com qual discurso?
Minha impressão é de que a candidatura Marina Silva tem boas chances de prosperar, e de tirar os tucanos do segundo turno.
Marina – se for de fato confirmada como candidata – pode ganhar de Dilma? Sim. Tem chances mais que razoáveis. Mas gostaria de ouvir a opinião dos internautas. Porque nesse tema não há certezas…



Eu tenho um sonho

Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração de Indepêndencia, estavam assinando uma nota promissória de que todo norte americano seria herdeiro. Esta nota foi a promessa de que todos os homens, sim, homens negros assim como homens brancos, teriam garantidos os inalienáveis direitos à vida, liberdade e busca de felicidade. Mas existe algo que preciso dizer à minha gente, que se encontra no cálido limiar que leva ao templo da Justiça. No processo de consecução de nosso legítimo lugar, precisamos não ser culpados de atos errados. Não procuremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não permitir que nosso protesto criativo gere violência físicas. Muitas vezes, precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força física com a força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade negra não deve levar-nos à desconfiança de todas as pessoas brancas. Isto porque muitos de nosssos irmãos brancos, como está evidenciado em sua presença hoje aqui, vieram a compreender que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua liberdade está inextricavelmente unida a nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E quando caminhamos, precisamos assumir o compromisso de que sempre iremos adiante. Não podemos voltar. Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos defrontemos com as dificuldades de hoje e de amnhã, que eu ainda tenho um sonho. E um sonho profundamente enraizado no sonho norte americano. Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: "Achamos que estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais". Eu tenho um sonho de que, um dia, nas rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo o estado de Mississipi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter. Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada estado e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e cristãos, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras do antigo spiritual negro: " Livres, enfim. Livres, enfim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos livres, enfim. 28 de agosto de 1963 Washington, D.C. Martin Luther King Jr.

A direita carpideira

E a mórbida, indecente e desumana exploração de um cadáver

(...)
Dilma Rousseff e Aécio Neves, tremei. No rastro da comoção nacional pela morte estúpida de Eduardo Campos, apoios da família dele à sua vice serão avassaladores. O irmão, Antônio, já se manifestou publicamente. E quando a mulher, Renata, ladeada pelos cinco filhos, inclusive o bebê Miguel, lançar Marina? E quando a mãe, Ana Arraes, apadrinhar a candidatura aos prantos?”
Eliene Catanhêde


Brasileiros criam sistema que transforma caixa d’água em miniusina hidrelétrica

Enquanto cientistas em todo o mundo tentam aumentar a eficiência dos grandes sistemas de produção energética, dois empreendedores brasileiros desenvolveram uma solução simples para gerar energia limpa em casa. Apelidada de UGES, a tecnologia transforma as caixas d’água em miniusinas hidrelétricas.

O nome é uma abreviação de Unidade Geradora de Energia Sustentável e a criação é fruto do trabalho dos engenheiros Mauro Serra e Jorgea Marangon. A tecnologia é simples e pode ser utilizada em qualquer caixa d’água, independente de seu tamanho. “A UGES transforma a passagem da água que abastece os reservatórios em um sistema gerador de energia. Vale destacar que o consumo diário de água no país é, em média, de 250 litros por pessoa, consumo que é totalmente desperdiçado como forma de energia. Ao desenvolver um sistema que reaproveita essa energia, podemos gerar eletricidade, sem emissão de gases e totalmente limpa”, destacou Mauro Serra, em entrevista à Faperj.
Foto: Divulgação

A ideia já foi patenteada e logo deve estar disponível no mercado. Além de contar com um sistema instalado dentro do próprio reservatório de água, o UGES também precisa de uma unidade móvel para que seja possível transformar toda a energia captada em eletricidade e assim distribuí-la para o uso doméstico. No entanto, ele não precisa de uma fonte externa de energia para funcionar.
Foto: Divulgação

“Ao entrar pela tubulação para abastecer a caixa, a água que vem da rua é pressurizada pelo sistema gerador de energia, passando pela miniusina fixada e angulada na saída de água do reservatório”, explica Serra. Depois disso, a pressão gera energia, que é transformada em eletricidade. O empreendedor explica que a produção é ideal para abastecer lâmpadas, geladeiras, rádios, computadores, ventiladores, entre outros aparelhos domésticos. A energia só não é ideal para ser usada em equipamentos de alto consumo, como chuveiros e secadores de cabelo.
Não é possível quantificar com exatidão a produção, pois a variação depende do tamanho da caixa d’água e da quantidade de água consumida. “Se ela for instalada em um sistema de abastecimento de água municipal, poderá, por exemplo, ser dimensionada para gerar energia suficiente para abastecer a iluminação pública. Imagine então esse benefício em certos locais como restaurantes, lavanderias ou mesmo indústrias, onde o consumo de água é grande”, exemplifica o inventor. Outro ponto positivo do sistema é o armazenamento do excedente para uso posterior e a independência – ao menos, parcial – das redes de distribuição.

Redação CicloVivo




Marina Silva não é "Terceira Via"

Eduardo Campos era considerado por analistas políticos o candidato a presidente da “Terceira Via”. Com o seu recentemente falecimento num trágico acidente aéreo, ainda se discute quem assumirá o seu lugar na chapa, mas enquanto...Leia mais>>>